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Estou com a Violet e com o Harry a sair da escola, vamos para casa da minha avó, mal eu falei na minha avó, a Violet disse logo que sim porque ela não para de comer e a minha avó faz as melhor bolachas do mundo. O Harry... vocês já sabem a história, ele não me deixa ir sem ele para lado nenhum, ele ontem ficou em minha casa para não me deixar sozinha e depois veio com a conversa de que o Félix pode aparecer outra vez e que tinha de me proteger, por tanto, deixei-o dormir no chão, até senti um pouco de pena dele porque o chão do sótão não é muito confortável mas foi ele que escolheu e eu não o ia deixar dormir na cama comigo, por tanto, ou era chão ou nada.

Fomos pelo caminho que era muito conhecido por mim, quando era pequena, eu fugia de casa e vinha para casa da minha avó porque, como já contei, ela ajudava-me muito. Fui sempre entre os dois porque estava a falar com a Violet enquanto o Harry ficava calado. Ás vezes, quando a Violet virava costas mas continuava a falar, eu olhava para o Harry e ele olhava como se perguntasse "Ela não se cala?", eu apenas ria pela sua atitude.

"Daisy, posso te perguntar uma coisa?" a Violet pergunta e eu assinto."Porque é que ele veio?" os meus olhos arregalaram-se e eu fiquei um pouco a olhar para ela, não sabia o que dizer porque ela não sabe a verdadeira história.

"P-porque..." olhei para ele e cruzamos os olhares. "Porque ele é meu amigo e decidi convidá-lo para a minha conhece-lo, já que os meus pais foram falar dele à minha avó!" digo encarando a Violet novamente.

"Espera, os teus pais conhecem-no?" ela pergunta claramente surpreendida. "Desde quando?" porque é que fazes tantas perguntas, Violet?

"Porque ele tem me ido buscar a casa para ir comigo para a escola." digo encolhendo os ombros.

"É por isso que vocês entram sempre juntos na escola..." ela diz com um olhar confuso.

Olho para o Harry e ele manda um sorriso ao qual eu retribuo. Ele não ajuda mesmo nada quando sorri, tenho sempre aquela sensação de que posso confiar nele mas ao mesmo tempo tenho medo e não sei se devo. Ele coloca uma mão atrás das minhas costas e aproxima-se.

"Tiveste bem!" ele sussurra ao meu ouvido e encaro-o enquanto ele continua com um sorri estampado no rosto.

Chegamos à rua da minha avó e fomos em direcção à sua pequena casa. Harry ainda não tirou a sua mão das minhas costas e estou a começar a ficar arrepiada. Chegamos à casa e bati à porta que rapidamente foi aberta revelando a minha querida avó.

"Avó!" digo com um sorriso e abraço-a.

"Querida..." ela retribui o abraço. "Olá, Violet!" ela larga-me e abraça a Violet. Olho para o Harry e ele está a olhar de uma forma estranha para a minha avó.

"No que estás a pensar?" pergunto aproximando-me dele.

"O quê? Nada, nada!" ele responde encarando-me.

"Avó!" agarro no braço do Harry e puxo-o para ele conhecer a minha avó. "Este é o Harry, Harry esta é a minha avó!" 

"Prazer..." a minha avó estende a mão e Harry fica a olhar para a sua mão um bocado mas acaba por apertar.

"O prazer é meu!" ele afirma.

"Bem, vamos entrar, eu fiz bolachas!" ela canta e Violet quase corre para dentro de casa. Harry agarra a minha mão e olho para ele confusa mas ele só encolhe os braços e puxa-me para dentro.

Harry POV

"Avó!" a Daisy quase grita e eu também quando vejo quem é a sua avó. A bruxa? Estão a brincar comigo?

"Querida..." Elas abraçam-se. "Olá, Violet!" diz parando de abraçar a neta e começando a abraçar a melhor amiga.

A sério? Estou chocado! Ela pediu-me para proteger a própria neta, eu, um demónio, que matou pessoas sem piedade e que não se arrepende do que fez. A questão é: porquê? Ela não a pode proteger sozinha como fez quando ela foi mordida pelo sem forma, com os poderes que ela tem? E o porquê de ser eu... eu acho que a magia dela está a ficar velha.

