36º (hot)

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"Mas como?" pergunto pasmada. "Deixaste alguma coisa por fazer?"

"Bem, eu prometi à tua mãe que a ia proteger até ao seu último minuto..." ele encolhe os ombros e eu fico a olhar para ele.

"Pensava que não te ia ver mais!" digo e ele parece admirado.

"Pensava que não gostavas de mim...?"

"Pai, eu sempre gostei de ti." envolvo os meus braços no seu tronco, os seus braços envolvem-me e dá-me um pequeno beijo na testa.

Elevo o olhar para o seu rosto e os seus olhos estão olhando a minha mãe. Desfaço o abraço e agarro na sua mão puxando-o para o pé dela. Ele suspira e debruça-se dando um leve beijo na minha mãe. Ele agarra a sua mão e massaja-a com o polegar. Oh, é dele que vem o meu tique de massajar tudo com o polegar.

"Como é que aconteceu?" pergunto e ele olha para mim. "O acidente?"

"Bem, eu não sei bem, mas só me lembro de um carro vir contra nós, tudo a girar e eu apenas gritava como a tua mãe. De repente, o carro começa a dar cambalhotas e só sinto a minha cabeça bater em algo e depois escuridão." ele explica olhando para a minha mãe. "Depois, apareci fora do carro e observei o carro em chamas, tentei tira-la mas não consegui como se fosse impossível tocar-lhe. Fui a pior sensação que senti até hoje."

"Acredito..." afirmo e forço um sorriso. A porta, de repente, abre-se e Harry aparece.

"Day, o médico disse para..." ele pará de falar quando os seus olhos caiem no meu pai, pois eu esqueço-me que ele é um demónio e também vê tudo.

"Entra, por favor!" peço e ele avança fechando a porta. Harry avança até mim, devagar, e coloca-se atrás de mim, agarrando os meus ombros.

"Ele consegue-me ver?" o meu pai pergunta admirado e eu e Harry entre olhamo-nos.

"Pois, digamos que ele é meio parecido contigo..." respondo e o meu pai arregala os olhos. "O Harry é um demónio."

"Espera... se ele é um demónio, supostamente, não devia ser 'mau'?" o meu pai pergunta confuso.

"Pois diz que sim mas eu sou, praticamente, o demónio da guarda, ou seja, eu protejo a Daisy." Harry responde e eu agarro a sua mão.

"Porquê?" o meu pai pergunta com um sobrancelha arqueada.

"Porque ela precisava de ajuda... quer dizer, ainda precisa de alguma ajuda." Harry responde entrelaçando os nossos dedos. "Day, o médico disse que já está na hora de ir embora, amanhã voltas cá."

"Ok... Até amanhã, pai..." levanto-me e aproximo-me dele para lhe dar um abraço. Quando o abraço é desfeito, ele caminha até ao Harry e estica-lhe a mão à qual o Harry corresponde.

"Obrigado, rapaz... E mantém-na segura..." o meu pai afirma e aperta a mão do Harry.

"Sempre!" Harry responde olhando para mim como se tivesse a prometer a mim.

Paramos o falatório e saímos do quarto dando um ultimo aceno ao meu pai. Harry poisa o braço nos meus ombros dando-me um beijo na testa e eu na sua bochecha. Caminhamos pelo corredor até que encontramos a minha avó sentada à nossa espera.

Saimos do hospital em direção à minha nova casa, pelo menos, por agora, ainda não sei onde é que o Harry vai dormir mas espero que ele durma comigo, já há muito tempo que não durmo em casa da minha avó, agora vai ser estranho. Fomos calados a viagem toda, Harry aproximava-me sempre mais um pouco mesmo que, praticamente, não saia do mesmo lugar, a minha avó olhava, algumas vezes, para nós e eu notava um pequeno sorriso aparecer nos seus lábios.

Next To You || h.s. #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora