Aquaman?

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Raely Helena



Hum...


O cara que lutou hoje a noite foi um alemão. Com quase 30 anos de idade e participante de uma categoria alta. Hum...



Ao terminar de tomar um banho fresquinho, me enrolo na minha toalha verde e penteio meus cabelos. Amanhã de manhã será a segunda luta dos competidores da categoria 5. Amanhã também haverá as lutas decisivas da categoria 1 e 2, o que significa que lutarei novamente, dessa vez contra aquele John que ficou me encarando de um jeito estranho, desde hoje à tarde.



Eu tenho um medo real de perder ali. Preciso conversar com Alsel para pensar num segundo plano. Se por acaso eu perder este torneio, como farei para pagar o tratamento de minha mãe? Deve haver algum jeito.



Droga! Eu esqueci minhas roupas do lado de fora...


Será que eu saio de toalha? Será que peço alguém para pegar as roupas para mim? Eu penso que estou sendo sortuda demais, por haver dois homens aqui no mesmo apê que eu e ser bastante respeitada por eles. As coisas que minha mãe me dizia sobre os homens no mundo, me fez ter um pouco de desconfiança deles, mas é engraçado que são eles, as pessoas com quem mais faço amizade.



Quando eu disse à minha mãe que viria sozinha com o Alsel para Gurundi, ela me aconselhou preocupada, a não deixar que o mesmo invadisse meu espaço momento algum. Eu entendo muito o que ela quis me dizer. É engraçado, quando eu era mais nova não sabia nem de onde vinham os bebês, mas agora que minha inocência se perdeu... A preocupação de minha mãe, se torna a minha também.



- Ei! Tem alguém aí fora? Alguém pode pegar minha roupa? Tá em cima da...



Alguém bate na porta do banheiro. Abro um espacinho para ver quem é.



- Esta aqui? - Loren me entrega, que bom que não precisei terminar a frase.



- Muito obrigada! Onde o Alsel está?



- Fazendo o jantar. Se veste logo, a comida já está quase pronta!



- Tá bom!



Depois que me visto, chego na cozinha e sou seduzida por este cheiro delicioso de arroz. Alsel preparou um jantar idêntico àqueles que Maya sempre faz. Corro para encher meu prato e sento-me à mesa para comer. Hum... Hum... É gostoso... mas...



- Prefiro o Ceviche do Cayo!



- É, eu também... - Loren concorda, com a boca cheia.



Alsel me encara com um olhar do tipo: é sério mesmo que tu disse isso? Aquilo me faz rir, acho que toquei na ferida dele. Estive pensando, que esse afastamento do Atahualpa com a gente não é algo natural, ele estava fazendo tanta amizade conosco. Alguma coisa deve ter acontecido naquela luta contra o Alsel, que não sabemos.



- Ah! Alsel, eu quero te perguntar uma coisa. Uma não, duas!



- Diga.



- Primeiro: o que farei se eu perder no torneio? Trabalhar até morrer e não conseguir salvar minha mãe? Segundo: quando você nos contou sobre o assassino que matou sua mãe, eu percebi que o lutador Batisty coincide com as características dele.



Loren cospe sem querer, o suco que bebia.



- O quê? - E ainda pergunta espantado. - Pensando bem... faz bastante sentido!



- Não. - responde Alsel já raspando o prato. - Batisty não é o Cabeção. Um assassino de aluguel dificilmente participaria de um torneio famoso. Veja eu como um exemplo. O que você deduziu foi apenas uma coincidência. Ele não é o único alemão com cerca de 30 anos, existente no país. E respondendo a sua pergunta anterior...

The Last GardenOnde histórias criam vida. Descubra agora