5 Meses antes do assalto
VienaAníbal me joga na cama, era uma mistura de fofura com brutalidade. Era como se nós tivéssemos essa ligação de outras vidas.
O choque de nossos corpos, era como uma boa música, que eu nunca mais queria deixar de escutar.
A nossa conexão, que passou de uma amizade de infância, poderíamos não sermos um par romântico, mas, ninguém disse nada de par para as foda.
Ao mesmo tempo que trocamos carícias, ele me beija, e beija o meu pescoço. Eu não perco tempo, e tiro a sua camisa, que escondiam os seus músculos, e arranho suas costas. Era tão bom.
Até que eu acordo.
Porra, isso tudo foi um sonho?
Quando eu olho para os lados, não tinha ninguém no quarto alem de mim.
Eu estou com uma puta dor de cabeça, mas justamente, na minha mesa de cabeceira, tem um remédio para dores. Mas, eu não lembro de tê-lo colocado ali..
Olho para o relógio na parede, são quatro horas da manhã. Eu fui dormir e era meia noite e pouca.
Bom, pelo menos não me atrasei para a aula. Certamente, meu pai e tio me matariam.
Eu me mataria só por ter tido a porra de um sonho exótico com o moleque que quebrou meu coração.
Bom, eu arrumo a minha cama, e vou tomar um banho, aproveito para relaxar um pouco. Quando eu saio, coloco um short e uma blusa mais curtinha. Aproveito para cuidar do meu cabelo. Não é porquê eu estou me preparando para um assalto, que eu iria deixar de cuidar do meu cabelo, certo? Certo.
Faço uma simples maquiagem, eu sempre fui muito vaidosa em questão de cuidar de mim mesma, sempre comprei muitas coisas de cabelo, maquiagens, cremes, roupas e essas coisas.
Depois disso, eu vou até a cozinha, para pegar um copo d'água.
— Você está melhor? — Me assusto quando uma voz de homem aparece atrás de mim.
Quando eu me viro, era Rio.
— Sim. Você que deixou o remédio em cima da mesa? — Eu pergunto me virando para ele.
— Foi. De nada. — Ele diz enquanto pega um copo.
— Obrigada, de verdade. — Eu digo depois de colocar água no meu copo, ele faz sinal pedindo para eu colocar água no copo dele também, e então eu coloquei.
— Que evolução, você calminha perto de mim. Consegui domar a fera? — Ele pergunta dando um sorriso.
—Sonha um pouco menos, Rio. — Eu falo enquanto dou dois tapinhas no ombro dele, e saio andando.
Enquanto eu estava andando por volta da casa, eu avistava aquela paisagem, enquanto escutava uma música.
As horas passaram como um raio,já eram seis horas, geralmente as aulas eram seis e meia, eu aproveitei e já fui até a sala de aula, chegando lá, logo avistei o meu tio.
— Oii, ti- Professor. Tudo certo? — Eu iria chamá-lo de tio, mas seria muito arriscado, vai que mais alguém estava lá. Não podemos arriscar.
— Oi Viena, o que faz acordada tão cedo? Caiu da cama? — Ele pergunta sorrindo.
— Sim.. Eu estou com o coração a milhão, por conta do assalto.. — Eu olho para os lados, para garantir que não tem mais ninguém por perto. — Eu já perdi a minha mãe, e meus avós, e se eu perder meu pai e você?— Eu pergunto um pouco apreensiva.
— Ah Viena, você sabe, que acima de tudo, somos uma família, e eu prometo, que eu e seu pai jamais iremos te abandonar, eu te considero uma filha. — Eu fico tão feliz de saber que pelo menos duas pessoas me amam de verdade..
— Professor, eu prometo à vocês, que eu faço de tudo por vocês.. Até coisas que eu nunca fiz, tipo trocar tiro com a polícia e ter minha cara estampada na porra de todos os jornais desse país. E se fizerem qualquer coisa com vocês, eu juro que eu vou vingar vocês. — Quando eu falo isso, percebo que meus olhos já estão cheios de lágrima, mas eu seco as lágrimas com os meus dedos.
Meu tio me olha também com lágrimas nos olhos. Nós somos a nossa única família, só temos uns aos outros. Nós três sempre.
— Eu te amo, sobrinha. Você e seu pai são a minha única família. — Quando ele diz isso, eu o abraço.
Ficamos uns trinta segundos abraçados, e então eu me afasto e digo:
— É melhor pararmos com esse papo de família, se não alguém pode chegar.— E dou uma risada.Ele ri concordando. E eu logo me sento na minha cadeira, enquanto o pessoal vai chegando.
Depois de meia hora, meu pai ainda não chegou, e eu decidi descer para procura-lo.
Quando entro no quarto dele, eu o vejo deitado, vendo os remédios dele.
— Pai? Está tudo bem? — Eu pergunto enquanto fecho a porta.
— Oi, meu bem.. — Ele olha para mim.
Eu me sento ao seu lado na cama.
— Papai, você está sentindo algo? — Eu pergunto enquanto ele ainda me encara com seus olhos cheio de lágrimas.
— Filha.. Eu tenho menos de sete meses de vida.. Você já tem vinte e três anos, e eu só pude acompanhar doze anos da sua vida. Por onze anos você não teve um pai presente. Eu queria poder te poupar desse assalto, mas, vai estar nós três juntos. Eu, você e seu tio. Eu mato e morro por você.— Ele diz enquanto me abraça.
Quem vê aquele Berlim osso duro de roer, nem imagina que isso só não passa de uma capa para se proteger. Em seus cinco casamentos que deram errado, ele sofreu bastante.
Meu pai não é sempre assim não, ele está mais emotivo por conta de esse ser os últimos meses da vida dele.
— Pai, eu amo muito você, eu faço de tudo por você! Quando nós sairmos vivos daquele assalto, eu vou investir todo o meu dinheiro em cuidados para a sua doença, eu não quero te perder, eu te amo! — Eu começo a chorar. — Vamos, papai, já estamos perdendo muito tempo de aula. — Eu digo enquanto dou um sorriso.
— Vamos meu bem. — Ele levanta, seca os olhos, e ajeita a roupa e sai.
Eu me levanto e vou até o banheiro, passo um pouco de colírio nos olhos, e vou até a sala de aula.
VOCÊ ESTÁ LENDO
LA PASIÓN DEL NIÑO - Rio & Viena
Fanfiction❝ Cause we were just kids when we fell in love. Not knowing what it was. I will not give you up this time. ❞ Quem diria que um assalto poderia juntar um casal, que se amam desde à infância. Aníbal, mais conhecido como Rio, e Jade, mais conhecida com...