Capítulo 22. Percepções.

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Recapitulando os últimos acontecimentos porque fiquei muito tempo sem atualizar 🤡

Guille descobriu que Lavine e Mackenzie tiveram algo.
Lavine e Mackenzie tiveram um momento depois do acontecimento do bar.
Lavine perdeu a hora, foi para casa e encontrou Maitê. Elas brigaram e transaram.
Mackenzie era tudo que Lavine conseguia pensar.

Agora FINALMENTE: CAPÍTULO NOVO!
ps: perdão pelos erros! to postando rápido porque quero postar o próximo ainda hoje.

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Depois que Maitê foi embora, eu precisava de um banho gelado, precisava tirar suas mãos e o seu cheiro do meu corpo. Apagar seus vestígios.

Aquilo foi ridículo. Aquela transa foi ridícula. Eu não deveria ter aberto as pernas para ela, apesar de que, bem, não era nela que eu estava pensando.

A água gelada batia em minhas costas deixando minha pele dormente, era a sensação perfeita que eu queria sentir no corpo todo. A dormência. O êxtase. Esfriei a cabeça e o corpo, mas o coração teimava em arder. Vesti o roupão que estava pendurado atrás da porta, penteei os cabelos úmidos para trás e voltei para a cozinha. Puxei a garrafa de vinho na adega embaixo da bancada juntamente com uma taça de vidro, saquei a rolha, enfiei o celular no bolso do roupão e fui para o jardim. Sentei-me na espreguiçadeira próximo a piscina, enchi a taça e degustei o sabor da bebida.

Eu não fazia ideia de que horas eram, o crepúsculo matutino acendia no horizonte entre as árvores e montanhas do Rio de Janeiro. O céu começava a se iluminar com a chegada do sol. Os tons de azul e as rajadas de laranja coloriam o céu. O tom de amarelo e laranja eram minhas cores favoritas, era impressionante os nuances que essas cores eram capazes de fazer, o vermelho intenso ao redor dessa estrela poderosa que ainda se escondia entre as montanhas, querendo nascer. Dei um gole no vinho, reflexiva.

Os primeiros raios de sol nasciam bem na minha direção, cercado pelo relevo. Morar aqui era um deslumbre. Ao meu lado esquerdo, dois passarinhos se empoleiravam aconchegados na beira da piscina, e tantos outros cantavam espalhados pelas arvores.

Dei outro gole na bebida e recostei na espreguiçadeira, estiquei as pernas e enfiei um pé por baixo do outro, esfregando-os devagar. Por um momento, consegui vagar pela imensidão do céu e da solidão, e todos os meus pensamentos se calaram. O alaranjado do céu prendia minha atenção, enquanto o vermelho me queimava por dentro.

Quando dei por mim, minha taça estava no chão e eu estava prestes a tirar o roupão. Olhei para a água da piscina reluzente com os raios de sol e não pensei em mais nada. Puxei o nó do roupão e o deixei livre para cair, seu tecido macio deslizou pela minha pele até bater no chão. Peguei a taça do chão e caminhei até a escada da piscina, desci os degraus lentamente sentindo a água morna cobrir o meu corpo. Dei mais um gole no vinho e ergui a mão, mergulhando em seguida. Senti a água entrando por todos os poros do meu corpo. Levei a cabeça para trás e voltei a superfície. Estiquei o braço até a borda deixando minha taça.

Afundei novamente e bati os pés embaixo d'água, abri os braços e nadei até o outro lado. A sensação da água passando pelo meu corpo sem uma peça de roupa era a melhor sensação de liberdade do mundo. Girei o corpo e boiei até a superfície, abri os braços e abracei a imensidão do céu bem em cima de mim. Todas suas cores intensas preencheram meu vazio e refletiram no meu coração, esquentando minha alma. Fechei os olhos por um momento e fui surpreendida pela imagem de Mackenzie sorrindo para mim. Desde então, tudo que eu conseguia visualizar era sua imagem.

Ela chegando com Beatriz e eu a vendo pela primeira vez.

Ela me presenteando com um Monet.

Ela parada na minha porta no meio da tempestade.

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