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— E eu vos declaro, marido e mulher. — O padre diz. — Pode beijar a noiva.
E é assim que eu e S/n nos unimos. Quer dizer: só oficializamos perante os homens, já que diante de Deus, já éramos casados há tempos.
Esse matrimônio não mudará muita coisa; continuaremos a nos respeitar e nos amar até o fim de nossas vidas. E depois dela.
S/n parece feliz. Radiante é a palavra. E eu também não estou muito diferente.
Nem nossos padrinhos. Bloom e Matt.
A pequena cerimônia no templo, foi rápida e simbólica.
Guardarei esse dia para sempre em minha memória.
Somos oficialmente marido e mulher.
— Vamos para casa, comer bolo! — S/n diz sorridente e empolgada.
S/n está no banco de passageiro, enquanto eu dirijo de volta para nossa casa. Matt e Bloom estão no banco de trás tagarelando no meu ouvido e no de S/n, sobre a cerimônia e nosso passado na Wammy's.
S/n parece animada com a conversa, e também pudera: acabou de se casar comigo.
É brincadeira.
Sei que ela também está feliz porque Bloom está aqui. Elas não se viam pessoalmente há muito tempo.
E quer saber? É bom estarmos reunidos novamente.
— Chegamos na mansão dos Keehls! — Matt grita.
Depois de nos acomodarmos na varanda, com nossas fatias de bolo de chocolate triplo em mãos, e conversa fiada jogada aos quatros ventos, decido fazer um comunicado.
— Eu quero me aposentar.
— Não acha que está muito novo para isso? — Bloom questiona.
Dou de ombros.
— Não estou mais afim de resolver casos. Vou deixar a agência do Nate.
— Oh. — S/n abre uma expressão de surpresa. — Você tem certeza disso, Mellinho?
— Estou tão certo como a decisão de ter me casado com você. — Sorrio a olhando nos olhos e ela retribui com ternura.
— Vocês querem me matar de diabetes, né? — Matt pergunta. — Meu funeral é amanhã, às 07h. Estão todos convidados. — Completa com falsa convicção e seriedade apontando para cada um de nós com o garfo.
S/n dá uma risadinha com o comentário de Matt e Bloom sorri de canto, balançando a cabeça, dando uma garfada no bolo de camada tripla.
— Bom, se é isso que você deseja, Mellinho, então tem meu apoio. — S/n diz convicta.
— Fala aí, Keehl. Por quê decidiu se divorciar do Nate? — provoca.
O provoco de volta.
— Porque acabei de me casar com S/n.
— Seu senso de humor, — aponta para mim com o garfo e a boca cheia. — Gosto disso, cara.
Reviro os olhos. S/n e Bloom riem em uníssono.
Suspiro antes de dar uma resposta.
— A real é que eu gosto de resolver casos, tenho respeito e admiração pela memória de L, mas cansei dessa vida. — Digo deixando meu prato vazio em cima da mesa de madeira polida da varanda, do qual estamos todos sentados. — Nunca fiz por dinheiro, afinal. Mas não quero ser mais uma sombra do legado de L. Quero construir meu próprio legado sem deixar a competitividade me consumir.
S/n entrelaça nossos dedos, chamando minha atenção para ela, e me olha nos olhos com um sorriso orgulhoso.
Ela sussurra um “ Eu te amo. “
— Amo mais, gatinha. — Digo lhe dando um beijo selado.
Bloom nos observa com um sorriso e um olhar de admiração.
Matt quebra totalmente o clima.
— Cara… a terapia tá fazendo milagres.
Todos riem. E mesmo que a minha risada soou sarcástica, eu também ri.
