alright, richard rios.

somebody special

Richard

— Eu sabia que não devia ter vindo, Richard. — Luna resmunga, puxando sua mala pelo corredor, com Sol dormindo em seu ombro.

Ela tentou ignorar os comentários no mínimo inconvenientes no aeroporto de São Paulo, mas as notícias se espalham rápido e logo as fãs também estavam dispostas a descobrir quem era a garota ao meu lado e como se não bastasse, quem era a bebê no meu colo.

— Me desculpa, mesmo. Eu não imaginei que isso poderia acontecer. — Bufo, a seguindo para dentro do quarto, onde ela coloca Sol na cama e a rodeia de travesseiros, antes de se virar para mim e escorregar as mãos pelo rosto.

— Eu não quero estragar a sua relação com os seus fãs. — Começa, colocando as mãos na cintura. — Não quero que elas associem nada que não seja a verdade.

— Não quer que eles achem que você é minha namorada. — Corrijo, me colocando na mesma posição. — Eu avisei que não podia ficar para as fotos e sem contar que está tarde pra eles estarem fora de casa! Não tem nada a ver com o que pensam de você, amor.

— Não me chama assim. — Murmura, desistindo de ficar na minha frente.

Ela estava estranha durante o voo inteiro. Não quis comer e não riu das piadas do meu irmão. Eu tinha medo de perder todo o progresso que alcançamos, não por causa de algum comentário bobo de alguém que não sabe o mínimo sobre nós dois.

— De amor? — Meus lábios se curvam quase que automaticamente, a assistindo tirar algumas peças de roupa de sua mala.

— Sim, se já estão dizendo que eu estou atrás de você pra poder sustentar minha filha só com as poucas fotos na internet, imagina se ouvirem você me chamando assim.

— Meu amor. — Repito, abraçando sua cintura assim que ela se levanta, seu olhar ainda mal humorado me fitando. — Se você for dar bola pra tudo o que a internet diz, meu amor. Você passaria o resto da vida remoendo opinião alheia, meu amor. — Repito, a arrancando um sorrisinho.

— Você é irritante demais, Deus me livre.

-

— Quando vai pedir ela em namoro? — Meu irmão questiona, se sentando na cama ao lado da minha, abrindo seu computador.

— Quando você vai parar de ser ridículo? — Ergo as sobrancelhas para encará-lo, o dando apenas alguns segundos antes de voltar minha atenção para o Twitter.

— Você pensa em adotar a Sol? Tipo legalmente? Quer que ela cresça tendo você como uma figura paterna? — Continua, como se eu não tivesse tentando cortá-lo. — Caramba, eu já posso me considerar tio!

— Eu vou te socar. — Resmungo, o escutando rir.

— Em dois anos a Luna vai ter uma autonomia ainda maior do que já tem. — Segue, agora deitado e encarando o teto. — Se você não estabilizar a sua situação com ela logo, ela vai voar do seu controle fácil fácil. Você vai perder pra qualquer outro cara com um pouco mais de coragem que você, — Ele faz uma pausa, o que me faz acreditar que ele estivesse dormido. — Daí eu vou dizer; lembra da semana de ano novo, que a gente estava em um hotel de Nova York e eu te disse pra deixar de ser bundão? Então, você não me ouviu e agora ela está com outro cara.

— Eu quero mesmo te socar, irmãozinho.