Anónimo POV
"Ah... com licença?" ouço uma voz atrás de mim.
"O que queres?" pergunto sem me virar.
"Quero fazer... uma denuncia..." viro-me e vejo um demónio com uma cabeça na mão.
"Quem fez isso?" pergunto.
"Foi o Harry, senhor... ele traiu-nos!" ele responde e coloca a cabeça na mesa à minha frente.
"Porque é que ele fez isto?"
"Ele estava a proteger uma mortal!" ele responde, eu suspiro e encaro o chão."Mas... ela não é uma simples mortal, é uma médium..."
"Ainda pior, onde está ele?" pergunto aumentando a voz.
"Eu não sei... eu não sei, senhor..." ele responde cheio de medo.
"Então encontro-o... JÁ!" grito e ele sai a correr.
Sempre soube que não podia confiar nele mas quando ele me pediu para ir para cidade, comecei a pensar que finalmente estava a aceitar o seu ser mas, afinal, estava enganado. Quando souber quem ela é, irei conhece-la pessoalmente...
Daisy POV
Acordo com os pássaros a cantar na minha janela, uma coisa que não é normal, esfrego os meus olhos e sento-me. Não há vestígios de demónios no meu quarto e não podia estar mais feliz, não paro de pensar no que aconteceu ontem, o Harry salvo-me daqueles demónios e não podia estar mais agradecida.
Levanto-me e vou à casa de banho, faço as minhas necessidades e saio. Dispo o pijama e visto a minha roupa normal. Desço as escadas mas paro quando reparo que os meus pais estão na cozinha. Sento-me nas escadas e fico à espera que eles se vão embora. Sinto uma mão no meu ombro e quase caiu das escadas com o susto mas sou agarrada.
"Olá! O que estás a fazer?" é o Harry.
"Tens de parar de aparecer assim..." olho pela esquina das escadas e observo que os meus pais ainda estão em casa."Estou à espera que os meus pais saiam de casa!"
"Porquê, não falas com eles?" Harry pergunta e eu encaro-o.
"Não, só... prefiro tomar o pequeno-almoço sem eles." respondo.
"Tu tens medo deles!" ele afirma.
"Não..." respondo e levanto-me.
"Tens sim, eu sinto, estás com medo porquê?" ele levanta-se também.
"Porque... eles nunca gostaram de mim, sempre fui esquisita, eu sei os que eles dariam para ter uma filha normal mas eu não lhes posso dar isso, a minha mãe já tentou fazer-me um irmão ou uma irmã mas nunca conseguiu!" respondo encarando o chão.
"Oh isso não é verdade, eu também tive pais, eu sei como é ser diferente!" ele afirma e levanta-me o queixo. "Agora, vai para ali e toma o pequeno-almoço, eu vou lá para fora e bato à porta para parecer que te vim buscar, sim?" assinto e ele evapora.
Suspiro e desço as escadas, ando sempre a encarar o chão, digo "Bom dia!" mas não recebo nada em troca, começo a fazer o meu pequeno-almoço e a campainha toca, estou um pouco com medo porque os meus pais podem falar para mim e eu não sei como reagir. A minha mãe caminha para a porta e abre-a. Começo a ouvir vozes e ouço o meu nome, isso foi o suficiente para começar a ficar apavorada.
"Daisy, está aqui um rapaz que diz que é teu amigo!" a minha mãe grita. Suspiro e vou até à porta.
"Harry!" tentei fazer cara de surpreendida mas acho que não resultou.
"Olá, Daisy, acho que vim muito cedo por tanto eu..." o Harry começa mas eu interrompo-o e agarro o seu braço.
"Não, não faz mal, podes entrar!" praticamente puxo-o para dentro de casa.
"Estamos na sala se precisarem de alguma coisa!" a minha mãe grita.
"Não vamos precisar." digo baixinho. "Senta-te!" digo quando chegamos à cozinha e ele senta-se.
"Tu és muito tensa, tens de relaxar." Harry afirma, levo o meu pequeno-almoço para mesa e sento-me ao seu lado.
"Eu não consigo relaxar quando estou perto deles." digo e como um pouco dos meus cereais.
