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Depois da cena na casa de banho decidi ir para casa, já não aguentava as pessoas a olhar para mim, hoje de manha apareci sem marcas e agora tenho uma marca gigante no meu pescoço... Só me apetece chorar e esconder-me para não ter de sofrer como sofro e sempre sofri.

Harry veio comigo até casa, ainda tentou por conversa mas eu ignorava-o, eu sei que é frio fazer isso mas não estava com cabeça para falar. Depois daquele Félix me ter atacado que quase não consigo falar, mas o pior é que o Harry conhecia-o e fiquei apavorada quando o Félix disse que eram "velhos amigos". E se o Harry não estiver aqui para me proteger e sim para me matar. Ele pode estar a tentar ter a minha confiança para depois me dar uma facada nas costas.

Entro em casa e Harry vem atrás de mim sem dizer uma única palavra. Subo para o meu quarto e fecho a porta deixando Harry no lado de fora. 

"Daisy, porque é que estás a fazer isto?" ele pergunta batendo na porta mas eu continuo em silêncio e começo a arrumar as minhas coisas. "Porque é que não falas? Porque é que não falas comigo?" está doer não responder mas eu não consigo. Desisto e abro a porta. "Por favor, fala comigo!" ele agarra-me os braços, olho para ele e começo a tremer. "Não precisas de ter medo!" 

"Eu não consigo!" respondo e ele olha para mim confuso. "Não consigo não ter medo!E se o teu amigo aparece, outra vez? Eu já nem sei se devo confiar em ti!" saiu do aperto dele.

"Ele parou de ser meu amigo quando te pôs as mãos em cima e é claro que podes confiar." ele responde e aproxima-se novamente de mim. Sento-me cama e enterro o meu rosto nas minhas mãos.

"Não sei se acredito ou se não." digo, sinceramente.

"Mas eu já te ajudei imensas vezes, eu sei que tens receio em confiares em alguém e depois teres uma desilusão, mas eu não te vou dar motivos para isso." ele senta-se ao meu lado.

"Podes só estar a tentar ter a minha confiança e depois matas-me sem piedade..." atiro e levanto-me para não estar tão perto dele.

"Eu não faria isso!" levanta-se também.

"Como posso ter a certeza disso, já o fizeste e podes fazer outra vez!" momento em que as palavras saíram da minha boca, arrependi-me de as ter dito quando Harry encara o chão e abana a cabeça. "Harry, eu não..."

"Não, é verdade, eu já fiz isso..." ele encara-me novamente. "Mas tens de perceber que contigo é diferente..." ele começa-se aproximar e eu ando para trás, não consigo perceber se está zangado ou magoado. "Eu posso ser muita coisa, assassino, intimidante e por vezes um ganda caralho..." bato na parede atrás de mim e ele prende-me entre os seus braços. "Mas só preciso que confies em mim porque estou a proteger-te o melhor que consigo, e não penses que estou aqui para te matar..."

"Porquê?" olho-o nos olhos, nós estamos muito perto e estou a começar a sentir-me desconfortável.

"Porque... porque és mais especial do que pensas!" ele diz ainda com os olhares cruzados, olho-o confusa e ele suspira. "Pensas que consegues fazer aquilo que fizeste na casa de banho ou quando me atiraste com a taça de cereais à cara por seres normal?!"

"Harry, eu não sou normal, eu vejo coisas que ninguém vê e faço coisas que nem sabia que conseguia fazer."

"Eu sei e eu quero ajudar-te com isso, se tu deixares, claro!" ele diz e eu assinto. "Boa... vamos lá para baixo!" ele agarra a minha mão e puxa-me pelas escadas a baixo, quase que caiu mas consegui chegar inteira.

Fomos para as traseiras da casa, onde tenho um jardim aberto e florido, ou melhor, era florido porque já muito tempo que não venho aqui porque tinha medo, ouvia várias vozes e isso me assustava. Harry pára de me puxar e encara-me.

Next To You || h.s. #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora