A CASA DA MOEDA DA ESPANHA | 02

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Depois de longos doze anos, Jade ainda lembra daquele trágico dia como se fosse ontem. Em um único dia, a mesma descobriu que sua mãe tinha uma doença terminal, o menino que ela gostava, não queria chegar nem perto dela, e o seu pai, que ela nunca tinha visto antes, resolveu aparecer.

Não foram anos fáceis para Jade. Berlim não era um péssimo pai, ou um péssimo ser humano. Ele é realmente meio escroto, meio babaca, mas com quem ele amava, ele dava tudo de si.

Sua relação com Jade, era estável, eles tinham muitas desavenças por conta do jeito de ambos, ambos são 'cabeça dura'. Mas ele sempre dava de tudo para Jade, a mesma conhecia uma versão do pai, que ninguém conhecia.

Ela e Sérgio, são as únicas pessoas que Andrés confia, ele mata e morre por eles.

Jade costumava participar dos assaltos com seu pai, sempre rodava na cabeça dela "O que será que minha mãe está achando?" Já que um dos motivos para Jade demorar tanto a ter um pai, foi justamente por isso, Alana não queria que a filha entrasse para esse mundo.

E então Sérgio decide colocar o plano: Assalto a Casa da Moeda, em prática.

Ah, e se você acha que a Jade parou de usar a corrente com o nome de Aníbal, você está completamente enganado.

Ah, e se você acha que a Jade parou de usar a corrente com o nome de Aníbal, você está completamente enganado

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Jade de Fonollosa | Viena
Cinco meses antes do roubo.
12:40 pm

Estávamos meu pai, meu tio e eu, almoçando no restaurante favorito de papai.

Enquanto a comida não chegava, meu pai e meu tio conversavam, enquanto eu mexia no meu celular.

— Jade, meu bem, seu tio e eu decidimos colocar em prática o nosso plano da Casa da Moeda, com bilhões de euros envolvidos, você vai querer participar? — Meu pai pergunta animado enquanto olha nos meus olhos. Eu sei que esse sempre foi o sonho do meu pai.

Não o sonho dele, mas era um dos. Ele pergunta "você vai querer participar?" como se estivéssemos decidindo o que fazer nas férias.

— Você não precisa ir se não quiser, pode ficar do lado de fora comigo, Jade, não faça nada contra sua vontade — Meu tio diz.

Por mais que ele e meu pai não fossem extremamente próximos, Sérgio sempre me tratou como uma filha.

— Eu vou, eu quero ir. Mas, eu quero ter uma função importante lá dentro — Eu digo enquanto meu tio, Sérgio, me olha.

— Tudo bem. Você ficará no comando, junto de seu pai. — Meu tio diz animado. — É bom que você esteja junto, se não, seu pai transformaria o assalto em uma chacina. — Meu tio diz e eu dou risada.

— Tenho certeza que mesmo eu estando lá, papai não se controlaria. Não seria de muito espanto caso ele queira matar alguém. — Falo e eu meu pai sorri irônico.

— Com certeza, filhinha. E então, um brinde à casa da Moeda da Espanha! — Meu pai diz enquanto estoura um champanhe para que brindássemos juntos.

Ele coloca em nossas taças, brindamos e bebemos.

— Mas tio, como nós iremos entrar lá? — Eu pergunto para meu tio que agora já estava mais animado do que nunca.

— Pela porta, ué— Meu pai responde com sarcasmo.

— Nossa pai, você jura? — Pergunto com certa ironia.

— De diversas formas, uma parte do grupo irá entrar como se fossem pessoas normais, querendo ir ao museu, outros irão pela parte de trás, e outros por dentro do caminhão com o equipamento necessário. — Meu tio responde com animação.

Eu fico feliz que eles vão colocar o plano em prática, já que isso era uma ideia do meu avô. Antes dele ser morto, na frente do meu tio.

— Bom, e agora, seu tio vai ir procurar os outros, que irão fazer parte do assalto. Enquanto isso, filha, vamos resolver algumas coisas, como algumas medicações que eu preciso, e comida. — Meu pai diz enquanto se levanta.

—Certo, pai. — Eu digo me levantando. — Tchau tio, beijinhos, até depois. — Eu abraço meu tio para me despedir.

— Tchau, querida. — Ele diz, retribuindo o abraço.

Bom, eu já sabia desse plano, meu pai já havia me contado.

Eu estava um tanto quanto nervosa, esse seria o maior assalto de toda a minha vida! E nele, correria o risco de perder meu pai.

Meu pai tem uma doença degenerativa, que ele não vai ter mais de sete meses de vida. E eu decidi que ia, por ele, para termos mais um tempo juntos, e eu não o decepcionar.

Nós somos uma família, eles são tudo que eu tenho. Eu faço de tudo para mante-los comigo, tipo trocar tiro com a polícia, com meu nome em todas as notícias. Eu daria a vida por eles.

E caso eles morram, eu vou vingar eles. E se caso os policiais os prenderem, vou ir lá todos os dias da minha vida. Eles são tudo que eu tenho.

No caminho até a farmácia, meu pai e eu conversamos muito, sobre diversos assuntos diferentes. Eu amava quando eu tinha esses momentos assim, com ele, era como se não existisse o resto do mundo, era só eu e ele.

Depois de sairmos da farmácia, fomos até o mercado, comprar comida para passar alguns meses na casa.

— Quem compra sardinha enlatada? — Pergunto vendo a sardinha nas prateleiras.

— Tem gosto para tudo. — Papai responde e eu dou risada.

— Precisamos comprar o básico.. — Falo e caminhamos até o corredor das frutas.

Pego um pouco de cada fruta que havia ali, e coloco no carrinho, enquanto isso, meu pai pegava cerveja, espumantes e tequila.

LA PASIÓN DEL NIÑO - Rio & VienaOnde histórias criam vida. Descubra agora