"Nós vamos embora, até logo!" o meu pai grita e ouço a porta a fechar-se.
"Vês... eles só estão a avisar que se vão embora porque estás aqui porque senão estavam a tratar-me abaixo de cão." afirmo e ele gargalha. "Onde está a piada?"
"A piada és tu, babe..." ele não me chamou aquilo. "Tu tens raiva dentro de ti e não fazes nada para a libertar."
"Eu não tenho raiva, as únicas pessoas que tenho raiva são a raparigas da minha turma que pensam que são mais do que eu." afirmo e dou mais uma dentada nos meus cereais.
"E não são?" ele está tirar-me do sério.
"Não... fica sabendo que eu nunca lhes fiz nada e elas estão sempre a puxar-me para baixo e eu não gosto disso..." afirmo e ele ri-se novamente.
"Como fazes para te livrares da raiva, isso tudo que pensas delas, é raiva em forma de palavras." ele insiste.
"Eu não tenho raiva, Harry!" bato com a mão na mesa e não sei como, a taça de cereais foi directamente à cara do Harry. "Oh meu Deus... peço imensa desculpa!" levanto-me, agarro um pano e começo a limpar a sua cara.
"Como fizeste isso?" ele pergunta sério mas está a dar-me tanta vontade de rir.
"Eu não sei, às vezes acontece mas não muitas." respondo e começo a rir-me.
"Estás-te a rir do quê?" ele pergunta confuso.
"Desculpa mas estou a rir-me de ti!" respondo e só vejo a taça na minha cara.
"Agora sou eu que estou a rir da tua figura, querida!" ele diz com um sorriso. "Agora, que já brincamos, tens de trocar de roupa!" ele levanta-se.
"E tu?" pergunto, tenho a certeza que ele não vai assim.
"Eu?" ele balança a mão na sua camisola e as manchas de leite desaparecem."Pronto!"
Saiu da cozinha e vou ao meu quarto trocar a camisola. Agarro nas minhas coisas e começo a ir pelo pequeno corredor que dividia o meu quarto e as escadas. Começo a ouvir passos atrás de mim, viro-me mas não vejo ninguém, continuo a andar e começo a ouvir outra vez os passos, olho para trás mas continuo sem ver ninguém.
"Harry!" chamo mas ninguém aparece."Se estás a tentar assustar-me, estás a fazer um bom trabalho!" digo.
De repente, aparece uma coisa no corredor, não diria que era um demónio, começou a andar na minha direcção super devagar, não conseguia andar muito depressa porque parecia não conseguir mexer uma perna, andava com ela ao arraste. Começo a andar para trás, movida pelo medo, não é a primeira vez que isto acontece. Começo a tentar correr mas os meus pés ficaram presos em alguma coisa que não estava lá, faço toda a força que consigo para sair até que consigo mas o meu braço é agarrado e começo a gritar. A figura olha-me nos olhos e morde o meu braço, eu grito de dor. O meu sangue começou a escorrer pela sua boca deformada.
Sinto-me a ficar tonta por causa de estar a perder sangue e Harry aparece agarrando na cabeça daquela coisa e manda-a contra a parede.
"Daisy..." comecei a ficar sem força nas pernas e caiu para frente fazendo com que os braços de Harry envolvessem o meu corpo fraco. "Calma... fica comigo!" ele pede quando repara que os meus olhos começaram a ficar pesados.
A criatura volta e começa a gritar no fundo do corredor mas depois evapora como se avisa-se de alguma coisa.
"Harry..." Chamo quase sem forças.
"Calma... temos de curar isso rápido!" ele pega-me à estilo noiva, coloco a minha cabeça no seu ombro e ajeita-me para ficar confortável, depois disso a escuridão tomou conta de mim.
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Olá meninas!!!
Aqui está mais um capitulo, espero que gostem...
Kisses xx
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Next To You || h.s. #Wattys2016
FanfictionE se tivesses de confiar a tua vida a um demónio? Confiarias? Na vida de Daisy tudo era horrível e horroroso, tinha vida difícil e apenas a sua melhor amiga a compreendia. Até que aparece o seu pior pesadelo... ou melhor, ela pensava que era...