22º

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Alma POV (avó de Daisy)

Tinha acabado de fazer o meu jantar quando me batem à porta, se calhar é a minha filha que veio me contar as novidades e pode ter esquecido alguma coisa. Ela anda muito contente porque a Daisy está a começar a confiar nela e a contar-lhe como a escola tem passado e o Harry... ele nunca mais cá veio, acho aquela conversa o fez abrir os olhos.

Saio da cozinha e vou em direção à porta. Quando a abro quase me dá um ataque de coração, olho para todos os lados, não vendo ninguém, e volto a encarar aquela figura.

"O que fazes aqui? Como me encontraste?" pergunto e encaro-o.

"Olá... Alma... eu tenho de te fazer uma pergunta... posso entrar?"ele pergunta aproximando-se um pouco, ele sabe que tenho o encantamento na casa.

"E quem me diz que posso confiar em ti?" pergunto.

"N-ninguém mas eu juro que não te vou fazer mal... acredita em mim!" ele responde... Fogo, o meu coração continua a bater da mesma forma que à 50 anos atrás.

"E-eu não sei..." dou um passo para trás.

"Eu percebo que tenhas medo mas confia em mim como à 50 anos!" ele pede.

Eu hesito um pouco mas suspiro em derrota e deixo-o entrar. Ele dá um pequeno sorriso e passa por mim. Fomos em direção à sala de estar, ele sempre atrás de mim e a observar tudo à sua volta.

"Senta-te..." digo quando entramos na sala de estar e sento-me num sofá. "O que me queres perguntar?"

"Conheces uma rapariga chamada Daisy Winters?" ele pergunta e o meu coração cai, será que ele sabe?

"Sim... o que ela tem?" pergunto mesmo sabendo o que ela tem.

"Digamos que ela é uma pessoa muito... importante... e eu gostava de saber qual é a ligação que tens com ela!" 

"Não somos muito próximas, é uma jovem criança, eu sou amiga da mãe dela..." tento parecer o mais convicta possível. "Se era só isso, podes ir embora!" levanto-me.

"Não, eu não vim só por isso..." levanta-se e aproxima-se de mim. "Também quero saber como estás... Os anos não passaram por ti!"

"Estou bem e sim passaram, estou velha!" respondo olhando-o nos olhos, que saudades...

"Não estarias se tivesses aceite a minha proposta e não tinhas tido de fugir, podias ter ficado comigo... felizmente, eu voltei a ver-te!" ele agarra na minha mão, a sua mão continua fria como sempre esteve. "Tiveste mais alguém depois de mim?" abanei a cabeça negativamente. "Como isso é possível, tu eras adorada por todos?"

"Eu nunca quis mais ninguém..." respondi e um sorriso apareceu no seu rosto.

(...)

Estava a jantar com a aquela figura de a bocado sentada à minha frente.

"Tenho de admitir que tive saudades..." ele afirma e eu olho para cima encarando-o. "Como conseguiste esconder-te, eu procurei-te durante anos?" 

"Eu não queria que me encontrasses, eu lancei o encantamento na casa para ninguém me conseguir encontrar e seguir com a minha vida..." respondo e levanto-me levando o prato para o lava louça.

"Mas eu queria que não desapareces assim da minha vida!" ouço o levantar-se. "Eu queria que ficasses comigo, eu amava-te!" ouço os seus passos a virem na minha direção e eu viro-me para encara-lo.

"E já não amas?" pergunto e ele arregala os olhos. "Não eras tu que dizias que se só se ama uma vez?"

Ele avança e junta os nossos lábios num ato repentino. Tenho de admitir, eu tive saudades. Enquanto os seus lábios permaneciam juntos dos meus, começo a sentir picadas no meu corpo todo, as dores de costas desaparecem, os braços cansados dão lugar aos braços que outrora tive, as minhas pernas começam a ter mais força, gordura começa a desaparecer e a minha cara começa a arder imenso.

"O que me fizeste?" grito quando descolo os nossos lábios.

"Eu deite o que outrora foi teu." ele responde simplesmente.

Corro até ao espelho mais próximo e deparo-me com o eu de à 50 anos atrás, voltando a ter os meus 20 anos... o meu cabelo voltou ao seu negro natural, os meus olhos voltaram ao azul vivo de antes, a minha cara está sem rogas, os meus lábios carnudos e rosados estão de volta. As calças que estava a usar caiem pelas minhas pernas, sem quer, mostrando-as tal e qual como eram antigamente, quase sem celulite, eu estava a nadar na roupa que tinha vestido.

"Porque me fizeste isto?" pergunto ainda olhando para o espelho à minha frente. "Eu não te pedi nada disto! E agora? Não vou poder sair de casa!" 

" Calma!" ele aproxima-se e agarra-me nos ombros virando-me para ele. "Eu quero matar saudades! E assim vai ser como nos velhos tempos..." ele agarra-me na cintura e eu tento afastar-me.

"Oh então isto é porque queres ter sexo comigo, desculpa mas não..." ele puxa-me para ele e começa-me a beijar o pescoço fazendo-me parar de falar mas consigo afastar-me, novamente. "Tu não percebes? Estragaste o que eu construí nestes anos todos!" ando para trás.

"Não estraguei nada! Eu ainda te amo! Como eu disse, só se ama uma vez..." ele começa a andar na minha direção.

"Não... tu amas o meu eu de à 50 anos mas tens de perceber que já não a sou, que sou velha e que tenho limites físicos!" 

"Alma, percebe uma coisa... foste a única que conseguiste quebrar o meu coração de pedra, foste a única que eu deixar dormir ao meu lado, foste a única que lutei até não poder mais e a única coisa que fazes é fugir para esta casa velha, onde, claramente, não pertences... tu pertences ao meu lado, lá em cima. Tu foste a única pessoa que fiz uma coisa assim, eu amo-te e sempre te irei amar mesmo com rogas..."

"Então porque fizeste isto?" olho-o nos olhos quando ele chega perto de mim.

"Porque eu sei que tens saudades de seres assim... eu deite o que mais desejas!"

"Mas isto vai mudar a minha vida, eu tenho fa... pessoas que me conhecem e quando me virem assim o que vão dizer, 'Uau fizeste umas plásticas perfeitas!'?"

"Podes dizer que ela foi passar umas férias quais queres e que ficaste a guardar-lhe a casa?!" 

"Achas mesmo?" digo ironicamente e caminho até à sala agarrando as calças que me caiem pelo rabo a baixo.

"Sim, acho!" ele diz e vem atrás de mim. "Fazemos assim, eu dou-te uma semana, se não gostares, eu volto a dar-te a tua velhice... temos acordo?" ele estica a mão.

"Não, eu não quero ser assim, já vivi muitas coisas e está quase na minha hora de partir, eu não quero atrasar mais isso..."

"Então temos acordo?" pergunta olhando para mim. 

Fiquei um pouco a olhar para ele que continuava com a mão estendida... pensei muito bem e apertei a sua mão fria. Quando apertei sua mão, ele puxa-me para um abraço, colocando os braços em cima dos meus ombros e dando-me um beijo na testa. Envolvo os meus braços na sua cintura e deixando que a saudade leva-se a melhor de mim.

"Nunca esqueças..." beija-me a bochecha. "Eu amo-te!" ele cola os nossos lábios.

O abraço foi desfeito e as suas mãos deslizaram para a minha cintura e as minhas para o seu rosto. Ele começou a empurrar-me até cairmos no sofá. Começa a beija o meu pescoço, dando algumas leves mordias que me sempre me deixaram sem folgo.

"Como nos velhos tempos?" ele pergunta olhando-me nos olhos.

"Como nos velhos tempos..." respondo acariciando a sua bochecha.

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Doble Update

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Kisses xx


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