Após toda diversão, me pego olhando para Lana no volante. Ela estava mais sóbria do que eu, então aceitei sua carona. A noite foi ótima. Bebemos muito. Ou melhor, eu bebi. Rimos alto. Falamos mal de alguns pais. Foi relaxante. Halsey estava certa, eu definitivamente precisava disso.
Agora, bêbada demais no assento da frente admirando minha mulher dirigindo devagar, com cuidado, e ainda conseguindo fumar tranquilamente com a outra mão, me sinto feliz.
O cigarro pela metade chama minha atenção de uma hora pra outra. Quero que meus lábios estejam onde os seus estiveram.
Sem permissão, o tomo de seus dedos e trago brevemente, o que a deixa surpresa. Não devolvo. Agora ele é meu. Mesmo que eu deteste o sabor.— Desde quando você fuma?
— Desde agora.
Ela sorri. Um sorriso de canto que me faz molhar a calcinha. Não deixo transparecer o efeito causado.
— Posso dormir na sua casa? Amanhã cedo vamos direto pra cabana.
— Tudo bem – trago mais uma vez e disfarço ao fazer uma careta. Jogo o cigarro pela janela e coloco uma pastilha de menta na boca.
O restante do caminho é silencioso. Lana precisa de concentração e eu, dela. Não sou nada sútil com meus olhares intensos, o que parece passar batido.
Ao chegarmos, agarro firme em seu braço para não rolar as escadas. O percurso até meu apartamento é um verdadeiro desafio, mas tudo para de girar quando me sento no sofá e tiro os sapatos. Lana me trás uma garrafa de água e se senta ao meu lado
— Que noite agradável – Ela comenta como quem não quer nada, mas no fundo sei que há algo a dizer.
— Eles são legais, né?!
— Principalmente Halsey.
Ignoro sua alfinetada. Não estou no clima para discussões ou crise de ciúmes. Apenas deixo minha água de lado e me sento em seu colo, passando meus braços ao redor do seu pescoço.
— Me leva pra cama?
Lana me segura firme e se levanta sem dizer nada. Ao ser colocada sobre o colchão macio, começo a me esfregar. É tão gostoso, fresco, confortável. Eu me afundaria nessa espuma se pudesse. Tiro todas as roupas com certa dificuldade e o gemido prazeroso ao sentir o lençol em todo meu corpo nu, ecoa pelo quarto. Faço tudo de olhos fechados, e ao abri-los, me deparo com uma mulher parada no pé da cama me olhando atentamente com aquele mesmo sorriso de canto.
— Você está muito bêbada.
— Vem aqui, amor – a chamo com o indicador. Lana obedece. Se senta ao meu lado.
— O que foi?
Não digo mais nada. Puxo seu pescoço para sua boca vir de encontro a minha. Meu beijo ardente mostra exatamente o que eu quero. E onde eu quero. Lana retribui da melhor forma e logo começa a deslizar os lábios pelo meu pescoço, depois para o colo, passam direto pelos meus seios e vão para o estômago, onde deixa um beijo. Acompanho cada movimento atentamente. Com a mesma atenção que recebi quando me esfregava nos lençóis. E então, sua boca encontra o ponto alto, que salta, rígido, molhado, que implora por sua língua. Suas mãos brincam com os meus mamilos, o que deixa toda brincadeira ainda mais gostosa. Depois disso não me lembro de muito. Me lembro de atravessar o paraíso e desmaiar.
A manhã seguinte soa como a luz no fim do túnel que as pessoas dizem ver quando estão a beira da morte. Meus olhos ardem. Queimam. Minha cabeça lateja graciosamente. É tudo muito sútil. Leve. Como se eu já tivesse sido medicada. E minha teoria se comprova ao ver compridos e um copo d'água ao lado da cama. Lana deve ter me dado algum momento durante a madrugada. Não me lembro.

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It hurts to love you
RomanceLana e Marina se conhecem desde crianças. Cresceram dentro dos braços uma da outra, até que uma delas, Lana, decidiu seguir seu coração. Decidiu seguir a música. Anos após sua partida, Marina se reergueu, conseguiu construir uma vida feliz ao lado d...