OTARIO | 08

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Rio e eu acabamos de chegar novamente na casa em que nós estamos estudando o assalto. Quando nós entramos na sala, Denver, Tóquio e Nairóbi olharam para gente com uma cara tipo "a gente sabe que rolou."

Eu não quis ficar para escutar, eu apenas fui até o meu quarto. Quando eu me olhei no espelho, eu estava toda borrada de batom.. Bem, agora faz sentido porquê eles nos olharam com aquela cara.

Eu pego umas rodelas de algodão e demaquilante, e retiro todo o batom borrando, me sento na cama, e pego um livro de romance que eu estava lendo, porém, não deu dez minutos que eu estava lendo, que eu desisti de ler.

Isso pode até ser um pouco de egoísmo, mas, para que eu vou querer ver um casal se amando? Eu não dou certo nem com uma porta.

— Ei, Viena, podemos conversar? — Rio bate na porta.

— Não, não podemos. Sai daqui, eu não quero te ver mais na minha frente! — Eu falo enquanto me levanto da cama só para fechar a porta na cara dele.

Mas quando eu estava fechando, meu pai apareceu e segurou a porta.

— Viena, preciso falar com você. — Ele fala e olha para Rio como uma cara do tipo "vaza daqui".

Eu dou espaço para ele entrar no quarto.

—Viena, meu bem, você está tendo relações com o Rio? — Ele pergunta me olhando sério.

— Claro que não, né Berlim! Ele é infantil, e não faz meu tipo. — Eu falo enquanto me sento na cama.

— Eu não sou bom nessas coisas de amor, afinal, já tive cinco casamentos que deram errados.. — Ele fala enquanto se aproxima de mim. — Mas a única certeza de amor que eu tenho, filha, é você! E eu quero que você seja feliz, até se for com o moleque do Rio. — Ele diz. — Mas se ele te magoar, me avisa que eu mato ele!. — Eu dou risada.

— Não pai, eu realmente não tenho nada com ele. — Eu falo e meu pai acente enquanto sai do quarto.

Aníbal | Rio

— Olha, vou te explicar. — Eu falo com o cabeça de vento do Denver.

...
Alguns anos atrás..
— Oi Rio. — Maddelyn diz enquanto se aproxima de mim. Eu tinha acabado de chegar na escola, e Viena ainda não havia chegado.

— Oi, Maddelyn. O que você quer? — Eu pergunto.

— Olha, eu vi ontem a Viena jogando fora a correntinha que você deu para ela.. Afinal, ela gosta do Jacob. Ele até deu uns chocolates para ela. — Quando a Maddelyn disse isso, eu senti meu coração se partir em mil pedaços.. Eu gostava dela de verdade.. Mas ela gosta do Jacob. Ele é mais bonito? Mais inteligente?

Quando eu entro na sala, Viena já estava sentada aonde nós costumávamos sentar. Mas eu decidi sentar longe dela. Não queria me chatear mais.

Mais tarde nesse mesmo dia, depois das aulas, Viena chegou em mim, para perguntar o que tinha acontecido. Mas eu fui grosso com ela, e deixei ela falando sozinha.

Quando eu cheguei em casa, a minha mãe falou que ela tinha se mudado, sem motivos aparente. E foi isso.
...
Até que hoje, quando nós tivemos que sair para ir no museu da casa da moeda ver a posição das câmeras, a gente se beijou.

Tinham uns seguranças nos encarado.. Então eu puxei ela para um beijo, e então eu fui brincar com ela, e ela fala "esse é o seu problema, Rio", só que no lugar do Rio, ela falou meu nome..

E aí no carro ela falou tudo que tinha acontecido, e desde então ela está me ignorando.

— Então vocês já se conheciam, e você beijou ela? — Denver me pergunta tentando assimilar tudo que eu estava contando para ele sobre Viena.

— É, basicamente isso.. — Desde que isso aconteceu, ela não teve mais nada sério com ninguém. — Eu falo.

—Deve ser porque você vacilou muito com ela, né.— Denver responde com ironia.

—Lembro que eu prometi que não ia sumir, não ia te deixar e nunca ia fazer ela chorar. Juntou um pouco de falha no meu caráter, com a imaturidade da minha parte— Eu falo.

— Você vacilou com ela, porra, acreditou na menina que ela odiava. — Denver olha para ela, que estava sentada conversando com Nairobi.

— Se hoje ela não consegue confiar em ninguém, vê coisa errada até onde não tem, não consegue se entregar, a culpa é minha! A culpa é toda minha
Se hoje ela é fria, eu que esfriei.. — Eu falo enquanto olho para cima.

— Você é otario. Ela é uma mulher da porra. Olha meu amigo, você que me desculpe, mas se ela me desse chance de termos algo sério, eu iria. Ela é foda. — Talarico, meu Deus.

— Pode me chamar de otario, eu sei que eu sou.. —

Depois de falar com Denver, eu subo até o meu quarto, e abro a minha mochila.

Eu trouxe na minha mochila, uma pequena caixa, com fotos.. Fotos minhas com minha família, e com ela, Jade ou Viena.

Eu tinha guardado as nossas fotos, e até mesmo as nossas cartas, que nós trocávamos durante as aulas quando nós éramos crianças.

Quando eu olho as fotos, eu sabia que eu poderia fazer diferente agora, reconquistar ela, não seria nem um pouco fácil, mas não seria impossível.

Eu quero fazer tudo diferente, poder realizar nossos sonhos de criança, como o sonho de ter um filho, por exemplo. Ela falava que o sonho dela era ser mãe, em sempre me mostrava as bonecas dela, que eram as filhas dela.

Todas as "filhas" dela, começavam com as nossas iniciais.. Como se nós fôssemos uma família.

Eu sabia que ela nunca havia conhecido o pai dela, e que ela tinha um sonho de ter a própria família, para os filhos dela não sentir o que ela sentiu por não conhecer o pai.

Por mais que ela me falasse que não ligava mais para o pai, e que ela não se importava, eu sempre soube que ela queria ter tido um pai presente na vida dela.

Como a mãe dela trabalhava durante a tarde, ela ficava na minha casa, minha mãe era a babá dela.

LA PASIÓN DEL NIÑO - Rio & VienaOnde histórias criam vida. Descubra agora