CINCO DIAS | 09

1.3K 123 19
                                    

Cinco dias antes do assalto na casa da moeda
Jade | Viena

Faltavam oficialmente cinco dias para o grande dia. Seria basicamente o dia que ficaria marcado na história da porra desse país.

Eu estava caminhando um pouco em volta da casa, até que eu me sento, só para pensar um pouco na vida. Mas logo vieram milhões de pensamentos.

E se o seu pai morrer? E se você conseguir e ficar bilionária? E se o seu tio morrer? E se você conseguir realizar o seu sonho de morar em uma mansão?

Era como se tivesse um diabinho e um anjinho, um em cada canto do meu ouvido.

— Eai, assassina cruel. — Denver fala enquanto se senta do meu lado.

—Assassina cruel?— Eu pergunto.

— É. Você acaba com o coração de todos. — Ai meu senhor.

— Meu pai. — Eu falo rindo da cara dele.

— Seu pai acaba com o coração de todos? — Denver pergunta enquanto me olha incrédulo.

— Puta merda, Denver. Eu falei meu pai no sentido de você só falar merda. — Garoto lerdo.

— Ah ta. — Ele acende um cigarro e encosta a cabeça no meu ombro. — Você ja pensou em ter filhos? — Ele me pergunta, e vira a cabeça para me olhar.

— Era o meu sonho ter filhos. — Eu falo enquanto continuo olhando para o horizonte.

— Era? Por que não é mais ?— Sinto meus olhos lacrimejarem.

— Eu não posso engravidar, tenho uma doença.. Ela faz o crescimento de um tecido anormal semelhante ao endométrio, fora do útero, em locais próximos como peritônio, ligamentos uterossacros, ovários e tubas uterinas...— Eu falo enquanto sinto as lágrimas escorrerem.

— Eu sinto muito, Vi! Me desculpa por ter perguntando— Ele tira a cabeça do meu ombro, e me abraça.

— Tá tudo bem. — Eu falo e abraço ele novamente, e dou um beijo na testa dele. — Como está sua vida amorosa, amigo?— Eu pergunto para mudar de assunto.

— Péssima — Ele responde a pergunta. — E a sua?—

— Pior ainda. Se nós não conhecermos ninguém, nem nos casarmos até os trinta e cinco, vamos nos casar! — Eu falo.

— Eu e você? — Ele pergunta.

— Sim, ué. Pelo menos nós ja vamos ter casado, e não iremos morrer solteiros. — Ele da uma risada e batemos nossas mãos.

— Então ta certo, futura esposa. — Ele fala brincando.

Denver e eu ficamos horas conversando, até que Moscou chama ele para ajudá-lo com alguma coisa que eu não consegui escutar. E quando eu iria fumar um cigarro, uma mão vai e tira o meu cigarro da minha boca.

— Tá louca, porra? — Meu pai fala enquanto apaga o cigarro. — Você não vai fumar, Jade de Fonollosa.

— Não posso fazer mais nada tambem, que saco. — Eu reclamo enquanto ele se senta.

— Você está pior que criança.— Ele fala me olhando e eu balanço os ombros.

—Jade.. Filha, quer treinar mira? — Ele pergunta e eu logo abro um sorriso.

—Quero!— Ele se levanta e me ajuda a me levantar.

Meu pai arruma uma espécie de stand de tiro, e eu acerto quase todas as vezes. Mas quando o meu pai afastou um pouco mais o urso, eu comecei a não conseguir.

— Imagine que é alguém te magoou. — Meu pai aconselha.

Pensei no Rio, e não, eu não consegui acertar, pelo contrário, comecei a tremer.

— Não consigo, pai. — Eu falo e ele vem até mim.

— Tudo bem, meu bem. — Ele fala e vem até mim me dar um abraço.

— Te amo, pai. — Eu falo e encostou minha cabeça no ombro dele. — Será só nós, sempre. — Eu falo e ele beija o topo da minha cabeça.

Depois disso, eu vou até dentro de casa, e como um pão com creme de avelã.

Quando eu vou para a sala, todos estavam reunidos, conversando.

— Olha a minha futura esposa aí. — Denver fala e eu me sento ao lado dele.

— Que história é essa de futura esposa? Nada de relacionamentos pessoais aqui dentro! — Meu tio fala.

Meu pai e Rio me olham com uma cara de que a qualquer momento poderiam me fuzilar.

—Bem, nós não namoramos, nem temos nada.. Masss, caso até os trinta e cinco anos nós ainda não tivermos achado ninguém, a gente vai se casar. — Eu falo rindo e olhando para meu pai.

— Ah sim. — Professor responde, e meu pai segue encarando Denver.

— E o casamento será nas Maldivas. — Eu falo e Denver me olha.

— Disso aí eu não sabia. — Ele fala. — Eu prefiro em um lugar mais simples. — Problema seu.

— Mas quem não tem dinheiro, para ir em um casamento nas Maldivas?— Meu pai fala.

— Nairóbi, muda de assunto. Se não eu vou bater nele.— Tóquio diz.

— E nós somos só amigos! — Eu afirmo enquanto abraço Denver e continuo dando risada.

LA PASIÓN DEL NIÑO - Rio & VienaOnde histórias criam vida. Descubra agora