©apítulo 6

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ANGELINE ANTUNES

A voz forte daquele homem me fez estremecer, enquanto a sala estava escura, sendo apenas iluminada discretamente por um abajur, eu não conseguia desviar os olhos da figura alta

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A voz forte daquele homem me fez estremecer, enquanto a sala estava escura, sendo apenas iluminada discretamente por um abajur, eu não conseguia desviar os olhos da figura alta. Ele era um pagão,um homem mundano e eu viverei sob seu teto por três meses. Essa constatação me deixou apreensiva. Ele Caminhava como um felino, entre seus dedos um copo de Whisky, e ele de repente se aproximou de mim, e pude sentir seu perfume que penetrava nas minhas narinas. O aroma parecia intensificar, e ele ficou próximo a luz e pude notar sua virilidade e
pela primeira vez na vida, percebi a diferença entre um homem e uma
mulher..

Ele aproximou seu rosto do meu a diferença de altura era óbvia, eu
queria correr e me refugiar no quarto, no entanto, não o fiz, pois, meu senso de disciplina me segurava no lugar. Minha respiração ficou suspensa, meus
olhos arregalados e minha boca aberta e seca. Como instinto, agarrei meu crucifixo e comecei rogar em pensamento pedindo a Deus para afastar aquele demônio de perto de mim. O homem desviou os olhos do meu rosto e mirou em minha mão que apertava a cruz. Nunca senti tanto medo de outra pessoa, nem no convento quando a madre superiora me dava uma de suas correções, mas aquele homem nada se assemelhava as freiras e nem mesmo a madre ou os frades, ele era o próprio diabo. Lembrei de uma frase que a madre Dulce falou uma vez para mim: "Um dia você irá enfrentar o demônio, precisa estar preparada para destruí-lo." Agora percebo o que ela queria me dizer, para se tornar freira é preciso passar pela provação, e eu passarei, estou pronta para enfrentá-lo e destruí-lo.

- Você acha que essa cruz irá te proteger de mim?

- Por que deveria me proteger do senhor?

- Então a freirinha tem língua afiada, hein?!

- Apenas não entendo a sua colocação, senhor.
Estou aqui para ser a
babá temporária do seu filho, nada mais.

- E ainda é petulante.

Percebi alarmada, ele colocar o copo de bebida em uma mesinha próximo e em seguida voltar a me encarar no olhos. Recuei até bater as costas na parede, me vi presa quando ele espalmou as duas mãos na lateral da minha cabeça, impossibilitando-me de qualquer fuga. Meus olhos ficaram maiores,
arregalados por causa da reação que aquela proximidade causou em mim. Eu estava em choque por ter percebido a masculinidade dele. Aquilo me assustou imensamente.

- Não sabia que havia uma preciosidade como você perdida em um

convento. Ainda por cima veio parar na palma da minha mão. Não vou rejeitar o presente dos deuses, Engel.

Senti seu corpo pressionar o meu contra a parede. Suspirei profundo e
fechei os olhos. Meu Deus! minhas pernas estavam bambas de pânico.

Cᥲ᥉tιdᥲdᥱ ᥆ᥙ Pᥱᥴᥲd᥆?Onde histórias criam vida. Descubra agora