Se tem uma coisa que eu detesto, é ficar gripada. Só perde pra quando estou menstruada — já que sou castigada todo santo mês por não ter um bebê.
Sinto todo o meu corpo mole e parece que um simples movimento, suga toda a minha energia. É como se eu tivesse chumbo no lugar dos ossos.
Agora estou deitada, tomando um caldo cheio de legumes que Mello preparou para mim. Até que está gostoso. Apesar de estar sem muito apetite e muito sonolenta. O termômetro que Mello colocou para medir minha temperatura, apita.
— 37.2 — ele constata. — Não chega a ser febre, mas está febril. Por isso —, ele diz descobrindo o lençol do meu corpo. Resmungo. — Não pode ficar coberta, ou pode passar de um estado febril para uma febre e convulsionar.
Sinto um calafrio ao ficar ao “relento”.
— Estou doente e você está sendo malvado comigo… — Murmuro.
Mello estala a língua.
— Não seja manhosa. Se fizer birra e bico, te coloco no chuveiro com água fria. — Provoca.
Fecho a cara. Ele sorri vitorioso.
Minha cabeça lateja e um sono lascado me atinge. Acabo cochilando. Sinto, de relance, Mello tirar a bandeja do meu colo, com toda delicadeza pra não me acordar. Mas estou arriada demais para agradecê-lo com um beijinho. Também não quero passar minha virose pra ele.
Acordo depois de meia hora, tentando me situar. É uma sensação estranha acordar de um cochilo e não saber quem sou, onde estou. Principalmente quando se está doente e tudo que nosso corpo quer, é dormir.
Sei que o corpo humano é inteligente, e se reestabelece através do sono. E é impossível lutar contra ele, quando meus olhos pesam uma tonelada.
Me sinto um pouco mais disposta depois dessa soneca reparadora. Apesar de ainda não estar cem por cento, obviamente.
Não sei exatamente que horas são, mas acredito que esteja no fim da tarde, pelo que consigo ver da janela do nosso quarto que dá vista para o céu — e para a sacada.
Olho para o lado e vejo meu marido recostado na cabeceira, lendo um livro ao meu lado. Ele está sem camisa e seu cabelo está preso em um coque frouxo com algumas mechas soltas em seu rosto.
Me viro de lado chamando sua atenção; Ele fecha o livro e me olha. Mello sorri pra mim. Um sorriso do qual sou perdidamente apaixonada.
— Está se sentindo melhor? — pergunta, me olhando. Ele acaricia meu rosto, tirando uma mecha de cabelo próxima do meu olho.
Fecho os olhos, aproveitando seu dengo.
— Com esse tratamento vip, como não poderia?
— Há meia hora atrás, você reclamou que eu estava sendo malvado. — Arqueou a sobrancelha, alisando meu rosto com carinho.
— Estava delirando de febre. — Digo sapeca.
— Sua descarada. — Brinca. — Quando você se recuperar, vou te mostrar o que é maus tratos. — mordeu os lábios com malícia.
Dou uma risada breve pois estou sem muita energia. Maldita gripe!
— Você tem que tomar água. — Ele se levanta indo até o meu lado da cama e enchendo um copo que estava junto com uma pequena jarra de água.
Mello entrega o copo com o líquido cristalino. Dou pequenas goladas e um sorriso para ele que está no pé da cama, de braços cruzados me monitorando.
— Obrigada, meu amor. — Agradeço com ternura, sorrindo.
Mello retribui o sorriso, pegando o copo da minha mão e o colocando de volta na mesa de cabeceira.
— Na saúde e na doença. Lembra?
Sorrio ainda mais. Ele beija minha mão.
— Quer tomar outro banho?
Assinto. Estou mesmo, precisando; Estou um pouco suada por conta da minha quase febre.
Mello me ajuda a levantar devagar, para não ficar tonta, já que passei um bom tempo deitada. Quando me ponho de pé, meu neném rodea minha panturrilha, com o focinho inclinado para cima, olhando em minha direção, e abanando o rabo, animado.
Para ele, tudo é festa modeuso.
Mello assobia para essa fofura e, imediatamente, Jon Snow vai para perto dele se sentando, comportado.
— Sua mamãe tá dodói e está indo tomar banho. Espere aqui, carinha. — Nosso filhote late em resposta, obedecendo-o. Mello acaricia o topo da sua cabeça.
— Uau. Como conseguiu isso?
— Autoridade de pai. — Ele se vangloria.
— Que sexy… — mordo os lábios. — Vai virar um dilf?
Mello dá uma risada rouca.
— Quem sabe...
Mello me conduz até a suíte e me ajuda a me despir. Não há malícia no gesto. Pelo contrário; é um momento terno. Entro na banheira. A água está mais para fria do que para morna. Não está ruim. Acredito que meu estado febril tenha baixado, pois não estou sentindo um frio absurdo.
— Parece que um caminhão trator passou por cima de mim. — Digo, me acomodando nas bolhas relaxantes de sais da banheira.
— Ficar gripado é uma merda mesmo. — Torce os lábios. — O banho de banheira vai te ajudar a relaxar.
Olho para ele com ternura, que está verificando a temperatura da água com o braço.
— Vou te deixar de molho aí. — zomba. — e ver o que Jon Snow está aprontando. Já volto.
Assinto com um sorriso e antes que ele se afaste, seguro seu braço.
— Eu te amo.
— Eu te amo pra sempre. — Diz, me dando um beijo sem malícia.
Na saúde e na doença…
Só se esqueceram de que nem mesmo a morte, é capaz de nos separar.
Um capítulo bem fofucho e boiolinha 👉👈 (˘ ³˘)
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Anjo Caído (Imagine Mello) +18
Fanfiction"...Eu sou um Anjo caído, meu bem..." Onde Mello descobre que muito além da penitência, pode haver redenção.