"No que estás a pensar?" Daisy pergunta aproximando-se, ela deve ter notado a minha reacção quando vi a mulher.

"O quê? Nada, nada!" respondo cruzando olhares, odeio quando acontece, é como se ficasse hipnotizado com os seus olhos azuis.

"Avó!" ela agarra o braço e puxa-me para perto da sua avó. "Este é o Harry, Harry esta é a minha avó!"

"Prazer..." a mulher estica-me a mão e eu olho um pouco, não posso estragar a felicidade da Daisy, agarro a mão da sua avó entrando no joga desta.

"O prazer é meu!" digo quase a vomitar mas controlei-me.

"Bem, vamos entrar, eu fiz bolachas!" ela canta e Violet corre para dentro de casa. Quando vamos entrar, agarro a mão da Daisy, não sei porquê mas o seu toque faz-me tranquilizar, ela olha para mim confusa e eu limito-me a encolher os ombros.

Entramos dentro da pequena casa, continuei a agarra a mão da Daisy já que ela não rejeitou vou aproveitar, fomos para uma sala de jantar onde tinha uma mesa com coisa em cima, acho que são as bolachas, e sentamo-nos nesta. Sentei-me ao lado da Daisy e ela largou a minha mão, até parecia mal, não é?

"Tem manteiga?" Violet pergunta.

"Tenho no frigorífico na cozinha!" a mulher diz e prepara-se para levantar.

"Espere, avó, é vou com a Violet." a Daisy oferece-se e levanta-se.

"O que pretendes com isto?" pergunto encarando a mulher à minha frente quando a Daisy e a Violet saem da sala.

"Querido, eu só pretendo que protejas a minha neta." ela responde sem emoção.

"Porquê? Não a podes proteger tu?"

"Harry, se eu pudesse não te pedia nada!" 

"Ok mas porquê a mim?"

"Eu fiz-te um favor!" a bruxa diz e Violet aparece com a manteiga mas sem sinal da Daisy.

"A Daisy?" pergunto sem pensar.

"Foi à casa de banho, já volta!" a Violet responde e eu assinto.

"Comam!" a mulher diz e Violet ataca literalmente as bolachas.

Passado um pouco, a Daisy aparece e eu fico feliz por esta casa ter um encantamento qualquer que só me deixa a mim entrar. Fico admirando o seu sorriso, ela está feliz por estar aqui com a avó e agora percebo porque a avó dela a ajudou, porque ela também vê e faz coisas estranhas. A Daisy sentou-se e começou a comer. 

"Harry, não comes?" a Violet pergunta e a Daisy engasga-se.

"Podes comer à vontade, não te vai fazer mal!" a avó da Daisy afirma.

Ainda olhei um pouco para a Daisy e depois para a mulher à minha frente mas eu pego numa bolacha. Elevo-a à boca e trinco, a rapariga ao meu lado observava cada movimento que faço. Não sabia a nada, era como se me paladar estivesse estragado, continuei a mastigar mas mesmo assim nada sentia nada, não sentia o sabor que todos dizem ser fantástico. Por fim engulo, Daisy ainda olhava para mim como se espera-se que eu dissesse alguma coisa.

"É... é bom!" afirmo sem saber o estou a dizer, talvez só tenha dito isto por causa da Violet, eu sei que a Daisy não quer que ela saiba que sou um demónio mas também pela Daisy porque sei que a avó não quer que ela saiba que me enviou para a proteger.

"Ainda bem que gostas, podes comer todas as que quiseres, querido." é assim tão mau quando quer matar tanto alguém e não poder porque tem duas pessoas inocentes ao seu lado e uma delas é do mesmo sangue que a vitima? 

Continuamos a falar e a comer, quero dizer, elas continuaram assim porque eu fiquei calado, só às vezes é que falava para Daisy porque ela punha conversa comigo, normalmente sou eu que faço isso com ela mas não me apetecia falar.

"Querida, já não tens marcas!" a avó quase grita e Daisy olha para ela, pude ouvir os seus coração a acelerar.

"Pois... tenho andado a tratá-las..." ela responde colocando outra bolacha na boca.

"Fazes bem, querida!" eu não vejo a hora de ir embora desta casa, daqui a pouco expludo.



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