Capítulo 5. Ressaca moral.

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MACKENZIE

Eu ainda estava deitada quando Beatriz me ligou implorando para que eu fosse na casa de Lavine, eles fariam um churrasco e eu deveria ir de biquini. Ela nem precisava implorar, era provável que eu fosse até lá sem nem mesmo ser convidada. Mas era claro que ninguém precisava saber disso. Ontem no final da festa eu e Guille acabamos trocando um beijo rápido, foi inesperado, nossos lábios se tocaram numa despedida casual e acabou acontecendo. Foi bom, mas não era ele quem eu queria. Ou talvez fosse melhor assim, Lavine estava rodeada de um drama no qual eu não tinha paciência. Isso definitivamente me afastaria. Eu gosto de coisas fáceis. E ela, pelo visto, não era nem um pouco fácil. Tudo ao redor dela era difícil, dramático e complicado. Seu divórcio, a ex. Nossa. Não. Me arrastei da cama para o banheiro, eu tinha que começar a me arrumar se quisesse chegar no horário.

Depois de alguns minutos pensando no que vestir, optei por um biquini preto básico e uma saída de praia branca longa. Eu não estava com paciência para me arrumar em grande estilo e um dia de piscina e sol deveria ser básico né? Terminei de arrumar minhas coisas e saí de casa. Fiz sinal para o primeiro táxi que passou na minha frente e o entreguei o endereço. Relaxei no banco enquanto olhava meu celular, a primeira coisa que apareceu foi a foto de Lavine ao lado da ex-esposa. Parecia uma matéria sensacionalista e o dia da foto parecia muito com a festa em sua casa. Li a matéria atentamente e revirei os olhos: drama, drama e drama.

Em menos de quinze minutos eu estava parada em frente ao portão de sua casa, que por sinal era bem chamativo. Plantas subiam pelas paredes ao seu redor deixando o local charmoso. Um interfone se encontrava ao lado do portão, fincado na parede. O portão se abriu assim que pensei em tocá-lo e me perguntei se foi Lavine quem abriu para mim. Passei pelo portão e já ouvia vozes altas vindo do jardim, provavelmente da piscina, abaixei o olhar e fui prestando atenção no caminho. O chão de pequenas pedras tornava o caminho flexuoso, as arvores e arbustos envolta tornavam o lugar um charme. Agora que não tinham mesas e mais mesas tomando o espaço do lugar, pude perceber o quão grande e aconchegante tudo aquilo era. Parei no meio do caminho por um instante para apreciar aquela paisagem, aquele silêncio, aquela paz. Fechei os olhos por um momento sentindo o sol quente bater em minha pele. Respirei o ar puro e exalei devagar. Aquilo era maravilhoso. Voltei a andar pelo caminho que daria para a piscina, mas antes parei para pegar uma flor amarela que estava caída no chão. A coloquei atras da orelha, junto com algumas mechas do meu cabelo. Avistei Guille e River pulando na piscina enquanto Beatriz abria uma cerveja ao lado de uma mesa retangular, ela parecia animada conversando com os meninos que agora estavam dentro d'água. Procurei Lavine rapidamente com o olhar e senti meu estômago congelar com o que vi. Ela estava recostada em uma espreguiçadeira redonda de vime, com um biquini azul celeste. Um livro aberto estava sob suas pernas e ela bebericava uma bebida em uma taça de vidro. Um chapéu redondo estava em cima da sua cabeça, tapando seu rosto do sol. Ela era incrivelmente maravilhosa e todos os meus pensamentos de hoje cedo foram afastados quando eu a olhava. Eu desistia de desistir dela ou do que será que fosse em relação a ela só de olhá-la. Eu poderia ficar parada aqui o dia todo.

O grito de Beatriz do outro lado da piscina chamou minha atenção. Ou melhor, interrompeu meu momento. Acenei com a mão e abri um sorriso, me encaminhei em direção a ela e a cumprimentei com um abraço.

- Tem cerveja ou qualquer outra bebida que você queira beber no frigobar ali atras. - Ela dizia enquanto tirava minha bolsa do ombro a colocando em cima da mesa. - Fica à vontade, a casa é nossa, mas a gente finge que é da Lavine. - Ela soltou uma risada e piscou para mim.

Acenei para os meninos dentro da piscina que sorriram em resposta. Dei a volta na piscina e fui atras do frigobar. Perdi as contas de quantas cervejas e opções de bebidas tinham ali dentro. Me aproximei novamente de onde Beatriz estava, ela virava a carne na churrasqueira e dava um gole em sua cerveja.

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