O que eu não faria por Park Jimin?

Stripper

Trabalhar de manhã cedo depois de ter dormido tão pouco nunca foi um problema muito grande pra mim. Quando meu pai tinha suas pioras no estado de saúde eu dormia pouco de preocupação, o que não queria dizer que eu não estava exausto, pois estava. Presumi então, que meu dia seria horrível igual a todos os outros dias onde eu trabalhava cansado, mas não foi. Por causa dele. Jungkook transformou um dia fadado ao fracasso num dia feliz.

Eu gostaria tanto de mostrar pra Jungkook que eu faria por ele tudo que ele fazia por mim. Gostaria de dizer que eu apreciava cada gesto sutil que ele tinha. Gostaria de beija-lo. Mas não podia, não ainda. Não tive tempo nem de agradecer sua ajuda no turno de hoje antes de ter que sair apressado para ir pra boate Venomous.

Eu não guardei o cartão que me entregaram, nem consegui achar qualquer número online, então tive que ir pessoalmente até onde me apresentaria. O lugar era bonito, tinha a fachada em tons de roxo com alguns frascos em néon que simbolizavam veneno, a porta dupla e metálica preta era guarnecida por dois seguranças enormes vestidos de terno preto, era um lugar que eu não iria se pudesse escolher.

Antes de conversar com os seguranças, abri minha carteira e tirei de um dos compartimentos uma foto amassada, desdobrando a imagem de um pequeno eu no primeiro recital de dia dos pais da escola, meu pai me segurava no colo, com o rosto inchado de tanto chorar de emoção ao me assistir homenagea-lo. Foi essa imagem que me deu forças para encarar aquela realidade que iria me atingir a partir de hoje.

Com passos cautelosos, me aproximei dos seguranças grandalhões no portão de entrada. Sendo encarado de volta de maneira desconfiada por eles.

— O que deseja?— O maior deles se pronunciou de maneira educada, a voz fina não parecia combinar com o corpo gigante.

— Vim atrás de um emprego— Fui direto, sem perder mais tempo do meu horário de almoço com enrolações.

O homem carregava uma prancheta pequena no bolso interno do paletó, vi quando ele tirou para conferir o que presumi ser a lista de vagas de emprego. Ele devia ser um faz tudo para tomar conta daquela parte do negócio também.

— Qual função?

Meu rosto se envermelhou, eu senti quando o sangue correu quente para minhas bochechas, eu tinha vergonha de dizer a palavra em voz alta, como seria pra mim dançar semi nu, ou até nu eventualmente?

— Stripper— Disse o mais baixo que podia, e ele pareceu entender, já que me olhou de cima a baixo e assentiu, abrindo as portas para que eu pudesse entrar no interior da boate.

— Segundo andar, a sala escrito Jackson Wang.

O primeiro piso inteiro parecia uma pista de dança, deveria ser bonito com luzes. Tinha também um bar ao fundo perto das escadas laterais. Elas não eram escondidas então não demorou muito para que eu subisse até onde fui indicado, a porta também não era discreta, com uma enorme estrela dourada com o nome do dono piscando em Led. Bati duas vezes, e não precisei esperar mais de um minuto até que o homem que tanto me importunou no meu ambiente de trabalho saísse de lá de dentro.

— Demorou demais...— Sorriu como se já me esperasse. Apontando para dentro enquanto entrava, para que eu o seguisse— Só que eu sabia que ia vir. Todos vem.

— Só estou aqui porque meu pai tá doente, se não, não pisaria aqui.— Garanti com a certeza que tinha da minha índole— Me mostra logo o contrato.

Ele abriu a gaveta e remexeu nuns envelopes pardos devagar como se eu tivesse todo tempo do mundo para espera-lo. Em um dos envelopes era branco, com meu nome escrito em marca texto vermelho, diferente dos outros que pareciam lotados de documentos esse só tinha um, que logo me foi entregue pelo homem.