01: A sombra de alguém

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Eu tropeçava em meus próprios pés quase caindo quando o peso da minha irmã veio para o meu lado.

_ Hellen! Digo tentando segurá-la com cuidado _ você não devia ter bebido muito! Reclamo.

Mas ela nem estava aí nem entendia o que eu falava só ria por ventos falando coisas sem sentido.
Passava da meia noite, estava perto para o dia nascer e duas doidas na rua. Se fossemos desconhecidos todos da cidade estariam com medo. Ou se já estão. Hellen começou a cantar uma canção que nossos pais cantavam para nós quando éramos pequenas. Era uma bela canção, mas não na voz da minha irmã e ainda bêbada.

Saímos para um bar perto com os amigos para beber um pouco e o pouco da Hellen era exagerado. Sempre. E pra piorar ela falava coisas que se lembrassem no dia seguinte ficaria louca. Ou se ela lembra e fingir que nada daquilo aconteceu? Eu sempre me perguntava isso. Nunca fiquei bêbado para esquecer as minhas falas ou atos. Eu sempre bebia na medida certa, nem muito mais também nem pouco sei muito bem meu limite. Já sóbria eu falo demais imagina bêbada eu só ultrapassava algumas coisa, mas era simples: um simples que deixaria uma pessoa fazer terapia por alguns anos.

Ainda segurando minha irmã pelo braço vejo que seu tom mudou ela cantarolava triste fazendo meu olhar para o dela que olhou para mim seus olhos vermelhos pela bebida e tristes.

_ eles nos deixaram sozinha… falou embolado mas eu entendi. Eu não sabia o que dizer era uma pergunta que eu fazia para mim mesma, mas nunca encontrei uma resposta. Abri a boca para falar algo mais um barulho de grito e uma luz amarelada vindo na direção de algumas casas faz meu olhar ir para lá assim como Hellen.

_ o que foi? Perguntou em tom assustado. Olhei para ela e depois voltei com meu olhar para aquele meio entre as casas.

Sem nenhuma resposta Hellen se afasta de mim e sai andando na direção do barulho tão rápido quanto meu olhar para ela que andava normal. Quero dizer, caindo para um lado e para o outro.

_ Hellen! A chamo sussurrando, ela olhou para mim por cima do ombro e sorriu um sorriso exagerado.

Era como se aquilo a chamava ou era o álcool quem poderia dizer? Ela correu e o que pude fazer foi ir atrás dela. Quando alcancei a puxei para voltamos mais algo chamou minha atenção, nossa atenção.

Tento aproximar mais, era alguém! Tudo estava escuro para ser alguém de verdade. Mas aqueles movimentos sobre a sombra da lua parecia ser algo. Olho por cima do ombro vendo Hellen colocar sua mão em meu braço e tentar ver o que eu via.

A luz forte amarelada voltou e o que eu vi era algo muito assustado, dei um passo para trás horrorizada com aquilo, tampei a boca com as duas mãos para não gritar. 

_ Você matou ela!? Gritou Hellen em choque

Era um homem todo no preto até seu chapéu, sobretudo batendo quase no chão em um movimento ágil ele se virou em nossa direção não consegui ver seu rosto por causa da falta de luz, bom mais nem queria. Puxei minha irmã pelo braço e saímos correndo feito loucas. Estava perto do Saloon onde morávamos, não tive coragem de olhar para trás estava com medo que ele aparecesse em minha frente.

Subimos os poucos degraus do Saloon e avancei na porta a abrindo, joguei minha irmã para dentro e fechei a porta a trancando. Meu coração batia acelerado, minha respiração falha, meu corpo tremia. Olhei para frente tentando encontrar minha irmã naquela escuridão. Escutei um baque vindo a frente meus olhos se arregalaram meu coração não batia mais. Tudo parou em volta de mim por alguns segundos até escutar o gritinho dela suspirei aliviada e a ajudei a subir os degraus para o nosso quarto. Não queria dormir sozinha esta noite então resolvi dormir com ela. Havia um bom tempo que não dormíamos juntas, já perdi o medo do escuro, dos barulhos da noite que me atormentava a muito tempo. Mas hoje eles voltaram e de uma vez. Aquela cena não sairia tão fácil da minha cabeça e eu sabia muito bem disso.

Hellen roncava mal deitou e já dormiu queria está assim também mais não consegui nem preguei o olho só queira ver a luz do dia eu precisava contar isso a ele. Ele saberia o que aconteceu? Eu esperava que sim.

 𝓐 𝓬𝓪ç𝓪𝓭𝓪 𝓶𝓸𝓻𝓽𝓪𝓵Onde histórias criam vida. Descubra agora