O dia da cacheada foi normal, lendo, ouvindo músicas e tentando evitar de desarrumar a casa da delegada.
Verônica aproveitou o dia de folga para resolver os pensamentos internos, era simplesmente coisas demais e detalhes demais.
La pelas 17h, Anita resolveu voltar para casa, a loira jurava sentir seus neurônios fritando durante o dia. Anita pensava, repensava tudo oque viveu e se os três irmãos teriam um modus operandi.
Se lembrava das conversinhas sinicas com Matias, sabia que o seu forte sempre foi a tortura psicológica. O jeito frio. Brandão era agressivo demais, mas quase não se envolvia no orfanato, Anita quase não teve contato com ele, apenas em reuniões. Era quase vicioso pensar a respeito.
O trânsito a atrasou apenas em 45 minutos, chegando em casa a loira queria apenas deitar e receber cafuné da mais nova. Todas vezes que pensava em coisas ruins, lembrava de tentar relaxar, acostumou a tentar dissipar antes das crises.
Chegando em casa, ja com o carro na garagem Anita pensava nos hidratantes que iria usar. Indo em direção ao quarto, Anita pensava em oque jantar, o estresse estava tão forte; juntamente a enxaqueca muito mais que conhecida. Que estava disposta a ouvir a irmã resmungando, apenas por um belo brigadeiro.
-Lia?- Anita chama antes de adrentar o quarto da irmã. O cheiro era forte e amadeirado, a luz fraca, os posters de bandas nas paredes, a estante de livros, a decoração com funkos de personagens variados, a cama arrumada, a escrivaninha com o notebook e celular, as meias de unicórnio próximo ao travesseiro com o hipopótamo de pelúcia.
Anita lembrava de quanto a irmã havia implorado pela coleção da bauducco. Apesar das viagens constantes entre Rio e São Paulo, Anita sempre se surpreendia em como sempre havia um novo detalhe.
-Tô no banheiro, Ka- Júlia responde, Anita sabia que era o jeito que a irmã sempre a chamou. Karina era uma menina na mente de Anita, uma menina que se mantia viva pelo fiapo da irmandade criada com o tempo.
Prontamente Anita retirou os saltos do dia de trabalho, indo ao banheiro em seguida. O banheiro era como o de Anita, básico e funcional. Vestindo um roupão preto, e com um coque nos cachos a mais nova abre a porta.
-Ta com uma carinha de acabada, oque aconteceu uhm? Quer um abraço?- A cacheada pergunta assim que olha nos olhos da irmã.
-Sinceramente? Quero um banho, um brigadeiro e um carinho até dormir.- Anita responde sorrindo, e a mais nova a acompanha. Ambas mostrando suas covinhas, mesmo não sendo de sangue, tinham covinhas do mesmo lado do rosto.
-Pensou muito o dia todo e agora ta com dor?- a cacheada pergunta levantando a sobrancelha, guiando levemente a mais velha ate o vaso sanitário.
-Exatamente isso, eu pensei e pensei muito. O Matias a gente consegue driblar, mas e o Doúm? Eu não sei nada do que ele é capaz, nem nunca vi ele. Na delegacia não da para falar nada por conta do Lima. O Nelson também não sai do pé da Verônica, então não da mesmo pra combinar nada la.- Anita falava com certo cansaço.
-Ka, pelo amor que você tem por mim, calma porra.- Júlia diz enquanto pegava algodões para tirar a maquiagem de Anita.
-Meu bem, respira. Pensei em tudo durante a tarde.- voltando a frente da mais velha, Júlia começa a limpar a pele de Anita com cuidado.-E eu não vou saber né? Toda vez você acha que tem que dar um jeito sozinha, e eu sou a última a saber. Ja te falei que você não é o Bruce Wayne- Anita rebate.
-E eu ja te falei que só causa um incêndio alimentando as fagulhas, uhm? Precisamos de barulho, juntar tudo em uma só voz. Temos que puxar as pontas soltas, mas isso não é assunto para hoje. Quer que eu lave seus cabelinhos?- nesse meio tempo a maquiagem do dia passado, estava completamente nos algodões. A risadinha da loira preencheu o banheiro.
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Última chance.
RomanceUma história que Anita resolve ajudar de um jeito diferente, será mesmo que a loira é tão má assim?! Verônica nunca poderia pensar em tudo que irá passar.