even my dad does sometimes

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Richard

— E ela é incrível, mãe. — Digo para o telefone, puxando a grama do jardim. — Ela é a pessoa mais forte que eu conheço e ela passou por tanta coisa, eu queria poder ter conhecido-a antes.

— Eu acredito que a gente tem a hora certa de aparecer na vida das pessoas, querido. — Seu tom tranquilo e acolhedor me aquece. — E é importante que você esteja sendo o apoio de alguém. Seu gesto foi lindo.

Eu contei sobre Luna, cada detalhezinho. As coisas que eu percebi, as coisas que a própria me disse, o que ela não disse também. Minha mãe é a pessoa que eu mais confio nesse mundo e receber apoio dela numa situação tão delicada, era com certeza meu ponto fraco.

— Obrigado! — Acho que a minha voz começa a ficar embargada aqui. — Você consegue acreditar que existem pessoas más a esse ponto, vivendo no mesmo mundo que a gente?

— Consigo, meu amor. — Sinto seu sorriso daqui. — Mas me conforta saber que também existem pessoas como você. Pra todo mal tem uma cura, eu prometo.

Respiro fundo. Sinto meus olhos queimarem e pela primeira vez eu me sinto emotivo com a história de Luna, o suficiente pra começar a chorar.

— E se não chegar pra todo mundo, mãe? Eu agradeço a Deus por estar no caminho da Luna e poder ajudar, mas existem outras meninas nessa mesma situação, ou pior!

— Infelizmente, a gente não pode ajudar todo mundo, meu amor. — Diz, sua voz ainda me tranquiliza.

Deixo o silêncio se acomodar por algum tempo. Eu não gostava de chorar porquê não gostava de admitir que as coisas podiam me atingir. Mas Luna me atingiu desde o início e eu não podia evitar.

— Está tudo bem em chorar, Rich. — Suas palavras parecem ler meus pensamentos, acabo soluçando. — Até seu pai chora as vezes.

— Eu te amo tanto. Queria que você estivesse aqui sempre, todo dia. — Suspiro, percebendo que o sol já estava sumindo.

— Bom, nós vamos para o Natal. — Lembra. — Seu irmão está super animado!

— É, eu também tô. — Seco meu rosto com a gola da camisa preta que eu vestia, respirando fundo uma última vez antes de me levantar. — Você podia vir antes.

— Antes quando, Richard? — Escuto sua risada nasalada. Rio junto.

— Amanhã? — Tento. — É que eu queria procurar os pais da Luna e queria levar elas em um médico, sei lá, consulta de rotina, sabe? Tem essa coisa de documentação e ela precisa estudar, também, né? Eu precisava de você! — Murmuro receoso, abrindo a porta de madeira sem pressa.

— Eu vou tentar, amor. — Essa era sua voz exata de quando ela estava se rendendo. Ufa. — Se eu for, porquê eu não te garanto nada, eu chego a tarde, tudo bem? Preciso ir agora.

— Ok. Obrigado, eu te amo tanto! — Sorrio.— Tchau, até amanhã.

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feliz ano novo, amores. 💗

alright, richard rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora