Capítulo 25. Manda ela embora e me leva para sua cama.

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Helou!
Trago novidades: a @liandrastica criou uma playlist do livro e agora eu também estou adicionando músicas que já foram citadas aqui e ainda vão ser, então fiquem à vontade pra escolher uma música enquanto leem!

Link: ( https://open.spotify.com/playlist/5K8B7UtMhyuzBnBRQprPrR?si=a6f520230c61410e )
Nome: em busca de você feels

Agora vamos ao que interessa: um capítulo com sete páginas para vocês!

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Já eram quase sete horas da noite e o céu estava começando a ficar no tom alaranjado que eu tanto amava, eu o via através da janela atras de mim. Afundei ainda mais os pés no sofá, abracei os joelhos e mirei as nuvens, carregadas e grandiosas que voavam rápido pelo céu. Era minha terapia pessoal acompanhá-las, como se fossem se partir a qualquer momento e nos agraciar com uma chuva tempestuosa, ou chegar em algum lugar longe dali. Pensei por um momento em abrir a janela e ser recebida com o frescor lá de fora, mas aparentemente estava muito mais frio do que dentro de casa. Talvez, afinal de contas, eu fosse como uma nuvem. Sempre prestes a ruir e sempre prestes a chegar em algum lugar que nem eu mesma saberia dizer onde.

Voltei a atenção para os papéis a minha frente, folhas e mais folhas presas por alguns grampos e rabiscos em vermelho em parágrafos que eu discordava. Paola estava louca se achava que eu iria desistir do apartamento em Lisboa. No final das contas, aquilo já tinha se tornado uma briga de ego e eu sabia disso.

Peguei minha taça pela haste e dei um bom gole no vinho deixando-o inundar meu paladar, sentindo-o explodir em diversos sabores em cada pequeno canto da minha boca. Estalei a língua no céu da boca e coloquei a taça novamente em cima da mesinha de centro.

- Fantástico.

- Fantástico! – Zé Alfredo repetiu me fazendo dar um pulo de susto.

- Que susto, Zé. – Dei o indicador para ele pular, beijei o topo do seu topete e o coloquei em pé no braço do sofá.

Virei a folha e desci o olhar lentamente lendo todas as palavras. Rabisquei algumas anotações. Meu pensamento variava entre a noite anterior e os papéis a minha frente. Eu queria muito não pensar na Mackenzie enquanto analisava meu próprio divórcio de quase quarenta milhões.

Mas era inevitável. Ela era inevitável. Nosso beijo... Era inevitável.

Sem me dar conta meus dedos estavam sobre meus lábios e eu quase pude sentir o gosto do seu beijo. Somente isso foi o suficiente para disparar meu coração. A lembrança dos detalhes, cada toque, cada gosto que eu sentia com seus beijos, seu cheiro. O jeito que ela me olhava... O jeito que ela me fazia sentir... coisas por ela.

Nos despedimos aquele dia com beijos infinitos e a promessa que eu ligaria para ela, mas ainda não tinha respondido suas mensagens e só de pensar em fazer isso me batia desespero. Mackenzie me deixava desesperada pelo sentimento que ela despertava em mim, pela possibilidade do ser, pelo desejo, pela paixão, pela possibilidade de não dar em nada – e ainda pior – de dar em alguma coisa.

Ela me aterrorizava só de chegar perto de mim, de notar minha presença e me olhar daquele jeito que só ela sabia olhar. Ela me aterrorizava quando sorria para mim e quando seu corpo sem querer esbarrava no meu, mas quando seus lábios tocavam os meus... Eu sentia tudo, menos terror.

Eu me sentia completamente aterrorizada na possibilidade de amá-la e receber seu amor de volta. Na probabilidade de me tornar sua. Tinha desespero em me abrir para ela e no final ela ser como uma nuvem, correndo pelo meu céu.

Eu não estava pronta para ser de outra pessoa. Eu não estava pronta para me apaixonar, porque isso envolvia me desapaixonar pela Paola, e eu não estava preparada.

Em busca de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora