— Como era a relação com seus pais na sua infância?
— Sou órfão.
— Eu sinto muito, Mello. — Disse com compaixão.
— Tudo bem.
“Merda. Talvez não esteja tão bem”— Mas você se lembra de algo sobre eles, a convivência?
— Muito pouco.
— Do que se lembra?
— Lembro que o meu pai era um grande filha da… — Mello hesitou ao perceber o que diria para uma terapeuta.
— Você pode se sentir livre para dizer o que pensa. A terapia é para te ajudar e não te reprimir. Se tem vontade de xingar o seu pai, o xingue.
“Por essa, eu não esperava…”
Mello assentiu. — Do que se lembra da sua mãe?
— Ela não era ruim. Eu gostava dela. Era carinhosa, mas…
— Mas…? — O incentivou.
— Não estou afim de falar sobre isso.
— Tudo bem. Tudo no seu tempo. Estamos caminhando muito bem para uma segunda sessão.
— Se você diz…
A terapeuta sorriu. — Por quê não me fala um pouco sobre sua vida amorosa?
— Vou me casar.
— Isso é maravilhoso. — Sorriu largamente — Como ela se chama?
— S/n.
— Me conte um pouco de como é sua relação com S/n.
— Nos damos muito bem. Foi ela quem me obrigou a vir falar com você.
A terapeuta sorria. — Isso é ótimo. Significa que ela se importa e muito com você.
— É, ela é incrível.
— Como a conheceu?
— No orfanato em que vivi.
— Uau. Então se conhecem desde crianças. Um amor de infância?
— É, quase isso.
— Por quê “quase isso”?
— Não fui muito com a cara dela no início.
— Por quê?
— Era meiga demais.
— E isso era um problema pra você?
— Talvez.
— Por quê?
“Porque eu gostava e isso mexia comigo”
— Talvez porque eu era e sou o oposto dela.— Ser o oposto dela, te incomoda?
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Anjo Caído (Imagine Mello) +18
Fanfiction"...Eu sou um Anjo caído, meu bem..." Onde Mello descobre que muito além da penitência, pode haver redenção.