Capítulo 10

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Chocada que já atingimos 200 views. Muito obrigada <3

Agora se preparem, porque os capítulos seguintes tem só eita atrás de eita (decidam vocês se isso é bom ou ruim rs)

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     Trabalhar ao lado de Raquel não é tão ruim quanto eu pensava. Na verdade, é até bem gratificante. Continuo implicando com ela como se não houvesse amanhã, o que é bem recíproco por sinal.

     Todos os dias me sinto menos sã ao lado dela. Não sei se quero bater nela ou beijá-la até ficar sem fôlego. Sinto que é um pouco das duas coisas.

     Já estamos tentando tirar alguma informação do assaltante há mais de três semanas, contando com aquelas duas que Raquel ficou sozinha. Ele não se rende e eu preciso me manter concentrada para interrogá-lo, o que é muito difícil quando meu pensamento não sai da mulher ao meu lado.

     Apesar disso, ela é um cérebro ambulante. Adora ficar por trás das coisas pensando em como tudo vai funcionar. Eu gosto mais da ação. Se não fosse por ela, já teria batido na cara daquele moleque umas vinte vezes.

     Mesmo que ela prefira me deixar no comando do interrogatório, gosto que ela fique comigo, já que ela me impede de fazer coisas que eu me arrependeria depois, como por exemplo, bater nele.

     É que, porra, não é possível ele ficar de bico fechado esse tempo todo. O que será que tenho que oferecer a ele para que me fale algum mísero fato que seja? Ainda não sei, mas pretendo descobrir em breve.

     Aquele é mais um dia do caralho. Minha perna dói mais que o normal e quero xingar todos que me olhem de um jeito estranho. Raquel decide me irritar mais que o normal também e o assaltante, então, nem se fala.

     Poderia facilmente mandar todos à puta que os pariu e ainda seria pouco. Excepcionalmente, peço para ficar sozinha com ele dentro da parte de interrogatório e Raquel começa a soltar piadinhas que quase me fazem perder a cabeça.

     — Por que, ruiva? Não gosta da minha companhia?

     — Quero testar algo diferente.

     — Algo que eu não posso saber o que é?

     — Basicamente, sim.

     — Assim você me ofende. Somos uma dupla, ou esqueceu que temos que trabalhar juntas?

     — Não esqueci, e não esqueceria nem se quisesse, já que sou lembrada disso todos os dias. Mas por que tantas perguntas, Murillo? Está com ciúmes de me ver sozinha com outra pessoa?

     Quando consigo finalmente revidar as brincadeiras, ela fica calada e vejo suas bochechas assumirem um tom mais rosado. Ela diz que não enquanto sorri sarcasticamente, mas seu corpo inteiro diz que sim. E isso faz eu me sentir estranha.

     Não sei o que sinto por ela, e presenciar essa reação faz eu ter ainda menos certeza de qualquer coisa. Meio contrariada, ela vai até a mesa dela e eu me fecho com o homem que agora sei que se chama Raúl.

     Ele me olha surpreso e parece esperar que Raquel me acompanhe, mas digo que seremos só nós dois. Ele arregala os olhos. Sinto que tem medo de mim. Não quero perder tempo, então vou direto ao assunto.

     — Veja só, menino, eu sei que você prometeu fidelidade à equipe e o caralho a quatro, mas se você não me der um endereço por bem, vai me dar por mal.

     — Sinto que está me ameaçando, estagiária. Você pode fazer isso?

     — Com certeza. Você acha que me conhece, mas não tem ideia do que sou capaz. E então, o que vai ser?

Prenda-me se puderOnde histórias criam vida. Descubra agora