MUSEU DA CASA DA MOEDA | 06

1.6K 144 30
                                    

UM MÊS antes do assalto na Casa da Moeda.
Viena.

Bom, falta literalmente um mês para o assalto na casa da moeda. Vou resumir como que foram esses últimos meses.

Eu fiquei com Denver, sim, eu sei, "nada de relacionamentos pessoais", mas rolou, e eu não me arrependo nem um pouco! Fiquei, e ficaria novamente.

Eu não sinto nada por ele, pelo contrario, ele se tornou muito especial para mim, eu o considero bastante, mas não tenho cem porcento de confiança nele.

Desde que Rio me abandonou, eu perdi a confiança nas pessoas. ele me traumatizou.

Desde que ele não quis mais saber de mim, eu nunca mais quis me relacionar romanticamente com ninguém, era como meu pai dizia, "bum bum ciao".

Ele me prometeu que nunca iria sumir, que nunca iria me fazer chorar. E foi assim que nasceu as minhas inseguranças. Uma garota cheia de inseguranças.

Se hoje eu não consigo confiar em ninguém, se eu vejo coisa errada até aonde não tem, se eu não consigo me entregar, a culpa é dele. A culpa é toda dele.

Bom, e quanto a minha relação com o Rio? Péssima, bom, pela minha parte, ele parece que não lembra de mim, o que é uma puta sacanagem, eu ainda uso a corrente que ele me deu.

Mas pela minha parte, eu sou ignorante com ele, porquê, mesmo com tudo isso.. Eu ainda o amo. E se eu manter uma amizade com ele, eu só vou me machucar, mais e mais.

É difícil superar o primeiro amor.

Quando eu paro para reparar na situação que eu estou, eu estou deitada de cabeça para baixo na minha cama, refletindo o quão triste a minha vida é.

Toc, toc, toc. — Escuto batidas na porta do meu quarto.

— Entra! — Eu grito.

Nisso, adivinhem só quem entrou, exato! Aníbal. O motivo dos meus problemas.

— Oi. Professor tá te chamando lá fora. — Ele diz e logo sai.

Não dando tempo nem para que eu possa o responder, mas tudo certo. Eu que preferi assim, certo?

Quando eu estava saindo, eu vi a porta do quarto dele aberto, e ele estava lá dentro, sem camisa, não pude deixar de reparar, ele usava uma correntinha, eu não consegui identificar o que estava escrito, parecia a nossa..

Não, ele não usaria ela. Deve ser uma com a inicial de qualquer outra puta.

— Tá me admirando, Viena? — Rio diz, após reparar que eu estava literalmente a três minutos parada na porta dele.

— Se toca. — Eu falo isso e saio andando a procura do meu tio.

Eu procuro ele em todos os cantos, mas não o acho.

— Eii, Vi. — Nairóbi me chama.

— Oi, minha vida — Eu a respondo.

— Eu estou tão ansiosa para esse assalto.. — Ela diz enquanto se senta em uma cadeira.

— Ei, calma. Você vai conseguir achar seu filho, e vocês vão viver bem com a porra de bilhões de Euros na conta! — Eu exclamo enquanto fico de frente a ela.

Ela sorri.

— Eu não tenho certeza... A última vez que eu vi ele, ele ainda era bebê.. Por que caralhos eu deixei o meu filho para comprar drogas, porra. — Ela fala com os olhos cheios de lágrimas.

— Ei, tá tudo bem! Você errou, igual todo mundo erra, eu erro, o professor erra, o Denver erra.— Ela segura as minhas mãos. — Vai dar tudo certo.

Depois de uns cinco minutos assim, eu me lembro que o professor estava me chamando. E vou no único lugar que eu ainda não tinha o procurado. No quarto dele.

— Oii professor do meu coração. —Desculpa a demora. — Eu falo enquanto me aproximo dele.

— Achei que você tinha morrido no meio do caminho. — Ele brinca e eu dou risada.

— Você e Rio vão ter que ir hoje até o museu da casa da moeda, para analisarem a posição das câmeras. Já vai se arrumar para vocês irem. — Ele diz, eu concordo com a cabeça.

Chegando no quarto, eu tomo um banho super rápido, passo creme, óleo corporal e perfume. Coloco um vestido longo, bem chiquissima, e um salto também, passo um batom nude, e pronto.

Vou até o quarto de Rio chamar ele.

Quando ele sai, ele está vestido todo formalzinho sabe? Chegou a me dar um arrepio.

— Vamos? — Ele pergunta.

— Vamos. —

E então saímos.

Quando nós estávamos no carro, eu não pude deixar de olhar para ele, quando vi a corrente. Era a nossa corrente. Tinha o J de Jade..

— Quem é J? — Eu perguntei olhando para a corrente.

— Jade. Uma garota aí. — Ele realmente não me reconhece? — Éramos crianças. Ela lembrava você. Era branquela, tinha um cabelo preto, curtinho. Mas ela saiu de onde nós morávamos. — Ele acabou de me definir, sem saber que estava me definindo.

— Complicado. — Eu falo e começo a olhar para frente.

Quando nós chegamos, nós ficamos de mãos dadas, tínhamos que fingir ser um casal.

Por um momento nós nos separamos, e um homem, bem feinho, chegou em mim.

— Oi, linda. Precisa de alguma ajuda? — Ele dizia enquanto encostava suas mãos imundas em mim.

— Não. Ela não precisa. Ela já está acompanhada. — Rio disse enquanto me abraçava de lado, e deu um beijo na minha cabeça.

— Ah desculpe, senhor.. — O homem diz.

— Não é para mim que você precisa pedir desculpas. — Rio diz enquanto me puxa pela cintura para irmos até o salão principal. — Estão nos olhando.. Me beija. — O que?

— Que?— Eu pergunto.

— Fica quieta. — E ele me puxa para um beijo.

Puta que pariu. Que beijo. Era um beijo calmo, com delicadeza. Era como se nós dois quiséssemos esse beijo a muito tempo. Finalizamos e beijo, ficando um tempo com nossas testas grudadas, até que ele me deu um último selinho.

— Eu nunca mais quero olhar na sua cara. — Eu falo enquanto ainda estamos cara a cara. — O problema é que eu beijo de olhos fechado. — Nem eu sei o que me deu para falar isso.

LA PASIÓN DEL NIÑO - Rio & VienaOnde histórias criam vida. Descubra agora