Rachel

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Acordo com um solavanco estava em outro pesadelo, olho para os lados tentando reconhecer a onde estou e vejo Pedro me chamando fixo meus olhos tentando me situar ainda sinto a sensação do sonho.

- Desculpa, foi um pesadelo - ele me abraça, o que me acalma bastante.

- Ta tudo bem, você dormiu a noite toda até rouco... Porquinha - arregalo olhos vendo sua cara de quem tá doido pra rir.

- Seu mentiroso, eu nem ronco - digo dando uma tapa em seu braço, que ri feito criança e acabo rindo também.

- Mas a verdade é que você dormiu a noite toda, eu precisei levantar pra fazer o café então escutei você gritando - me diz fazendo um carinho em meu rosto, fico corada.

- obrigada pela noite, fazia anos que não dormia tão bem- digo dando um beijo em seu rosto e depois um selinho o que pega ele totalmente de surpresa.

- fique a vontade minha senhora, pode me beijar quantas vezes quiser..- dou risada e levanto vou ao banheiro fazer minha higiene e tomar um banho.

Ao  descer as escadas vou direito para a melhor parte da casa Pedro e eu estamos sentados à mesa da cozinha numa manhã ensolarada, compartilhando um café da manhã caseiro. Há um clima aconchegante e íntimo entre nós. A mesa está simples, mas bem arranjada com xícaras de café fumegante, pratos com torradas, ovos mexidos e frutas frescas. Nós conversamos tranquilamente, trocando histórias e risadas, enquanto o sol matinal entra pela janela, criando um ambiente acolhedor. O som suave da caixa de som e o aroma do café se misturam, criando uma atmosfera de conforto e cumplicidade. Há uma sensação palpável de conexão e contentamento no ar, como se, naquele momento,  estivéssemos exatamente onde queremos estar. Depois de tanto tempo é a primeira vez que realmente me sinto em casa.

Fomos para o escritório aproveitei e liguei para minha psicóloga e marquei uma sessão para hoje a noite, estava sentindo muito melhor depois da conversa de ontem até senti o dia diferente sem todo aquele peso lógico que precisava contar mais algumas coisas para ele, mas veria o melhor jeito sem ter que surtar.

Alguns relatórios pedi a Dan que fizesse cópias, outros que redigisse ou fizesse algumas alterações necessárias tínhamos muito trabalho pela frente hoje pelo menos não teríamos reuniões de grande urgência ou que precisassem de nós. No decorrer do dia passei a maior parte do tempo concentrada em minha mesa, cercada por uma série de documentos e contratos relacionados a projetos de segurança. Sempre com uma expressão séria e focada. À minha frente, há contratos detalhados, que  analiso meticulosamente, linha por linha. Verifico cláusulas específicas, responsabilidades, termos de confidencialidade, prazos de entrega, penalidades por não cumprimento e custos envolvidos.

Cada contrato, fazia anotações em um bloco ou destaca trechos importantes. Também consultava ocasionalmente meu computador, talvez para verificar leis pertinentes ou comparar propostas de diferentes de clientes e empresas. Minha atenção aos detalhes é evidente, refletindo a importância destes contratos para a segurança e a eficiência do projeto em questão. Periodicamente, eu parava para refletir, garantindo que todos os aspectos legais e práticos estejam alinhados com os objetivos do projeto e as normas da PR Security. Aqui na empresa todos os contratos passa por pelo menos dois setores além de mim, por isso que muitos demoram a ser concluídos muitas vezes os clientes já vêem com uma oferta de outra empresa só pra pressionar geralmente Pedro não leva em consideração pois ele sabe o trabalho que faz e o resultado que entrega, muitas das vezes ele já descarta logo quando o cliente vem com outra proposta e cheio de desaforo.

Já estamos perto do horário do almoço mando mensagem pra Dan o convidando para almoçarmos juntos, depois me levanto e bato na porta e espero liberar minha entrada.

- Estou indo almoçar com o Dan,quer vim também?- pergunto colocando apenas uma parte do meu corpo para dentro da sua sala.

- Não dá, preciso fazer uma reunião de última hora com uma das equipes poderia me mandar uma marmita? - me pergunta enquanto assina alguns papéis.

- Claro não se preocupe, volto logo.. vamos no restaurante da esquina- solto um beijo e sigo meu rumo. Passo na sala de Dan e o chamo, ele bloqueia o computador e saímos conversando sobre as coisas do trabalho saindo do elevador encontro Bia e Jazz nos abraçamos, desde que Rich sofreu acidente as coisas na empresa andaram um caos e não tivemos tempo de por o papo em dia.

- Como Rich está?-

- Está bem, em breve já vai pra casa... Vocês já comeram? -

- Já amiga, estamos voltando agora saímos mais cedo - fazem biquinho

- Vamos marca algo pra recepcionar Rich, vou ver que dia ele vai pra casa e combina, o que acham? -

- Vamos adorar, estamos com saudades da nossa sexta feira - dou risada concordando, abraço as meninas e me despeço delas em meu ouvido Jazz me pergunta quem é o boy no telefone que está me acompanhando, eu olho pra ela e digo que é um estagiário com mais tempo apresento a ela.

Saímos do prédio e o sol nos dá boas vindas, as vezes até esqueço que faz sol de tanto que fico de lá pra cá no escritório. O restaurante na ficava longe só precisava atravessar a rua ficava na esquina de frente a uma sorveteria, a comida de lá é divina eles oferecem de tudo um pouco com diversidade culinárias o garçom chega a nossa mesa e pedimos água e suco de laranja bem geladinho, dispensamos a entrada e pedimos logo o prato principal eu escolhi um poke e Dan pediu strogonoff de carne.

- Me diga, está gostando de trabalhar com a gente?- pergunto animada, desde que ele chegou não tivemos tempo de sentar e conversar.

- Amando, apesar dos dias que parece que meu pé vai descolar a qualquer momento, eu gosto desse caos do trabalho. - dou risada, realmente tem dia que a gente não para um minuto se quer.

-  Sei que as vezes é uma loucura, mas estou te treinando pra ser melhor que eu inclusive essa semana tem evento e você vai com a gente pra eu te explicar como funciona as coisas nessa parte. - o aviso.

- Nossa vou gostar, já fui em muitos desses eventos , mas ver esse lado dos negócios vai ser diferente e mais interessante.- concordo com ele. Nossos pratos chegaram e comemos felizes estava tudo uma delícia, para Pedro pedi uma parmegiana e uma coca pra levar.

Ao sairmos do restaurante um arrepio percorre o meu corpo me fazendo ficar parada no lugar, Dan me pergunta o que foi e eu apenas digo que não é nada só uma sensação ruim. Talvez seja meu cérebro pregando peças já vi casos de pessoas sentirem gosto de uma comida só por lembrar dela ou de algum perfume, deve ser isso ele não se arriscaria a chegar tão perto assim olho para os lados pra me certificar que foi isso mesmo e não vejo nada nem ninguém respiro fundo e continuo andando e conversando com Dan.

Assim que chego na esquina para atravessar noto que um homem anda atrás de nós vestido de sobretudo, boné na cabeça e óculos escuro coloco a mão em meu coração sentindo um aperto e o vejo sorrir o mesmo sorriso não é possível.

- Rachel, o que houve? - Dan me pergunta claramente nervoso.

- Me ajuda, chama o Pedro - peço sentindo a falta de ar invadir meus pulmões e as lágrimas caírem, até que sinto aquele homem me tocar e me sinto desesperada e saio correndo gritando Daniel corre e puxa fazendo um cair na calçada eu escuto ele ligando pra alguém até que tudo fica escuro.

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