Prenda-me se puder

Capítulo 16

Eu sei o que vocês querem, mas eu prometo que o próximo vem. Esse capítulo é um pouquinho maior e a tendência é crescer até o último k

Ah, e obrigada pelos +100 favs <3

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     Estou viva por um milagre. Acho que devo começar a acreditar em Deus. Depois de tudo o que ela fez comigo, eu deveria estar, pelo menos, desmaiada. Porra, que mulher. Estou no céu depois de ter descido ao nível mais baixo do inferno.

     Meu corpo arrepia inteiro só de lembrar dela aparecendo às duas da manhã com uma camisola transparente e um sorriso sugestivo no rosto. Tudo o que eu menos fiz foi repousar.

     Me sinto esquentar novamente ao lembrar de seus dedos em mim, me arrancando gemidos e suspiros baixos, e depois ela, se entregando ao prazer, escorrendo. Então, eu de novo. E ela mais uma vez. E continuamos nesse ciclo vicioso.

     Passamos a noite inteira acordadas e faz meia hora que ela caiu no sono, nua, ao meu lado. Eu ainda não consegui dormir pois não paro de pensar.

     Reflito sobre essas mini férias que vou passar aqui. Será que transaremos todas as noites? Penso sobre como ficará minha vida após voltarmos para as aulas. Será que ela ainda vai querer me beijar às escondidas?

     Me pergunto, acima de tudo, como serei capaz de olhar para a mãe da Raquel hoje depois de termos transformado esse quarto em uma suíte master de um motel foda. Se ontem eu estava com medo, hoje estou com vergonha.

     Ela vai saber, assim que olhar para a minha cara, tudo o que aconteceu, e eu não vou nem conseguir negar.

     Observo Raquel adormecida. Como pode uma mulher ser tão linda quanto ela? É impossível ela ser real. É impossível tudo isso ser real. Acho que estou sonhando, mas se eu estiver, não quero acordar. Não quero sentir o final dessa história.

     Estou mais apaixonada do que jamais estive. Sempre achei que a paixão fosse algo muito irreal para mim. Nunca acreditei que poderia sentir toda essa mistura de sentimentos que Raquel me causa sem nem mesmo se esforçar.

     Ela me dá as melhores sensações, mas também faz com que eu pense nos piores cenários. As borboletas do meu estômago se agitam tanto que me fazem querer vomitar. Me faz criar ideais inatingíveis de uma vida que passaremos juntas e que será real somente nas minhas ilusões.

     Me faz até querer chorar.

     Não quero sair desse quarto nunca mais, porque algo me diz que, enquanto eu continuar aqui, todas as memórias ainda serão verdade. Me ajeito para deitar ao lado dela e a sinto suspirar. Ela vira para mim e me olha, abrindo os olhos devagar.

     — Você não vai dormir?

     — Não sei se consigo — A observo e meu coração derrete.

     — Por que?

     Fico quieta. Não quero compartilhar os meus sentimentos, ao mesmo tempo em que quero falar tudo o que está travado na minha garganta. Por que estar apaixonada é tão confuso? Não poderia ser mais simples?

     — Muitas coisas... Não se preocupe, tá? Pode descansar. Você trabalhou muito essa noite.

     Sorrio e a vejo sorrir também, mas ao invés de dormir novamente, ela se arruma, ficando da mesma altura que eu e coloca uma das mãos no meu rosto. Devagar, Raquel se aproxima e deixa um beijo carinhoso em meus lábios.

     Puta que pariu, só de pensar que isso tudo vai acabar em cinco dias me aperta o coração.

     — Pode falar comigo, ruiva. — Suspiro.