Não tinha como não nota-la na foto se ela era a primeira pessoa a aparecer, sentada dentro de um carro com o cinto de segurança atravessando seu corpo, Mackenzie sorria para foto junto do irmão sentado no banco de trás. Maison fazia uma careta engraçada e os dois usavam um filtro de cachorro que os deixavam com orelhas e um focinho marrom. Eles pareciam tão... felizes. Olhei para ela novamente sentindo meu coração apertado, o ar entrava e saia pela minha boca deixando minha garganta seca. Como ela pôde fazer isso com ele? Como ela pôde deixá-lo? Apoiei a mão no alto do sofá sentindo minhas pernas bambas. Olhei discretamente para Paola e assenti com a cabeça.
- Eu sabia! – Paola esbravejou.
Maison se assustou olhando para ela.
- O que? O que foi?
Paola esfregou as mãos em seu rosto vermelho e olhou para ele.
- Desculpa, querido. Só estou com muita raiva da sua irmã.
Ele abaixou a cabeça envergonhado.
- Eu também.
Eu estava paralisada ao lado do sofá com a foto na mão. Meus pensamentos estavam acelerados, mas parecia que o tempo tinha parado. Maison e Paola passavam em câmera lenta diante da minha visão.
Olhei novamente para a foto, virando-a do avesso. Uma letra rabiscada de tinta azul e borrada pelo desgaste juntamente com um número de celular estavam no cantinho.
Amo você, irmãozinho.
da sua irmã favorita;mackenzie.
Ver sua letra, seu nome e seu rosto naquela foto foi minha maior decepção. Eu não tinha explicação para dar por ela, não tinha desculpas nem argumentos. Eu estava tão decepcionada que não sabia o que dizer. Por um lado, claro que eu queria que ele fosse irmão dela, mas depois de ouvir todas aquelas histórias... Eu torcia para que não. Torcia para que a mulher que eu tinha me apaixonado e que era tão maravilhosa não tivesse abandonado o irmão a própria sorte. Ela era responsável por tudo de ruim que aconteceu a ele e eu não sei se seria capaz de perdoá-la.
Apertei os lábios e inspirei o ar com força, Maison me olhava aflito. Forcei um sorrisinho de lado para disfarçar o buraco que abriu no meu peito.
- De quando é essa foto? – Perguntei completamente sem voz.
Ele apenas deu de ombros.
- Não sei...
Limpei a garganta e devolvi a foto para ele.
- Você disse que tentou ligar... Foi pra esse número que está atrás?
Ele dobrou a foto e guardou no bolso da calça.
- Foi.
- Pode me emprestar seu celular? – Perguntei para Paola.
Disquei o número que estava atrás da foto com um aperto tremendo no peito. Depois do terceiro toque, uma mensagem automática dizendo que aquele número estava indisponível.
- Tem certeza de que é esse número?
- É o único que eu tenho... Foi o número que minha mãe anotou.
Troquei o olhar com Paola devolvendo seu celular.
- Eu... – Encostei os dedos na ponta do nariz. – Já volto.
- O que foi? Eu fiz algo de errado? – Ouvi a voz do garoto enquanto fui em direção ao quarto.
- Não, meu amor. Você não fez nada de errado. Agora vem me ajudar a colocar a mesa. – Ouvi Paola dizendo antes de entrar no quarto e fechar a porta.
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Em busca de você
Roman d'amourQuando Lavine se casou ela nunca imaginou que oito anos depois iria se divorciar por uma incompatibilidade tão brutal. Em busca de seu equilíbrio emocional para superar o coração partido, ela se tranca em si e nega todas as possibilidades do caminho...