DOSES DE TEQUILA | 04

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Viena | 5 meses antes do assalto.

Agora nós estávamos em uma aula que estava ensinando o que fazermos caso levássemos um tiro. Nisso, Tóquio estava desenhando no Rio, que estava deitado sobre a mesa.

— Vai demorar muito? Daqui a pouco meu pau começa a ficar igual ao do Helsinki. — Rio diz dando risadas.

— Ei! O que tem o meu dingolingo? — Helsinki responde. — Você tá querendo ver o meu dingolingo é?— Nisso, todos nós que estávamos na sala começamos a rir.

— Bom, acabei. — Tóquio diz após tampar a canetinha.

— E agora? Quem pode ser o próximo? — Professor pergunta.

— Bom, alguém quer ir? Você quer ir? Não? Ótimo, então eu vou. — Eu digo isso e me deito na mesa enquanto tiro a camisa, ficando só com um top de academia.

— Que bela morena. — Diz Denver, e Rio concorda dizendo um "É.".

Quem faz os desenhos em mim é Nairobi, até que ela vê uma cicatriz que eu tenho um pouco abaixo do meu umbigo, quando ela vai afastar um pouco o short, para ver melhor a cicatriz, eu dou um tapa na mão dela.

— Tá louca porra? — Eu digo isso enquanto me levanto e fico cara a cara com ela.

— O que aconteceu? — Meu tio pergunta.

— Essa lésbica aqui, querendo ver além do que deve. — Eu digo encarando ela.

— E você ficou toda arrepiadinha até lá em baixo. — Ela diz debochando.

Eu não me seguro, e eu apenas vou para cima dela. Mas aí as pessoas ao nosso redor começam a nos separar.

E, bom, foi assim que começou a nossa amizade.

Mais tarde nesse mesmo dia..

Nós estamos tendo tipo uma espécie de comemoração, meu pai e meu tio já foram para os seus quartos, normal, idoso cansa rápido, moscou também já foi dormir, e então eu decidir colocar uma músicas para dançar com Nairóbi e Tóquio.

Eu parei um pouco de dançar, e comecei a beber, bebi até um pouco mais do que deveria, até que Nairóbi me puxa até aonde eles estavam.

— Você está bebada, Vi. — Nairóbi afirma enquanto me vê andando cambaleando.

— Antes bebada do que apaixonada. Por quê para mim acreditar no amor não faz mais sentido. De copo sempre cheio, coração vazio.. — Eu falo rindo..

— Oh céus, o que eu fiz para merecer escutar mulher bebada falando nada com nada? — Nairóbi diz brincando.

Estava, Tóquio, Nai e eu sentadas em volta da fogueira, um pouco atrás da gente, estava Rio e Denver. Até que eu escuto Denver falando:

— Eu tenho uma quedinha na Viena. — Eu sorrio quando escuto isso.

— Pois levante. — Rio responde, e eu me seguro para não rir.

Depois de umas doses de tequila, eu já não estava nem respondendo por mim, já tinha perdido todo o pingo de vergonha na cara que eu tinha, e nem era muito.

Não sei se já falei, mas a minha tia Mary, a mesma que me deu a notícia que a minha mãe morreu, era brasileira, e então em todas as minhas férias escolares, eu ia visitar ela no brasil, e então eu aprendi um pouquinho do idioma deles, o português, e fiquei simplesmente apaixonada nos funks!

E então eu falei para a Tóquio e Nairóbi que eu iria colocar uma música muito foda, que elas nunca tinham escutado antes.

Coloquei os melhores funks, e comecei a mostrar os meus talentos como dançarina, rebolar não é tão difícil, minha prima Júlia me ensinou.

Isso me lembrou do carnaval que eu passei lá quando tinha quinze anos, meu pai estava em um assalto, e eu aproveitei para ficar com a minha prima no Rio. Puta coincidência. Mas que esse foi um dos melhores dias da minha vida, foi.

E então, eu comecei a dançar os funks, que me lembram da minha época de adolescente.

Nunca me diverti tanto! De verdade.

— Caralho. — Denver dizia enquanto me olhava dançando, e aí Rio deu um tapa no braço dele.

— Uau, como que você faz isso? — Tóquio me perguntou. E então eu ensinei para ela.

Eu sabia que quando eu acordasse, eu iria estar com uma puta resseca, e meu pai e meu tio iriam me matar. Mas foda-se, só se vive uma vez.

Depois de muito dançarmos, eu estava me sentindo muito enjoada, e então corri até o lado de dentro para vomitar.

Nisso, Rio foi atrás de mim. E eu senti que iria jogar até as minhas tripas pra fora, nunca passei tão mal.

Ele segurou meu cabelo, para me ajudar a apoiar no vaso, para vomitar.

LA PASIÓN DEL NIÑO - Rio & VienaOnde histórias criam vida. Descubra agora