↠Cᥲρίtᥙᥣ᥆ 004↞

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Melione respira fundo após uma longa risada depois de ter terminado de escutar a história de como Talia, musa da comédia e festividade, faz um rei mortal da França se embebedar tanto em sua festa de coroação que deu todas as suas riquezas roubadas para o povo, o homem havia jogado muitíssimas joias e ouro pelas janelas do palácio e as entregado para os pobres famintos.

-O que aconteceu depois? - A Deusa questiona sentada na grama escura à luz da lua de seu reino.

-O pai do rei o desertou e o fez viver com os camponeses, mas a esposa dele me agradeceu de joelhos, pois pode se casar com o irmão mais novo dele. - Talia suspira muito contente pelo desfecho.

-O irmão por quem ela era verdadeiramente apaixonada. - Polímnia acrescenta depois de tomar um gole de vinho doce. - Ao menos ela teve uma história feliz.

-Mas um tanto trágica se analisarmos o cenário como um todo. - Melpômene lembra de forma perspicaz fazendo todas as mulheres ali concordarem com as cabeças. - Amor não é amor se não for trágico.

Não era sempre que as musas apareciam na Corte Noturna, mas a Night apreciava muitíssimo a companhia das mulheres ali.

As nove musas são compostas por mulheres lindas e esbeltas, cada uma com seu próprio propósito para com os mortais e com universo.

Seus vestidos brancos e esvoaçardes com detalhes em dourados, sandálias lindas de couro antigo e folhas de louros ao redor dos fios de seus cabelos eram capazes de fazer qualquer ser suspirar em admiração, até mesmo a Deusa que a acompanhava nas histórias e bebidas.

Clio era a Deusa da história, ela tinha cabelos num tom vermelhos escuros e quase sempre preferia se manter afastada do mundo mortal, tudo graças à maldição que Afrodite lhe lançou milênios atrás, quando reprovou o amor da musa para com Adônis, e depois fez com que seu coração ardesse de amor por um rei mortal da Macedônia.

A musa ainda parecia sentir falta do humano que acabou morto pela idade avançada.

Desde então ela se nega a chegar perto de qualquer homem, seja ele mortal ou não.

Melione consegue entender o motivo, ao menos em partes.

Érato era a musa da poesia lírica e erótica, diferente de Clio ela adorava se divertir com os mortais, homens ou mulheres. Ela junto de Talia, musa da comédia e festividade, Euterpe, musa da música, e Terpsícore, muda da dança, deveriam ser as três que mais iam para o mundo dos humanos na intenção de os encontrar e interagir com eles.

Ignorando quaisquer riscos que isso poderiam lhes causar.

Melpômene era a musa da tragédia, ela tinha olhos tão verdes quanto a mais rara das esmeraldas e cabelos tão escuros quanto os da Deusa que ali estava. A mulher descia a terra apenas em ocasiões especiais, quase sempre para dar a algum homem inspiração para um humano escrever contos que fariam muitos seres se debulharem em lágrimas.

Polímnia era a musa da poesia sagrada, seus cabelos louros e olhos ambas encantavam qualquer um com extrema facilidade, a mulher parecia sempre amenizar o clima entre as outras musas, umas discordavam fortemente de que as outras fossem ao mundo dos humanos e interagissem com eles, o que acarretou em milhares de brigas entre elas, mas em suma maioria era Polímnia quem acalmava os ânimos de todas.

Urânia, musa da astronomia sempre analisava todas as novas constelações da Deusa e comentava diversas coisas a respeito, ela que auxiliava os mortais a entenderem o que estava escrito no céu escuro.

Melione era muito grata a ela por isso.

E por fim existia a Calíope, musa da eloquência e da poesia heroica, diferente das outras a mulher estava sempre com seu pergaminho logo ao seu alcance, seus cabelos castanhos recaiam como cascatas ondulosas em suas costas descendo em direção a sua cintura marcada pelo vestido esvoaçante.

𝑻𝒉𝒆 𝑫𝒓𝒆𝒂𝒎 𝒂𝒏𝒅 𝒕𝒉𝒆 𝑵𝒊𝒈𝒉𝒕 - 𝘛𝘩𝘦 𝘚𝘢𝘯𝘥𝘮𝘢𝘯Onde histórias criam vida. Descubra agora