Capítulo 29. Casamento, arrependimentos e Maison.

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Pisquei devagar e encarei seu olhar.

- Laura, por favor. – Maitê segurou seu braço visivelmente nervosa.

- Sua mulher nunca disse que era casada. – Disse. - De qualquer forma, peço desculpa pelo inconveniente de ter acreditado nela.

Laura desviou o olhar do meu e se desvencilhou de Maitê. Um sorriso amargo se formou em seus lábios, o puro desgosto da decepção e a dor de uma traição. Ela tentava se manter firme, mas estava nitidamente abalada. Só em pensar que isso também era culpa minha meu estômago revirava de ânsia. Em um movimento rápido, ela puxou com força a aliança de sua mão esquerda e a soltou em cima da mesa. Por um breve momento, achei que ela fosse me dar um tapa na cara.

- Pega suas coisas e cai fora do meu apartamento. – Ela disse num sussurro antes de sair a passos firmes pelo restaurante.

Abaixei o olhar até a joia cintilante rodopiando na mesa e olhei para Beatriz. Ela me encarava de volta ainda segurando seu drink perto da boca, igual uma estátua assim como eu. Incrédula.

- Você não vai atrás dela? – Minha amiga perguntou. – Acorda, filha! Sua mulher!

- Não. – Maitê se limitou a dizer.

Senti seu olhar esquentar em mim procurando por qualquer movimentação minha. Não me atrevi a olhar para cima. Eu queria matá-la. Soltei o ar pela boca ainda processando o que tinha acabado de acontecer. Se algum conhecido de Paola estivesse aqui, isso seria um prato cheio para ela usar contra mim. E era óbvio que em algum momento, ela usaria.

- Lavine... – Meu nome em sua boca parecia uma súplica.

Arrastei a cadeira para trás pegando meus pertences da mesa e levantando.

- Vamos embora, Beatriz.

Sai num rompante restaurante afora, andado a passos largos para sair o mais rápido possível daquele lugar que eu nunca mais colocaria os pés. Passei pela tradicional porta giratória feito um furacão.

- Lavine, espera!

Maitê estava atrás de mim. Virei para ela com uma fúria descomunal prestes a pular em seu pescoço.

- Você é casada! – Apontei o dedo em sua direção. – Casada! Meu deus, que pesadelo. – Levei as mãos até a cabeça. - Eu não acredito que me envolvi com uma pessoa casada.

Abri a porta do carro que estava estacionado logo em frente mas Maitê me puxou pelo pulso, fechando a porta em seguida. Suas mãos seguraram firmes me encostando na porta.

- Eu me apaixonei por você! A gente se conheceu e no começo era só sexo e você também queria isso! Mas eu me apaixonei! Desculpa se isso não saiu do jeito que você queria. As coisas foram acontecendo... e...

Olhei seu rosto perplexa com suas palavras. Empurrei seus ombros para trás afastando-a de mim, mas Maitê era resistente e se aproximava novamente a cada empurrão.

- Eu te levei para minha casa, abri as portas pra você, te apresentei aos meus amigos! – Fechei os punhos em seus ombros, pressionando-os para trás. – E nem por um segundo você pensou em me dizer que você era casada? Em nenhum de todos esses momentos? Acho que eu merecia pelo menos uma verdade vinda de você.

- Eu amo você. – Ela permanecia segurando meus braços. – Me perdoa!

Franzi a testa e passei o olhar por seu rosto.

- Você não sabe nada sobre amor. Se soubesse, não estaria aqui falando comigo. Não é a mim que você deve perdão. Sua mulher está lá dentro!

- Sim! Você não ouviu nada do que eu falei? – Ela perguntou segurando meu rosto. – Eu tô apaixonada por você! Eu quero você!

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