Pedro

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Estava envolvido em tantas papeladas essa manhã espero que o Richard receba alta logo e volte a trabalhar o quanto antes tem coisas aqui que só ele pra fazer não entendo muito de TI. Como não fui almoçar com eles resolvo ir pegar um cafezinho e jogar uma água no rosto, já li tanta coisa que tô me sentindo vesgo.

Na volta pra minha sala encontro Alex, ele diz que veio ver Rachel e não a encontrou na mesa dela explico que ela foi almoçar e logo volta aproveito e chamo ele pra conversar estou com uma ideia de implementação de um novo projeto e vou precisar dele .

- Entre amigo, quer algo pra comer ou beber? - pergunto entrando em minha sala, verifico a hora e daqui a pouco Rachel chega.

- Aceito uma água bem gelada - ligo para recepção e peço pra trazerem também uma tábua de frios com frutas.

- Preciso de sua ajuda, quero implantar um projeto de assistência a saúde junto com meus seguranças -

- Uau... Um grande projeto, como seria isso? - explico pra ele mais ou menos como funcionária, tenho clientes com problemas de saúde e precisam de segurança porém meus seguranças sabem o básico pra não deixar ninguém morrer até receber o atendimento o meu objetivo era treinar enfermeiros e enfermeiras oferecendo um serviço de qualidade e também construir um hospital 24 horas apenas para esses clientes e meus funcionários e familia dos mesmo. Estávamos empolgados discutindo ideias e colocando no papel, Alex ficou animado em voltar a morar perto da família e também poderia trazer seus melhores profissionais junto em certo momento da conversa meu celular começou a tocar era meu primo coloquei no viva voz e continuei a escrever as coisas que Alex me dizia.

- Oi Dan, o que foi? -

- Pedro, vem rápido a Rachel passou mal - levantei rapido junto com Alex, paguei meu celular e saímos correndo para o elevador descemos e assim que olho do outro lado da rua vejo um burburinho viu imediatamente pra lá pedindo licença as pessoas.

- O que houve Dan? - pergunto a pegando no colo.

- Não sei, ela começou a sentir mal então aquele senhor - olho para direção que ele apontou - perguntou as horas e ela teve um surto quase foi atropelada - me diz, olho mais uma vez e o homem já não esta mais lá. Entramos no prédio e todos olham para nós não me importo subimos para minha sala coloco ela no sofá e Alex a examina.

- Ela te contou, não foi? - pergunta dando uma última olhada nela.

- Sim.. não tudo, mas uma boa parte - ele acena com a cabeça pensando se me deve dizer algo ou não.. até que começa a falar.

Eu me lembro quando ela chegou ao hospital irreconhecível, tinha hematomas por todo seu corpo seu rosto parecia um arco íris e tão inchado que pensei que ela perderia a visão, perdeu parcialmente. Ela já chegou desacorda eu não sei como ela sobreviveu, foi a mão de Deus e do anjo da guarda dela.

Flashback

- Você precisa salva-la Doutor, por favor - o homem me implora de joelhos chorando de soluçar -

- Vou fazer o possível, o que aconteceu com ela ? Qual o nome do senhor ? - perguntei fazendo os primeiros Socorro ali na hora.

- Ela foi agredida pelo Ex, eu sou o pai dela me chamo Paolo  Dumas - faço uma aceno de concordância e entramos na UTI fizemos todas as verificações, costela quebrada, pulso quebrado e tornozelo quebrado, alem de um corte profundo na cabeça parecia que algo tinha batido ali. Limpamos o ferimento tinha estilhaços de vidro ali costuramos e a levamos para tumografia e a ressonância magnética depois um raio x precisava saber se precisaria operar.

Ela sofreu um traumatizo craneoencefálico grave, nossa prioridade era manter ela estável então a intubamos, depois do exames o neurologista viu que ela estava com um edema cerebral e precisaria de uma cirurgia de urgência pois ela poderia morrer já que seu cérebro inchou e causou o aumento da pressão intracraniana, precisávamos diminuir essa pressão.

Saio do centro cirúrgico esgotado, foram horas nessa cirurgia e quase a perdemos... Mas com a graça de Deus tudo ocorreu bem vou até seu pai dar a notícia. Peço que ele me siga até meu consultório assim teremos um lugar mais reservado para conversarmos.

- A cirurgia correu bem, agora vamos ver como serão as próximas horas. - o informo, ele me agradece bastante segurando os papéis ainda não preenchidos . Ele abre uma pasta cheia de documentos e me mostra.

- Eu não posso ficar por muito tempo no Brasil só vou ficar até se recuperar,essa pasta é a nova vida da minha filha e eu preciso que o senhor me ajude, por favor!- eu olho bem pra aquela pasta e lembro de como ela está o certo seria ir a polícia, mas se é um pai que está me pedindo é porquê não há outro jeito.

- Eu ajudo, não se preocupe - vejo o alívio em seu rosto.

Depois daquele dia ela teve uma melhora significativa, seu pai só saia de lá pra comer e tomar um banho ele conversa com ela todos os dias pedindo que ela voltasse a abrir os olhos novamente. No 3 mês ele precisou ir embora por causa do trabalho então eu fiz o papel dele, sempre que dava eu ia vê-la e conversava com ela por horas.

6 meses se passaram ela estava ótima ainda não sabíamos se haveria alguma sequela, porem estávamos confiantes em um desses dias que o hospital estava tranquilo coloquei umas flores em seu quarto abri um livro e comecei a ler para ela enquanto tomava chocolate quente eu percebi que sua mão começou a mexer imediatamente parei de ler, ela estava começando a acordar e parecia muito agitada até que ela abriu os olhos tentando reconhecer o lugar.
Aos poucos ela foi se acalmando, chamei uma enfermeira para ajudar ela a tomar água .

- Oi, onde eu estou?- ela me perguntou depois de um tempo, sua voz ainda era um sussurro.

- Oi, me chamo Alexsander sou seu médico - ela fica aérea por um momento e balança a cabeça confirmando apenas digerindo a informação.

- Como eu vim parar aqui? - ela me pergunta toda confusa.

- Foi um acidente, agora preciso fazer bateria de exames em você ver se está tudo bem -

- Ok.-

Flashback off

Fizemos todos os exames nela, até exame que não era pra ser feito fizemos por precaução ela havia se recuperado fisicamente as sequelas foram uma perda de memória e parcialmente a visão, ela não lembra do que aconteceu nos 6 meses que ficou em cima ela não lembrava do nome dela e nem profissão. Aos poucos frequentando terapia ela foi lembrando das coisas antes do coma e o que induziu ela ir parar no hospital.

- Meu amigo, eu não imaginei que tinha sido tão grave.- na verdade eu imaginei, mas não esse cenário.

- Porque tá me contando isso? - indaguei confuso.

- Porque há algo que eu nunca tive coragem de contar a ela, ia ser mais um peso pra ela carregar uma culpa a mais - toquei em seu ombro demostrando apoio.

- A verdade vai vim, então eu vou contar pra você o que escondi dela sei que quando ela souber você não a deixará cair.- confirmo, então ele me conta e meu estômago embrulha.

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