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O mar estava cada vez mais atormentado

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O mar estava cada vez mais atormentado. Estava difícil controlar a direção da vela do barco. As ondas raivosas invadiam o convés olhando quem estava lá, inclusive eu. Eu segurei mais forte a corda da vela lutando contra o vento e contra os raios que caiam em alto mar

— Bailey! — Noah gritou da proa, onde ficava o mastro — Vire para a esquerda, lá tem luzes. Deve ser um farol!

A chuva embaçava minha visão mas era possível identificar onde as luzes estavam. Eu virei e puxei para o outro lado, fazendo o barco ganhar velocidade para lá. Fomos cortando as ondas até próximo de lá. Mas algo estava errado.

— Noah! Aquilo não é um farol! — Gritei — As luzes estão se movendo. Estão nos atraindo para as rochas!

A água se intensificou, os trovões ficavam mais perto e os tripulantes rezavam por sua família. Eu não estava mais molhado, não, estava encharcado. Vinha água de todo lado e meus olhos ardiam ao contato com sal. A noite estava escura e intensa.

A gente virou para a direita, desviando de rochas afiadas bem na hora. Nossos ajudantes comemoraram e seguimos mar a dentro.

A chuva amenizou ficando mais fina, porém o vento continuava impetuoso, feroz e forte. Nós íamos ao norte na esperança de chegarmos à América. O cabelo caía no rosto e a respiração estava ofegante. Deus tenha misericórdia.

A embarcação balançava, alguns homens foram para as cabines por que não aguentam e vomitam. Já estamos nessa a alguns dias. O tempo passava se arrastando, a roupa colava ao corpo, o vento fazia espirrar.

Um tempo depois a tempestade deu uma trégua. O céu não limpou, mas a chuva se tornou um chuvisco e o mar estava navegável na medida do possível. A imensidão azul escuro se tornou estranha. Havia uma movimentação estranha. De início, achei que se tratava de um cardume de golfinhos, porém ao chegar mais perto, notamos que não era bem isso.

Era alguma criatura de cauda escamosa, era pequena demais para ser algum dos peixes que eu conhecia. Não eram baleias. Não era nada. Então o que eram? 

Depois um grito agudo soou ao horizonte, de primeira achei que era algo sobre meu ouvido, mas deu para perceber que os outros homens também escutavam. Todos foram em direção à borda do barco, subiram e se jogaram ao alto mar.

— Noah! Que diabos está acontecendo? — Gritei, mas era tarde, ele se jogou também.

Eu também não entendi o por que mas me senti imerso e imóvel. Eu enxergava tudo mas não conseguia controlar meu corpo. Minhas pernas andaram até a borda de metal e senti a água cobrir meu corpo. Eu estava em transe, meu corpo boiou até certo ponto.

Uma criatura que com certeza não é humana se aproximou, tinha rosto e cabelos humanos. Os fios eram marrons e a pele parda, mas tinha uma cauda que era verde, eu estava em choque, era impossível. Senti membros gélidos se entrelaçarem na minha cintura.

Tempestade Marítima • Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora