Truque sujo

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Raely Helena



Já são 19:00 horas.


Procuro por Alsel e Loren nas arquibancadas reservadas, não demora muito até encontrá-los. Meu amigo parece sorrir, Alsel está sério, não vou mentir, sua expressão me preocupa... Relaxa... Vai dar tudo certo! Louis se aproxima de mim lentamente, está sorrindo, ele exala uma tranquilidade maior do que a minha, ele me encara com brilho nos olhos.



- Bonne nuit, ma chère.



- Fala português! Eu não te entendo!



- Oh... Pardon... Boa noite, querida.



- Querida? - arqueio a sobrancelha. - Isso é uma cantada ou algo do tipo? Por que não vai funcionar em mim!



- É uma pena... Não quero machucar uma bela donzela como a senhorita.



- Tudo bem, também prefiro que não faça isso, assim posso ganhar facilmente.



Sorri em seguida.


Ele vai tentar tomar meu tempo?


Devo começar a me movimentar. Primeiro, como Alsel me ensinou, não posso entregar minhas habilidades no começo, antes, analiso a capacidade inimiga. Então me afasto do rapaz e começo a correr em círculos ao seu redor.



- O que está fazendo? Desse jeito vai se cansar antes do final da batalha.



Ele não se movimenta, mas o que ele pretende fazer?


Cansar? Eu tenho energia o suficiente! Nem parece que minutos atrás eu estava tremendo de ansiedade. Acho que a presença de Nathalia me dá mais impulso para querer lutar, eu faço isso porque desejo demonstrar mais força que a mesma, quero que ela sinta medo do meu poder.



- Qual a estratégia que a jovem Raely prepara? - O narrador retorna. - Ela prossegue dando voltas em torno do adversário, parece estar animada o suficiente para essa disputa.



Eu tenho a impressão de que o narrador do torneio fala com dificuldade, deve ser a idade. Bom, se o rapaz não se move, vou eu atacar primeiro! Me aproximo rapidamente e dou-lhe um soco muito forte em seu braço direito. Ele se afasta, agarrando a região dolorida, caramba... mas é tão fraco assim?



- Ai... - geme massageando o braço. - Seja mais doce comigo, chaton.



- Chaton? O que é isso?



- Significa gatinha.



Ele está começando a me irritar.


Acho que é isso que ele quer. Não posso demonstrar que está conseguindo, preciso manter uma expressão mais tranquila possível.



- Muito obrigada pelo elogio, mas infelizmente não posso lhe dizer o mesmo.



- É sério? Mas eu sou o garoto mais bonito que já pudera conhecer.



Misericórdia. Imagine o mais feio?



- Porque não defendeu o golpe?



- Gosto de apanhar de mulher bonita.



Respiro fundo buscando o equilíbrio em minha mente. Não hesito em lhe dar outro golpe, dessa vez um chute em sua canela, ele quase cambaleia mas permanece de pé suportando a dor.



- Para de deixar eu te bater! Isso aqui é uma luta, não um encontro!



- Hum, ver garotas irritadinhas me fascinam muito.

The Last GardenOnde histórias criam vida. Descubra agora