Epílogo

8 5 0
                                    

Alsel Qiang



Raely está viajando com as duas.


Preciso usar este tempo para começar com um novo plano. Vou viajar para o Norte do país para buscar novas informações sobre o Cabeção. Começo a arrumar minha mala, mas algo me interrompe na metade. É uma ligação do Diego. O que será que ele quer?



- Alsel! Você está muito ocupado, meu amigo?



- Estou organizando algumas coisas para ir atrás daquele assassino, por que a pergunta?



- Olha, eu sei que sua vingança é muito importante, mas temos um trabalho bacana que vai te interessar muito.



- Como assim temos? Você e mais quem?



- Adivinha...



- A Carol?



- Sim! Ela está aqui na cidade, veio me reencontrar. Ela também está com saudades de você.



- Deve ser um trabalho muito sério para estarmos nós três, reunidos novamente.



- Exatamente. Dessa vez tem a ver com aquele carinha que presenteou sua pupila.



- Manoel? - Isso me deixa intrigado, sou obrigado a apressar na organização da mala, dessa vez para um outro destino.



- Quando chegar aqui, te contamos o resto. Só para dar aquele ar de suspense que tanto gosto.



- Certo, me passa o endereço.



Niara, a capital do país.


Bairro das Rosas, quadra 5 e lote 14.


É uma casa pequena e quase caindo aos pedaços, com um pé de amora na entrada. Chego de viagem, encarando essa fachada horrorosa. Por que Diego escolheu logo aqui, para passarmos os dias? Ele é um jovem que tampouco se importa com detalhes elegantes.



Ao menos tem uma campainha.


Toco nela. O som é um zumbido fraco.


A porta se abre e aqui está diante de mim, o cara que sempre me ajudou nos melhores momentos. Com suas tranças curtas e mechas loiras e sua pele negra light skin.



- Quanto tempo, hein. Pessoalmente parece mais bonito.



- Lhe digo o mesmo. - respondo entrando na casa.



Não temos o costume de abraços carinhosos, mas dessa vez aconteceu. Ele me puxa para um abraço apertado, se afasta sorrindo e batendo sua mão no meu ombro.



- A maluca está no porão.



- Porão?



- Sim, o que foi? Pensou que nossa estadia seria neste barraco tranqueiro? - riu de minha cara, me levando para o fundo da casa e abrindo um alçapão no chão. - Nosso dormitório, ou melhor... nosso local de trabalho, é por aqui.



Sou o primeiro a descer, confuso.


Eu não previ isso, mas agora faz mais sentido. Isso aqui é bem a cara dele, como um bom hacker, deve manter sigilo até de sua moradia. O corredor é feito de um material rochoso e prateado. Não vou questionar como ele conseguiu pagar por isso. Há uma porta na frente, feita de ferro, com um sistema de segurança para entrar.



- Este lugar foi feito para nos escondermos de satélites. - Com seus dedos sob o leitor de digitais, ele abre a porta automaticamente. - Ou seja, podemos saber onde todo mundo está, mas não saberão onde estamos.

The Last GardenOnde histórias criam vida. Descubra agora