Entre repor estoques e mostrar produtos, Jungkook teve o dia de trabalho mais cansativo de sua vida. Ao encontrar, porém, o ruivo secando o suor com a manga da blusa no fim do corredor olhando em sua direção com um sorriso enorme, percebeu que tudo valeu a pena. Por aquele sorriso ele ainda não sabia o limite do que faria.
— Bora almoçar Jungkook— Jimin chamou animadamente. O dia também havia difícil pra si, mas ainda teria mais alguna turnos para cumprir, então estava a todo vapor— Eu sei de um lugar que o PF é baratinho.
Bom, Jungkook não sabia o que era um PF, e se nesse restaurante não vendesse algum policial federal empratado então estava no escuro sobre o que o outro dizia.
— PF então— Concordou com um aceno. No fundo estava agradecido por não ser ele a pensar num lugar, os restaurantes que ia eram caros o suficiente pra estragar seu disfarce de pobre.
No estacionamento pequeno, Jeon teve um deley de segundos pra perceber qual era seu carro, bom, mesmo para um pobre aquele carro era bem... peculiar. Sua decisão baseou na descrição do carro dada pelo antigo dono no site onde comprou " Vendo carro para desmanche de peças" , assim Tilango fora parar em suas posses.
— Eu realmente curto seu poçante— Um sorriso saudoso pintou os lábios vermelhos de Jimin. Ver aquele carro ali trazia uma nostalgia de uma época em que a saúde do seu pai ainda era boa, ao entrar, sentiu cheiro de passeios em Busan ao entardecer, e um pouco de mofo também.
Do banco do motorista, Jungkook ainda aprendia a lidar com as marchas. Dividindo sempre o olhar daquele objeto de formato fálico, com um príncipe meio anjo que levava no banco do carona, Jeon tinha certeza que nunca dividiu o carro com alguém tão bonito.
— Você tem certa facilidade com Tilango, Ji— Comentou, passando a marcha ré para sair do estacionamento.
— Tem que ser carinhoso com ele, Jun.
Foi tudo que disse, mas o suficiente para desconcentrar o motorista o bastante para atropelar uma lixeira metálica que estava na calçada. Em sua defesa o apelido vindo daqueles lábios rosados soava como uma das óperas que ele realmente gostava de ouvir, quase um coro angélico.
— Não é bem assim que se trata um carro bem...— Aquela risadinha mal contida pelas mãos pequenas. Jimin ao menos sabia? Jungkook achava que não. Como ele poderia saber que o mundo se rendia a si quando sorria assim, se ele fechava os olhos?
— Desculpa, fiquei um pouco encabulado, não vai se repetir.
Claro que se repetiria.
O resto das ruas eram cada vez mais luxuosas até se aproximarem da praça perto do colégio, não teve muitas conversas, apenas comentários pontuais sobre algum carro que viam, ou alguma roupa especialmente cafona.
Mesmo com o diálogo sendo evitado pelo ruivo, com medo de soar estúpido com seus gostos idiotas, Jungkook descobriu um pouco mais sobre seu pseudo futuro marido. Jimin amava carros tanto quanto si, a diferença é a estranha inclinação para carros como fusca e combis antigas, aparentemente quanto mais velho e enferrujado mais o veículo atraia sua atenção. Bom, o empresário acabara de ter ainda mais certeza que Jimin nunca se impressionaria com sua coleção multimilionária na garagem, e gostou de saber.
— Para o carro!— Foi brutalmente interrompido de seus pensamentos pela voz doce do futuro marido, então mesmo sem ao mesmo um motivo, estacionou o veículo no primeiro ponto onde as placas não indicavam proibição— Obrigado Jun, só um minuto.
Ainda confuso, notou o rapaz abrir a bolsa grande que trazia e tirar de lá uma marmita. Saiu do carro e caminhou vagarosamente até uma senhora deitada no chão, sem qualquer tipo de hesitação, aquele ser tão carregado de pureza tocou-lhe os cabelos com cuidado, sendo gentil para não assustar a mulher, então com poucas palavras, estendeu a marmita e novamente acariciou os cabelos emaranhados. Era o que poderia fazer, aquelas pessoas precisavam de carinho quase tanto quanto de comida, a quanto tempo alguém não abraçava aquela mulher?
VOCÊ ESTÁ LENDO
O que eu não faria por Park Jimin?
FanfictionJungkook sempre teve tudo que o dinheiro pode comprar e uma convivência nula com pessoas de classes sociais diferentes. Até que um dia, movido a um engano da sua mãe, foi parar no mercadinho Tanajura, onde trabalhava Jimin, o homem mais bonito que j...