Capítulo 15

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Reta final, hein? Teremos capítulo até quinta-feira, e na sexta uma oneshot (no livro "sempre foi você) pra fechar a semana com chave de ouro.

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     Não estava nos meus planos me declarar para Raquel sem querer. Passamos o tempo no carro dela até sua casa em silêncio. Ou melhor, eu fico em silêncio o caminho todo. Não sei o que dizer, mas vejo-a sorrindo. É uma idiota. Isso só faz eu ficar mais envergonhada.

     Ela deve estar me achando patética. Tenho certeza que se eu a pedisse em namoro, ela diria não. Começo a sentir ódio de novo, não por ela, mas por saber que seria rejeitada. Tenho certeza que isso aconteceria.

     Assim que ela estaciona o carro na garagem, fico paralisada. Porra, onde eu estava com a cabeça ao aceitar ficar na casa dela? Agora vou ter que lidar com ela não me querendo todos os dias.

     Ela me tira dos pensamentos quando a vejo abrir a minha porta e encostar na minha mão. Tento puxá-la de volta, mas ela me segura e me tira do veículo com os dedos entrelaçados nos meus.

     Eu acho que vou morrer.

     — Mãe, chegamos!

     Tento me esconder atrás de Raquel. Já disse isso, morro de medo da mãe dela, e saber que vou ficar lá por uma semana me dá arrepios. Mas ela chega com um sorriso acolhedor e tento, de novo, me desvencilhar da mão de Raquel.

     Novamente, ela não permite e fico me perguntando o que caralhos ela está fazendo! Raquel me empurra para frente, me obrigando a olhar nos olhos da mãe dela. Fico estática de novo.

     — Alicia, quanto tempo você não vem aqui!

     — Oi, tia — Sinto meu suor escorrer. — Faz tempo mesmo.

     Sinto Raquel apoiar a mão em minha cintura e meu corpo tem vontade de colapsar. Se pudesse, cairia no chão ali mesmo e daria a desculpa da minha perna estar ruim.

     — Mas eu não quero incomodar, viu, tia?

     — O que é isso, você não incomoda nunca. Vai ser uma honra ter você aqui de novo. Sentimos muito a sua falta.

     — Sentem, é?

     Lanço um olhar para Raquel por cima do ombro e a vejo corar. Ela tira a mão da minha cintura e passa na própria nuca, tentando esconder a vergonha. Sinto que terei ótimas conversas com a mãe dela. Já nem sinto mais medo.

     — Claro que sim, Alicia. Você é um dos principais tópicos de conversa aqui de casa.

     — Jura, tia? Que interessante, vou querer saber mais sobre isso — Sorrio para Raquel cinicamente. Ela está ainda mais vermelha.

     — Não vai não, ruiva. Vou te levar pro seu quarto, você precisa descansar.

     Ela me puxa pela mão com a cara fechada, quase me arrastando. Solto uma risada e Raquel me olha, emburrada. A linha tênue entre o fofo e o engraçado já desapareceu há muito tempo.

     Ela me mostra a porta do meu quarto sem olhar nos meus olhos. Levanto o queixo dela e a faço me encarar. O rubor está começando a desaparecer e sorrio.

     — No armário tem toalha de banho e de rosto. No banheiro, os sabonetes estão na gaveta — Ela diz, tentando disfarçar, não sustentando as pupilas em mim.

     — Tá bom, obrigada.

     Eu continuo a segurá-la e cresce em mim uma vontade imensa de beijá-la como se não houvesse amanhã. Ela sente a minha mudança de humor e fixa o olhar em mim de novo.

Prenda-me se puderOnde histórias criam vida. Descubra agora