XI

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️ Não revisado
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'Pesadelo'

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Lá estava a mais uma vez, na areia quente e no Sol enorme queimando suas cabeças, desta vez havia risadas, a maioria de crianças.
Mais uma vez ela pegou o balde com as mãos pequenininhas e saiu correndo até o mar, assim que sentiu a água em seus pezinhos, um calafrio percorreu seu corpo inteiro.

- Hinata!

Ela não olhou, sabia que não tinham realmente a chamado, ela brincou com os dedinhos na areia molhada enquanto abaixava e enchia o balde com a água salgada.

-Cuidado! Hinata!

Uma voz desconhecida a chamou, ela não se importou, se não conhecia, era apenas seu cérebro a pregando uma peça.
Sendo assim, a onda finalmente a pegou, e mesmo que soubesse, mesmo que já tivesse vivido e revivido aquela cena milhares de vezes, o desespero era sempre o mesmo, sempre real, sempre como se aquele tivesse sido o último momento de sua vida, e mesmo nem sabendo o que fizera, sentia estar pagando por seus pecados.
Novamente as grandes e vividas bolas azuis apareceram diante seus olhos, e quando finalmente o oxigênio voltou para seus pulmões, tudo escureceu.

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05:20am

A garota acordou, mais uma vez afoita e suada, parecendo mais cansada do que quando fora se deitar. Sem se mexer a menina encarou o teto esperando que sua alma, onde quer que estivesse, voltasse para o corpo para que ela conseguisse ter ao mínimo forças para se levantar. Vinte minutos e só conseguia piscar os olhos, sua alma ainda não tinha voltado ou só não queria se levantar? Se se levantasse teria que ir para o colégio e não queria nem ver os portões.
Finalmente se levantou e foi para o banho, gelado quase lhe causando hipotermia, demorou tanto que quando saiu do banheiro com o roupão em seu corpo, viu o primo entrando em seu quarto. A garota soltou um grito de susto, fazendo o menino se assustar também colocar a mão no peito ao respirar fundo.

- Seu demônio! Bate na porta menino! - O menino a encara incrédulo antes de falar algo.

- Eu bati! Você que tem a audição pior que a de velho. - Ele fechou os olhos e suspirou, organizando o que foi fazer ali. - Saímos em quinze.

- Não saímos não. - Ela saiu da porta do banheiro e se sentou na cama, cobrindo as pernas com o roupão. - Fui dois dias, uma falta não vai me matar.

Neji estreitou os olhos, algo estava acontecendo não estava? Ela contaria para ele se estivesse. Não contaria?

Mas mesmo que a azulada soubesse que o primo poderia ajudá-la e que poderia falar com ele, ela já havia falado tanto, repetido inúmeras vezes, já havia o enchido com inúmeras de suas bobagens e idiotices dramáticas demais para o dizer mais uma delas, não queria o preocupar atoa.

- O que aconteceu? Pesadelos novamente?

Surpreendentemente, ele a conhecia mais do que ela gostaria, fingindo já estar esperando tal resposta, ela mentiu.

- Não. Indisposição, corpo dolorido, pesado.

Quer dizer, não mentiu totalmente, seu corpo estava doendo um pouco, contudo, o que mais pesava, era sua mente.
Hinata esperava que o primo acreditasse, mas assim tão bem quanto ela, Neji era um tanto quanto bom em mentiras.

É Realmente Um Problema?Onde histórias criam vida. Descubra agora