Capítulo 33. Entre a porta e você.

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River abriu a porta apressadamente me fazendo dar um pulo para trás. Eu ainda estava pingando, completamente molhada, com os braços ao redor do corpo tremendo de medo e frio.

- Não tem mais ninguém aqui. – Ele disse ainda segurando a pistola. – Você ligou para a polícia?

Engoli a seco e apenas concordei com a cabeça.

- E pro Henrique...

- Bom. – Ele trancou a porta.

- Você tem certeza? – Perguntei. – Certeza que tinha alguém aqui dentro?

Só em dizer essas palavras me subia um arrepio nas costas. Cruzei as mãos na frente do rosto e encostei os lábios gelados em meus dedos, assoprando-os.

- Eu senti a presença de alguém.

- Você me fez ligar pra polícia porque sentiu a presença de alguém? – Rosnei.

- Lavine, eu sou treinado para isso! Não sou mais criança. – Ele disse rispidamente andando de um lado para o outro.

Esfreguei as mãos no rosto e abaixei a cabeça. Meu celular vibrou na minha mão me dando um susto.

- Agora não é uma boa hora, Mackenzie. – Disse atendendo a ligação.

- Oh. Me desculpa, eu... – Ela parecia envergonhada.

Apertei os lábios e olhei para o meu irmão.

- Tá tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou preocupada.

- Não. – Me limitei a dizer. – Te ligo depois.

Desliguei a ligação e joguei o celular de volta na poltrona, eu estava angustiada. Henrique não chegava, a polícia estava demorando. E se o tal cara ainda estivesse escondido no jardim? E se meu irmão se ferisse? E se ele invadisse minha casa e saísse atirando? Meu deus, eu estava apavorada. Esfreguei os dedos nos olhos, apertando-os com força. Meu irmão, olhando meu desespero, tentou me acalmar.

- Ei... Você tá segura aqui.

- Parece que eu não to segura em lugar nenhum. – Retruquei baixo.

Ouvimos o barulho de um carro se aproximando do portão e a sirene do carro da polícia. Olhei para River e fui correndo abrir a porta da sala, aliviada por eles terem chegado. Meu irmão escondeu a arma no cós da calça e veio atrás de mim.

Passei pelo jardim olhando de rabo de olho pelos arbustos e árvores até chegar no portão, abrindo-o em seguida. Dois homens fardados estavam parados em frente ao carro, cada um carregava uma pistola na cintura e outra arma de cano longo pendurada no peito. Os dois usavam boinas e coletes a prova de balas. Alguns vizinhos curiosos começaram a aparecer nos portões de suas casas.

- Boa noite, senhora. – Um deles deu um passo a frente. - Recebemos um chamado de invasão de propriedade.

- Boa noite. – Respondi nervosa.

River apareceu ao meu lado levando as mãos para trás.

- Boa noite, senhores.

O outro policial parado mais atrás, apontou sua arma para a cintura do meu irmão e nos olhou de cima abaixo. Eles se entreolharam cautelosos e seguraram suas armas em frente ao corpo.

- Quer me dizer o que faz com essa arma, filho? – Perguntou o policial barbudo, parado mais à frente.

- Não sou seu filho. – Meu irmão respondeu friamente com um sorriso presunçoso no rosto. – Sou major do exército brasileiro. – Ele esticou a mão cumprimentando o policial. – Minha irmã ligou para vocês enquanto eu procurava o bandido que entrou na minha casa.

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