21.

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catarina pov'
acordei no peito de nuno, recordo me perfeitamente da noite, iamos fazer algo, sim, mas o meu trauma impediu-nos.
ele nao ficou chateado, até pelo contrário, ele percebeu.
vesti-me e ele deixou me lá, despedindo-se com um beijo, e que beijo meus amigos.
honestamente não queria mais entrar pela aquela porta, mas tinha de o fazer.
pôs a chave á porta dando duas voltas, depois abri, joão estava no telemóvel sentado no sofá, quando ouve o barulho olha rapidamente para mim, mas não diz nada, e volta a olhar para o ecrã.
respirei fundo, tirei os sapatos, e subi as escadas para me ir lavar.
quando tomei o meu banho diriji-me ao meu quarto, e fiquei surpreendida, a jarra que a minha mãe me deu estava concertada, e tinha um panfleto ao lado, escrito: "presumo que fosse importante para ti. joão :)", qualquer coisa desse género.
voltei a pousar o panfleto, suspirando quase todo o ar que tinha nos meus pulmões.
olhei para a porta arrombada, e para o panfleto umas cinquenta vezes.
vesti o pijama, agarrei na jarra e fui até á sala, onde joão estava.

— o que é isto? - perguntei rápido.

— isto o quê? - ele continuou a olhar para o ecrã.

— isto. - disse ligeiramente mais alto, fazendo com que olhasse para mim.

— ah..eu vi-o todo partido em cima do teu armário, provavelmente fui eu, não me lembro, mas se não fosse importante para ti, não estaria ali. - ele largou o telemóvel.

— porque é que o fizeste? - perguntei e logo de seguida, o silêncio invadiu aquela sala.

— eu pensava que era importante para ti. - ele sorriu ligeiramente.
— desculpa. - ele levantou-se.

olhei de relance para toda a sala.

— porque é que estragaste tudo? - uma lágrima escapou-me.

— eu fiz merda, ok? - aproximou-se.

suspirei.

— eu..eu estava pobre de bêbado, cometi um erro, não o devia ter feito. - desculpou-se.

os meus olhos estavam agora em água.
não disse nada, apenas diriji-me ao meu quarto, o mesmo seguiu me.
a porta estava ainda arrombada.
bufei.
entrei no meu quarto, ele deu me espaço e foi até á sala ou até á cozinha.

depois de algum tempo, fui lanchar, aqueci a merenda e o leite, e pôs num tabuleiro.

— como correu, tu sabes, com o nuno. - ele perguntou.

não lhe respondi.
estava demasiado chateada com ele.

ele tirou um sumo do frigorífico e eu subi com o meu tabuleiro até ao meu quarto.

combinei de ir a uma festa com carolina, hoje á noite, começa daqui a 45 minutos e eu perdi a noção do tempo.

— merda! - levantei me da cama, busquei o meu vestido, calçei os saltos altos, alisei o cabelo, e coloquei uns brincos, os meus favoritos.
perfume e alguns acessórios, estava pronta, mas já ia atrasada, 20 minutos.
agarrei no carro e fui até á morada que carolina me tinha mandado, mas espera, isto era uma casa, não era propriamente uma discoteca, como eu pensava que ia ser.
bati á porta e antonio abriu-me.

— catarina! - ele disse quando me viu.

— podes dizer me porque merda fui chamada aqui? - perguntei.

— entra e verás. - piscou me.

subi as escadas e a minha boca fez literalmente um 0.
a musica estava alta, muito alta, as pessoas dançavam e rodopiavam.
carolina veio até mim.

— gostas? - ela fez um 360, para mostrar o vestido.

— é lindo. - sorri.

— e a festa? - voltei a abrir a boca.

o meu meio-irmão • joão nevesOnde histórias criam vida. Descubra agora