Festa!

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A pizza havia chego, não antes de uma breve discussão sobre o sabor. De um lado frango com catupiry e do outro portuguesa. Anita comia em silêncio proxima a irmã, agradecendo aos céus por ter sido logo desviada dos assuntos.

Júlia havia entrado no assunto marvel com as crianças, depois de terem visto uma das tatuagens da mulher em homenagem a saga. Verônica apenas observava a interação dos filhos, filhos esses que metralhavam perguntas a todo instante. Se as tatuagens haviam doido muito, se a mãe deixaria eles fazerem um dia, se Júlia os levaria, oque a cacheada gostava e sobre oque também gostavam.

Apesar do péssimo humor da carioca a todo instante, estava sendo muito paciente com Rafa e Lila, a ponto de Verônica acreditar que essa seria a primeira vez que via os meninos interagirem tanto com alguém que os ouvia, e os entendia.

-Você tem quantas tatuagens? Qual que mais doeu?- Rafa pergunta de boca cheia, enquanto Lila tentava decifrar todas tatuagens que seus olhos viam.

-Eu não faço ideia de quantas eu tenho, mas a que mais doeu foi a do Banguela de como treinar seu dragão. Ela pega uma parte da lateral da minha coxa e sobe para costela, essa foi foda para fazer por ter muito sombreado e o meu tatuador ainda fez questão de sombrear os pontos de luz.- Júlia respondia com sinceridade, estava gostando da conversa com os menores. Verônica ia resmungar dos palavrões, mas desistiu, palavrões no Rio são como vírgulas no resto do mundo.

-Sabia que eu desenho? Se quiser eu posso fazer um para você tatuar! Seus anéis são lindos.- Lila falava animadamente.

-Depois me mostra Lila, eu aceito um desenho seu na minha pele. Quer um anel para você? Pode escolher, escolhe um também Rafa- e assim foi ate terminarem de comer, algumas argumentações depois, decidiram ver frozen. Anita ate tentou não assistir e muito menos ficar na mesma cama que Verônica, mas foi impossível. Lila e Rafael se jogaram pra cima da cacheada pedindo cafuné.

-Vocês vão machucar ela, gente.- Verô tentava alertar.

-Relaxa Verô, essas lindezas só querem um cafuné.- a cacheada tinha certeza que se olhar matasse, Anita ja teria a matado.

-É mãe, relaxa.- Rafa concorda, e assim foi. As crianças dormiram em menos de 30 minutos, Anita estava sentada na cama, e isso durou apenas por 10 minutos. O dia trabalhado gritava em sua coluna, oque fez com que ela deitasse junto com Verônica.

O filme estava no fim, as crianças dormiam tranquilamente, Verônica dormia tranquilamente. As duas irmãs tinham os olhos bem abertos, depois de uma batalha de sussuros, ambas foram para seus quartos. La pelas 2hrs da manha o celular da cacheada brilhava em uma mensagem da loira, era um simples "psiu".

Depois de um "oi" da cacheada, Anita mandou uma foto fazendo um beicinho, juntamente com um "abre a porta e deixa eu dormir ai?". E assim foi, a mais nova abriu o quarto para Anita, que dormiu rapido no colo da mais nova.

A noite foi angustiante, Verônica acordou algumas vezes para verificar as crianças, tomava água, tentava dormir de novo, verificava o celular. Ela sintia que algo não estava bem, so não tinha ideia do que.
Torres resolve que precisa de um ar, foi ate a varanda sem pensar muito e acabou encontrando Anita encostada na varanda do quarto ao lado.

Os fios loiros balançando pelo vento frio das 4hrs, a fumaça do cigarro se misturava com uma nuvem de neblina que pairava sobre a cidade, a regata preta junto com a calça de moletom, tudo era um suspiro.

Aqueles suspiros que você acaba dando de tanto cansaço, que carregam um sabor de socorro aos céus. Anita era quase um quadro, um quadro de um pintor incrivel. Mas de um pintor cansado.

Se sentindo observada, Anita vira em direção a morena, mesmo com a baixa luminosidade, era uma lagrima. A Berlinger mais velha fingiu que não viu a Verônica, jogou o resto do cigarro fora e voltou para dentro.

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