Capítulo 13

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Falei que era só eita atrás de eita rs

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     Não está fácil. Estou lutando muito para me manter séria enquanto Raquel e eu ficamos em silêncio do lado de fora da porta de Andrés. Ainda sinto minha boca anestesiada e minhas pernas fraquejam em todo momento que lembro o que acabamos de fazer.

     Quero gritar, mas não posso. Quero partir para a ação logo também e ameaço entrar para poder focar minha mente em outra coisa, mas Raquel não deixa. Cacete, mulher, o que você quer de mim?

     Ela segura o meu braço e apoia uma das mãos na minha barriga, me puxando para trás. A olho e sinto meu estômago revirar por causa do nervosismo. Tento não demonstrar que ela me tem com apenas um toque e recuo suavemente.

     Sorrio fingindo cinismo. Estou mais feliz que nunca na minha vida. Como é possível eu ser tão rendida por alguém que era a minha maior rival?

     Ainda bem que agora conseguimos nos comunicar apenas com o olhar, pois ela fixa suas pupilas em mim e eu entendo tudo. Ela avisa ainda, por meio de sinais, para que nossos colegas fiquem à postos.

     Então, eu sei que aquele é o momento. Raquel nem mesmo bate antes de enfiar o pé na porta e abri-la na força do ódio. Estremeço ao pensar em cenários ao mesmo tempo em que a acompanho.

     Parecemos Bonnie e Clyde da polícia. Devo admitir, trabalhamos muito bem juntas. Seguramos as armas de costas uma para a outra e imito seus passos mesmo sem vê-los. Ela me olha no momento em que estou virando para observá-la.

     Sei que não deveria ficar pensando nessas coisas, mas presenciá-la em ação, ainda que pouco, me dá um tesão absurdo. Sorrio lateralmente, tanto pelo que ela me causa, quanto por finalmente estarmos perto de capturar Andrés, e ela me retribui.

     Meu mundo quase para. Minha respiração falha e meu cérebro trabalha rápido demais. Raquel Murillo, o que você fez comigo?

     Volto à minha postura séria, ou o máximo que consigo, e sigo para um cômodo. Ela segue para outro. Alguns dos nossos colegas entram conosco e se posicionam estrategicamente em partes do apartamento gigante.

     No banheiro que entro ele não está, mas encontro objetos fumegando na banheira. O cheiro de ácido sulfúrico sobe e preciso sair de lá o mais rápido possível para não morrer intoxicada.

     Sigo para outro cômodo e vejo Raquel sair do dela também, me olhando com as sobrancelhas arqueadas. Sei que ela pensa o mesmo que eu: será que alguém o avisou e ele teve tempo de fugir? Caralho, se isso tiver acontecido eu vou ficar muito puta.

     Entro na outra porta já com raiva e não encontro Andrés de novo. Raquel também xinga alto e entendo que ele não está no quarto que ela se encontra. Puta que pariu!

     Os últimos dois cômodos são outro banheiro e uma sala que parece estar querendo se camuflar, mas quem mexeu ali por último esqueceu de fechar direito. Espero Raquel me encontrar na sala e abro a porta completamente.

     Encontramos um lugar com computadores e um túnel grande e largo. Que grandíssimo filho da puta. Murillo liga o rádio e avisa a Antonio o que encontramos. Ele pede para que eu siga com alguns policiais e que ela volte para a tenda a fim de interrogar os outros integrantes do bando.

     Ela reluta e começa a dizer que vai comigo, mas nosso supervisor rebate ainda mais certo de que eu vou sozinha. Por fim, Raquel concorda e me olha. Fico com ódio. Não é possível que a podem tanto assim.

Prenda-me se puderOnde histórias criam vida. Descubra agora