Eight

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Eu sentia que meu coração não estava calmo

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Eu sentia que meu coração não estava calmo. Ele batia no ritmo da correnteza e me fazia suspirar cada vez que pensava em Bailey. Mas até quando eu poderia me fazer de tonta? Eu não tenho o direito de amar um homem da terra.

Se é que isso é amor. Ou algo do tipo. Eu não tenho sentido muita coisa nesses tempos. Mas o que sentia era um carinho, um carinho bonito. Eu o faria tomar a pérola. Então teria um amigo até o dia da morte dele.

Eu o sentia balançando a pulseira perto da água. Conseguia saber que estava na pedra de sempre. A noite estava escura, a lua tinha se tornado minguante hoje. Ele sussurrava palavras doces como “seu cabelo é lindo” ou “pensei em você a noite toda”. Fui até ele, sem mais nem menos. Estava feliz por vê-lo e isso não era um bom sinal. Mas resolvi ignorar aquela vontade incessante de ir à ele como humana.

— Oi.

— Oi Shiv. — eu sorri — Como vai aí embaixo?

— Vai bem. E aí em cima?

— Vai bem também. Ontem foi ótimo.

— Que bom, eu também achei. Que pizza magnífica.

— Fico feliz que gostou. Então, e o festival?

— Está sendo organizado. — ele estava curioso — Eu estive por aqui mostrando a costa para as pequenas saberem onde se meterem em alguns dias.

— Que legal. Deve estar sendo um trabalho gigante.

— Sim. É muita responsabilidade. Mas eu sempre dou conta. Você deveria ver como tudo está ficando.

— Eu super iria contigo — Falou de repente. Seus olhos refletiam meu busto com conchas azuladas e brilhantes, eu sabia que ele não aguentaria muito tempo. Se ele me ver por mais de duas semanas seguidas, ficará tão imerso nisso que vai querer me procurar embaixo da água. Eu não permitiria isso.

— Você só poderia ir comigo se bebesse a pérola com vinagre. Se ficasse lá com o tanto de sereia ao mesmo tempo, enlouqueceria e ficaria em êxtase. E você precisaria se transformar em tritão com um cordão de conchas e sal verde.

— Você quer mesmo me livrar desse feitiço, não é? O que de mal tem nele?

— Ele é muito sombrio em grandes quantidades.

— Então, dá pra me levar pra lá?

— É genuína a sua vontade de ir?

Ele fez que sim com a cabeça. Sorria igual uma criança. Parecia um mundo tão hostil para alguém assim.

— Entra aqui — o chamei — Mas pega o vinagre antes — dei um sorriso amarelo.

— Qualquer vinagre?

— Sim. Porém o traga quente.

Ele correu para longe, até o perder de vista. Eu mergulhei e comecei a procurar a porra do sal verde. Imediatamente me arrependi dessa ideia. Por fim, em um dos jardins de corais mais a frente, tinha algas verdes e abaixo delas sal marinado em alga. Sal Verde.

Tempestade Marítima • Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora