Daisy POV
Acordo e sinto a minha cabeça a latejar. Mexo-me um pouco e abro os olhos. Sinto alguém a ajoelhar-se ao meu lado e sinto os seus olhos em mim. Olho para o lado e encaro Harry que estava fixamente a olhar para mim.
"H-Harry!" chamo quase sem voz.
"Calma, eu estou aqui..." ele agarra a minha mão e eu noto uma marca que não estava no meu braço.
"O que aconteceu? Porque é que eu tenho esta marca? Os demónios apareceram outra vez? Oh meu Deus..." tento sentar-me e Harry começa a ajudar.
"Hey, calma... foste mordida por um sem forma e dormiste quase o dia todo!" Harry responde sentando-se na cadeira que não sabia que estava ao pé da minha cama.
"Oh meu Deus... E a escola? Como vou justificar as minhas faltas?" começo a entrar em pânico.
"Podes ficar descansada, eu trato disso amanhã, sim?" Harry diz e eu assinto. De repente, o meu telemóvel começa a tocar na minha mesa de trabalho, Harry levanta-se e vai buscá-lo. "É a Violet..." ele avisa e dá-me o telemóvel sentando-se de novo.
"Sim?" atento o telemóvel.
"Posso saber onde estás?" Violet pergunta do outro lado da rede.
"Estou em casa." respondi, sei que ela está chateada por eu não a ter avisado que não ia à escola mas eu também não sabia que ia faltar.
"Porque é que não vieste à escola?"
"Ah, eu... eu não me senti muito bem e então, decidi ficar em casa." minto, odeio mentir-lhe.
"Podias ter avisado que não vinhas, eu fiquei o dia todo à tua espera!" ela quase grita.
"Desculpa, Vi." peço e ela suspira.
"Sabes? Não foste só tu que faltaste, sabes?"
"A-a sério?"
"Sim, o rapaz novo também não veio, não é nada bom para quem começou as aulas ontem!" tenho a certeza que neste momento, ela está de braços cruzados e abanar a cabeça.
"Estranho, não é?" digo e olho para o Harry, imaginem como ela ficava se soubesse que o Harry não apareceu na escola porque estava comigo, ela ia logo pensar coisas sujas.
"Tenho de desligar, a minha mãe fechou para ir embora, beijos... e se amanhã não vieres, é favor de avisar, sim? Adeus..." ela diz e desliga. Encaro Harry e ele está a olhar para mim como se quisesse saber o que ela queria.
"Ela ligou para saber se estava tudo bem comigo por causa de não ter ido à escola e disse que era estranho o rapaz novo também não ter ido." digo.
"Ela pode ficar descansada que amanhã eu vou e tu também!" Ele diz com um sorriso, estica o braço até à minha mesa de cabeceira, pega num copo com água e entrega-mo. "Tens de beber água, faz bem por causa da dentada, e toma um comprimido para as dores de cabeça."
"Como sabes que tenho dores de cabeça?" pergunto, eu não disse nada.
"Eu leio mentes!" ele responde sem emoção como se aquilo fosse normal, quer dizer, talvez para ele é. Tomo aquilo e ficamos em silêncio.
"Obrigada, Harry!" finalmente digo.
"Não tens de agradecer..." ele diz olhando-me nos olhos.
"Claro que tenho... tu estás aqui a cuidar de mim enquanto os outros não se preocupam comigo, não leves a mal mas eu acho que não devias ser um demónio mas sim um anjo..." tenho a certeza que as minhas bochechas estão a ficar vermelhas.
"Não, não devia... tu não sabes o que fiz no passado, por tanto, acho que devias tirar esses pensamentos da tua cabeça e os anjos não existem ou se existem eu nunca vi nenhum!" ele diz ainda encarando o chão e eu sento-me à sua frente.
"Então conta-me o que fizeste..." peço e ele olha para mim com os olhos arregalados como se não espera-se que eu pedisse uma coisa destas.
"Tens a certeza?" ele pergunta e eu assinto. Ele aproxima-se e cruzamos olhares. "Eu fiz uma coisa muito horrível mas eu não me arrependo... desculpa mas é verdade, não te vou mentir... bem quando ainda era vivo, eu apaixonei-me por uma rapariga, ela chamava-se Mary... ela era linda, tinha cabelo e olhos castanhos, e um sorriso brilhante, ela tinha um sinal na bochecha que não gostava mas eu dizia sempre que era fofo como ela. Ela era perfeita, era fantástica, divertida e tudo mais. Mas um dia, violaram-na e mataram-na, nunca souberam quem foi mas todos pensaram que tinha sido eu. Começaram a dizer que era óbvio que tinha sido eu, não sei porque mas pensaram, eu já tinha fodido com ela e não tive de fazer nada à força, porque é que eu ia fazer aquilo. Com a morte dela, fiquei fodido e não aguentei ver os casais todos contentes e juntinhos enquanto eu tinha perdido a única mulher que realmente amei, então comecei a matar todos os casais que encontrava, eu tinha aquela ideia de se eu não sou feliz os outros também não vão ser..." quando dei por mim, já tinha lágrimas a cair pelas minhas bochechas, Harry agarrou as minhas mãos e continuo. "Quando os policias me encontraram, eu estava em minha casa e eles torturam-me durante muito tempo dentro da minha própria casa, até que decidiram matar-me mas antes eu fiz uma promessa... eu prometi que ia assombrar as suas vidas e os ia levar para o inferno... o diabo fez com que pudesse cumprir a minha promessa e assim o fiz!" ele suspira.
"Então o que é que ainda fazes aqui?" pergunto sem pensar.
"Pedi para ficar assim para poder encontrar a alma da Mary e talvez ficar com ela mas o problema é que ela renasceu numa pessoa que eu não sei quem é." ele respondeu encarando o chão.
"Desculpa perguntar mas... porque é que me proteges se tens de a encontrar?" pergunto confusa.
"Chega de perguntas!" ele larga as minhas mãos e levanta-se andando para a janela. "Eu não te posso responder a essa pergunta."
"Não me digas que pensas que ela renasceu em mim!?" digo ironicamente.
"Não... tens parecenças com ela mas acho que não és." ele afirma sem me encarar.
"Nós não temos nada a ver uma com a outra, ela tinha cabelos castanhos e eu tenho cabelos pretos, ela tinha olhos castanhos e eu tenho olhos azuis, ela era linda e eu... eu sou assim!" digo encarando o chão e ouço passos até mim.
"Tu não és feia, se me permites, acho que és uma das raparigas mais bonitas que já conheci, o que estraga a tua beleza são as marcas que não me deixas curar..." ele ajoelha-se à minha frente.
"Ok..." eu levanto-me. "Então, cura-me..." peço e ele levanta-se.
"Não te assustes se doer um bocado!" ele avisa e coloca as mãos no meu rosto.
Ele fecha os olhos e eu faço o mesmo. Começo a sentir formigueiros nos meus braços, nas minhas pernas, no meu pescoço, na barriga, no rosto... em todas as partes que tenho marcas e ele começa a fazer mais pressão no rosto. Passado um pouco, todo o meu corpo começa a arder e as lágrimas ameaçam cair. De repente, Harry para de fazer pressão mas não tira as mãos do meu rosto, abro os olho e encaro os seus grandes olhos verdes. O meu coração acelerou e a minha respiração ficou irregular.
"Pois não, não és parecida com ela, és mais bonita!" ele afirma e eu tenho a certeza de que quase cai porque os meus joelhos começaram a tremer.
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Next To You || h.s. #Wattys2016
أدب الهواةE se tivesses de confiar a tua vida a um demónio? Confiarias? Na vida de Daisy tudo era horrível e horroroso, tinha vida difícil e apenas a sua melhor amiga a compreendia. Até que aparece o seu pior pesadelo... ou melhor, ela pensava que era...