TIRO CERTEIRO | 15

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29 Horas desde o começo do assalto.
Jade | Viena

Moscou cavando conseguiu chegar até aonde tinha terra dentro do cofre. Quando eu cheguei lá, estava ele, Tóquio e Oslo comemorando.

—O BELLA CIAO, BELLA CIAO, CIAO, CIAO— Todos cantávamos com felicidade.

Meu pai chegou cantando, quando viu a terra ali, ele sorria feito criança e me abraçou.

— Nós estamos conseguindo, filha! — Ele falou sorrindo no meu ouvido.

Enquanto isso, Nairóbi produzia milhões de euros por hora.

O resto do grupo chegou, e todos nós dançávamos e cantávamos com felicidade.

...

Estava tudo caminhando perfeitamente bem, até que simplesmente, uma das refens estava com um celular dentro da calcinha. Meu pai viu, e mandou Denver dar um fim nela.

— Berlim. — Eu grito ele enquanto entro no escritório dele. — Você está louco? Quer botar tudo a perder, pai? O Denver matou uma refém. E a porra da regra? — Eu tento manter a calma.

É um pouco contraditório eu discutir com meu pai por conta disso, até porquê eu quase matei Alisson, mas, diferente do meu pai, eu tinha noção que isso iria acabar com o plano do meu tio.

Eu sei o quão importante esse plano é para o meu tio. Por mais que a vontade nunca faltou, nunca matei ninguém.

Por incrível que pareça, eu realmente não tenho coragem de acabar com uma vida.

Eu sei que fui uma filha da puta a vida inteira, e não poderia foder com um plano da minha família, seria egoísmo da minha parte.

— Você preferia o que? Que ela nos entregasse para a polícia, filhinha? — Ele me olha com sarcasmo.

Como eu não estou afim de brigar com ele, eu apenas saio da sala batendo perna.

Nisso, quando eu chego no salão principal, Moscou simplesmente iria se entregar, e quando eu vejo isso, eu saio correndo atrás dele. Denver chega a tempo, e o puxa, e então começa uma troca de tiros. E eu continuo dando tiro à queima roupas.

— Pai, pai! — Denver gritava com o mais velho.

— Ele precisa tomar um ar, calma, de espaço, alguém pega água com açúcar, porra! — Eu começo a gritar.

Denver e eu decidimos que o melhor seria deixar o moscou tomar um ar, lá em cima.

— Denver, chama o Rio para ir com vocês, e separa alguns refens, para disfarçar. — Eu dou a ordem.

— Temos que falar isso com Berlim. — Ele fala com um receio do que meu pai acharia.

— Eu estou mandando, que se foda o que o Berlim vai achar. É pelo bem do seu pai. — Eu falo e ele faz o que eu mandei.

Nisso eu vou atrás de meu pai, que estava na sala aonde nos comunicávamos com o professor.

— Berlim, Moscou precisava tomar um ar, e então eu mandei eles se misturarem com os refens la em cima. Moscou não está nada bem.— Eu falo enquanto me sento.

— Está louca, Viena? Eu não permiti isso. — Ele fala com raiva, se eu não fosse filha dele, ele com certeza me mataria aqui e agora.

— Mas eu permiti! Pai, se eu estivesse com falta de ar, passando mal, você não iria tentar me salvar de todos os jeitos? — Eu pergunto enquanto me levanto.

— Tudo bem. Você tem um ponto. — Ele até que enfim me entendeu.

...

Arthuro foi atingido por um policial, Denver e Moscou desceram com ele, e o colocam deitado sobre uma mesa.

— Bom, por mim eu deixava ele morrer, ele me irrita. Mas, como o professor disse, não pode ter mortes. Aqui não tem a porra dos materiais necessários, não tem como eu salva-lo. — Eu falo enquanto olho para Arthuro.

— E aquele lance que você fez com o braço do Rio?— Tóquio pergunta.

— O tiro no Rio, foi de raspão, eu só precisava estancar o sangue. No Arthuro, o tiro foi certeiro.. Precisaria de anestesia geral e alguns antibióticos, e eu ainda teria que fazer meio que uma "costura" para fechar e cicatrizar. — Eu explico, e ela balança a cabeça, como uma forma de dizer "entendi".

— Irá vir uma equipe de médicos aqui dentro. — Meu pai fala. — Viena, aciona o plano emergência.

Plano emergência era basicamente preparar o local para quando a polícia entrasse, só meu pai, professor e eu sabíamos desse código, nisso, levei os refens para uma outra sala, e separei as máscaras diferentes para caso algum polícia tentasse entrar disfarçado.

Quando eu estava terminando de lavar as minhas mãos, Denver chega correndo no banheiro.

— Vi, me ajuda, por favor. — Denver chega em mim.

— O que foi, amigo? — Eu pergunto.

— Berlim pediu para eu dar um fim na Mônica, mas eu não poderia fazer isso, e então, eu dei um tiro na perna dela. Me ajuda no que fazer, por favor. Só não fala nada para ele, eu sei que vocês são próximos. — Ele praticamente súplica.

— Tudo bem. Aonde ela está? — Eu pergunto e ele me leva até o cofre.

— Oi, Mônica. Sou Viena, sou uma das pessoas que estão no comando. Se você tentar alguma gracinha, eu sou a única que tem carta branca para matar alguém aqui dentro. — Eu me apresento enquanto entro no cofre.

Ela me olha com um certo... medo. Gosto disso.

Moscou estava do lado dela.

— Viena, o que você acha? — Ele fala se referindo ao tiro na perna dela.

Eu dou um analisada.

— Eu vou precisar de alguns materiais, Denver, os médicos que vão cuidar do Arthuro chegaram. Tenta pegar esses materiais para mim. — eu anoto em um caderninho que tinha ali, e entrego ao Denver.

— Espera, Arthuro? O que aconteceu? Ele tá bem? — Mônica pergunta.

— Ele levou um tiro da polícia. — Eu respondo. — Denver, quando você conseguir me chama. Estou resolvendo umas paradas.

Ele balança a cabeça e eu volto até aonde estavam os nossos materiais de trabalho, logo eu pego as máscaras diferentes e Rio chega.

— O que são essas máscaras? — Ele me pergunta. Depois de um bom tempo sem nos falarmos.

— São especiais para caso algum policial entrasse camuflado aqui dentro, professor falou que tem uns dois tentando entrar pela tubulação. — Ele faz uma cara de surpreso. — É verdade que os policiais conseguiram te identificar por conta do vídeo da Alisson? — Eu pergunto e ele afirma com a cabeça. — Bem feito. Ninguém mandou confiar nessa putinha. Você ia me dar um tiro, por causa dela. — Ele abaixa a cabeça.

— Você sabe que eu não teria coragem. Eu já falei, e vou repetir, todas as vezes possíveis até você entender. Eu. Te. Amo. — ele fala olhando no fundo dos meus olhos.

— Pega essas máscaras. Entrega para a equipe. — Eu falo mudando de assunto.— Rio, outra coisa. Se eu te pegar olhando para qualquer outra mulher aqui dentro. — Eu me aproximo dele. — Você não vai ter olho nem para mim, porquê eu vou arrancar os dois! — E ele da um sorriso.

— Tá certo, dona! Olha isso. — Ele fala e me entrega uma escuta que estava em um dos médicos.

— Raio? É como seus pais te chamavam.. — Eu falo e olho para ele.

— Tem alguma coisa aí dentro? — Eu pergunto e ele balança a cabeça e vai até o banheiro.

LA PASIÓN DEL NIÑO - Rio & VienaOnde histórias criam vida. Descubra agora