Jimin
Enfim quarta feira, dia tão aguardado por mim desde que meu pai deu entrada naquele hospital para fazer a cirurgia que definiria se ele iria ou não se curar do câncer. Eu estou tão nervoso, tão ansioso. Minhas mãos não param de suar e a frente do tecido branco da minha calça jeans já tem o formato perfeito delas de tanto que eu enxuguei o suor ali. Não sei o que esperar daqui pra frente, tenho tanto medo de me apegar a ideia dele estar curado e de repente o câncer voltar...
No carro velho e meio fedido que tanto gosto se espremiam Taehyung, Junghyun e Jieun no banco de trás. Ela fez questão de ir conosco para ver minha família, eu achei bem fofo da parte dela, mesmo rindo as vezes de sua clara aversão aos bancos furados e manchados de Tilango. Era realmente cedo, o mais cedo que poderíamos visita-lo, decidimos que não esperariamos até o almoço como plano inicial.
- Claro bro- Junghyun conversava ao telefone, meu Goo tinha até diminuído o volume da música que tocava dentro do carro na caixinha de som pra ouvir melhor a conversa entre ele e o amigo- Vai ser daora... também achei super cringe...
- O que é cringe?- Jun mais velho perguntou curioso para o banco de trás.
- Você- Meu melhor amigo provocou, tentando esconder seu sorriso maldoso por trás da latinha de refrigerante que tomava- Se procurar cringe no Google tem uma foto sua.
- Ei!- Defendi o Goo, mas sabia que as vezes ele podia ser um pouquinho vergonhoso mesmo, porém era um charme.
Jieun teclava em seu celular de última geração meio calada, olhando algumas publicações no Instagram pelo que eu pude ver pelo reflexo da janela do lado dela.
- Ji?- Ela me chamou, então voltei minha atenção pra ela- Quantos ml de ácido hialuronico você colocou?
Eu ri, sem entender quando Jungkook bufou alto e revirou os olhos, desviando de uns buracos já que Tilango não aguentaria tamanhas provações para seu amortecedor paleolítico.
- Já disse que é natural, mãe- Ele repreendeu a pergunta, olhando de soslaio para meus lábios vermelhos e cheios- Só foi sorte mesmo, se não nasceu assim já era.
- A bunda também?- Ela perguntou surpresa, rindo um pouco do choromingo de Jun- Caramba, me manda uma foto dela? Vou mandar pra esteticista e pedir pra fazer igual.
- Ele não tem seu número- Jungkook interrompeu minha resposta, fingindo uma careta pensativa pra mim- Hm, pode me enviar que depois eu encaminho pra ela, tá bom?
O caminho pro hospital foi até curto, saímos todos para os corredores bem limpos cheirando a álcool depois de permitirem nossa visita, todos nós poderíamos entrar, o que era um dos inúmeros privilégios de se ter dinheiro o suficiente para bancar um apartamento. Eu segurava de um lado a mão de Taehyung e do outro a mão de Jun. Sentia meu amigo nervoso, com as mãos trêmulas e geladas, então tentei acalma-lo, mesmo que eu também estivesse uma pilha.
- Você sabe que ele 'tá bem, né?- Questionei indiferente, como se fosse óbvio, o intuito era acalmar os nervos dele e de quebra os meus, porque quanto mais eu repetia mais eu acreditava.
- Eu sei, eu sei... só quero chegar logo- Disse, coincidentemente quando já estávamos na porta do quarto, seguindo a enfermeira que nos guiava.
Ver meu pai um pouco mais corado e com um sorriso no rosto fez meu coração bater forte no peito, mal pude me segurar antes de correr com o Tae para abraça-lo, agarrando cuidadosamente seu tronco magro como se ele fosse fugir de nós, mas ele não ia, não mais.
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O que eu não faria por Park Jimin?
FanfictionJungkook sempre teve tudo que o dinheiro pode comprar e uma convivência nula com pessoas de classes sociais diferentes. Até que um dia, movido a um engano da sua mãe, foi parar no mercadinho Tanajura, onde trabalhava Jimin, o homem mais bonito que j...