↠Cᥲρίtᥙᥣ᥆ 009↞

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As oferendas estavam feitas, três delas para ser exato, uma para cada Parca que Morpheus encontraria naquela noite, cada oferenda infelizmente não pode ser retirada do Sonhar, pois ele não tinha mais nada a oferecer no momento, assim como o seu mestre todo o reino se encontrava fraco demais para suprir as necessidades do Perpétuo.

Felizmente, Dream havia conseguido navegar entre as marés enganosas e traiçoeiras dos sonhos de seus sonhadores, pegando símbolos que ele esperava bastar para as Graças, algo que elas veriam com bons olhos.

Bons o suficiente para que estas lhe dessem algum tipo de auxílio, pois o ser reconhecia friamente que não havia qualquer chance de ter uma resposta direta e simples naquela situação.

Assim como os Seelies, as Graças eram seres que gostavam de falar muito sem dizer coisa alguma de fato, elas largavam as migalhas de pão e era apenas de sua responsabilidade encontrar o caminho correto.

Sendo assim, Morpheus tinha que saber muito bem, como e o quê perguntaria, pois, grande parte de seu ser ainda estava em uma batalha gigantesca por essa última questão.

Não restavam dúvidas de que o Perpétuo do sonhar ansiava por respostas sobre Melione, sobre onde ela estava, ou o motivo de ter abandonado o próprio reino de forma tão abrupta e nunca retornado.

Mas o ser também tinha responsabilidade com o seu próprio reino, deveria encontrar as suas ferramentas e concertar o que fora quebrado, restaurar o equilíbrio que havia ser perdido há tempos.

-Eu, mestre Morpheus, sonho dos Perpétuos, invoco as Graças, as Três que são Uma, a Uma que é Três. - A voz de Dream era como de costume arrastada, mais cansada do que nunca antes. - A Hécate.

Com um raio poderoso cortando os céus em meio a imensidão de uma escuridão sem brilho algum, três mulheres aparecem no deserto obscurecido pelo tempo.

A magia que elas emanavam era poderosa, mistérios, mas acima de tudo, perigosa, e elas sabiam disso. Todos os seres do universo, que continham ao menos um pouco de conhecimento sobre as verdadeiras guerras no universo, reconheciam aquilo.

-Morpheus, há quanto tempo. - Diz uma delas, a mais nova de aparência, com cabelos escuros e encaracolados, pele de avelã e olhos da mesma cor, tingidos ao redor por uma sombra negra e brilhosa.

O homem abaixa minimamente sua cabeça, em um sinal de respeito pelas Graças que escutaram o seu chamado e vieram até si de bom grado.

-Parece magro, querido. - Fala a outra, a do meio, com uma aparência um tanto mais velha quanto a mulher anterior, mas com as mesmas características marcantes. - Tem comido? Sente fome?

-Ele sente, mas não por comida. - A fala da terceira era um tanto mais dura e alta, sua pele enrugada pelo tempo, os olhos que um dia foram amendoados pareciam mais escuros, a cor castanha em seus cabelos dera lugar ao branco acinzentado.

As Graças eram três mulheres, com idades distintas, mas ao mesmo tempo que eram três, era apenas uma.

A mesma mulher em cada estágio da sua vida, a primeira ao atingir a sua maturidade, como se estivesse no início de sua vida, a segunda já estava na meia idade, com conhecimento sobre o mundo, mas ainda capaz de ser benevolente e enxergar sua beleza, já a terceira, e última, era o final, a velhice que chega com o conhecimento e a esperteza dos enganos no mundo ao seu redor, a dureza do tempo havia a transformado em alguém fria para suportar tudo o que viesse para si.

-Você quer algo. - Fala a mais velha, sem pudor em seu tom.

-Vocês descobriram. - Morpheus concorda sem receio, mesmo com a distância sua voz ia diretamente de encontro com os ouvidos das mulheres que o encaravam sem resquício de emoções. - Eu quero algo. Eu preciso de ajuda.

𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒓𝒆𝒂𝒎 𝒂𝒏𝒅 𝒕𝒉𝒆 𝑵𝒊𝒈𝒉𝒕 - 𝘛𝘩𝘦 𝘚𝘢𝘯𝘥𝘮𝘢𝘯Onde histórias criam vida. Descubra agora