↠Cᥲρίtᥙᥣ᥆ 019↞

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A voz da morte quase sussurrava nos ouvidos de Morgan, convidando-a para o seu reino escuro em um abraço frio

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A voz da morte quase sussurrava nos ouvidos de Morgan, convidando-a para o seu reino escuro em um abraço frio. 

Morgan observava o labirinto de plantas em frente aos seus olhos, como se as plantas estivessem vivas e com vontades próprias, suas paredes eram compostas por arbustos densos e escuros, quase impenetráveis ao olhar. 

Os ramos entrelaçados formavam uma rede complexa de sombras que se moviam e dançavam ao vento, como se estivessem sussurrando segredos antigos em uma teia de aranha inabalável. O caminho sinuoso seguia adiante, convidando-a a explorar cada vez mais o labirinto sem fim nem começo. Cada curva revelava segredos que evocavam um frio na espinha. 

O olhar de Morgan passa sobre seu ombro, a incerteza de que saberia voltar pelo caminho que Ellowen estava lhe levando preenchia sua alma aterrorizada e ansiosa. A constatação era clara, ela estava perdida, mas não apenas naquele labirinto, mas de uma forma mais ampla e poética também, porque Morgan não fazia a mínima ideia de nada que estava acontecendo no momento. 

Não havia luz do luar que penetrasse na espessa folhagem dos arcos do labirinto. Era quase claustrofóbico se envolver naquela escuridão assustadora. 
Aquela noite estava se mostrando a cada segundo um cenário de contos de fadas sinistro. A Stuart não ficaria muito surpresa e um dos galhos ao seu redor ganhasse vida e lhe enforcasse até a morte, com seus espinhos perfurando a pele sensível de seu pescoço. 

As flores que brotavam nos cantos mais sombrios tinham pétalas de um vermelho profundo, quase sanguíneo, e exalavam um perfume doce e inebriante que, ao mesmo tempo, atraía e alertava. 

No ar, pairava uma sensação de ser observada, como se olhos invisíveis seguissem cada um de seus passos. Ruídos estalar de galhos secos, o farfalhar das folhas–mantinham os sentidos da mulher em alerta, alimentando a tensão. Ainda assim, havia algo estranhamente convidativo, um magnetismo que a instigava a continuar em passos firmes, porém cautelosos. 

Morgan pensou por um instante que havia uma linha sendo puxada em seu peito, uma linha que parecia atrair para qualquer lugar do labirinto fantasmagórico. 
— Venho me questionando… — Ellowen deixa de andar, se virando para a morena de cabelos obscuros e cumpridos. — O que faria um humano tomar a coragem de invadir uma festa em um reino tão poderoso?

Aquele questionamento faz com que o ar ao redor de Morgan se torne tão denso que quase chegava a ser de fato palpável. 

— Um questionamento estranho a se fazer. — A tentativa de Morgan de manter o seu papel de Deusa parecia estar perdendo gradualmente o encanto, pois o sorriso de Ellowen era mais animalesco agora, mostrando seus caninos afiados o suficiente para lhe arrancar um pedaço de carne. 

— Me diga, todos os mortais têm um senso tão baixo de autopreservação? — Os passos da ruiva eram silenciosos contra a grama verde, como se não passasse de uma sombra taciturna. — Todos são… tão estúpidos quanto aparentam? 

𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒓𝒆𝒂𝒎 𝒂𝒏𝒅 𝒕𝒉𝒆 𝑵𝒊𝒈𝒉𝒕 - 𝘛𝘩𝘦 𝘚𝘢𝘯𝘥𝘮𝘢𝘯Onde histórias criam vida. Descubra agora