Capítulo 19

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Lá estava eu sentado em um dos bancos do pátio da faculdade, lendo um livro de Sociologia que tinha pegado na biblioteca ontem e só estava lendo àquela hora, ou melhor, estava tentando ler por que tinha certas coisas que eu entendia PORRA nenhuma (Quem nunca?).

- O que você tá fazendo aí menino? - Luíza perguntou me dando um susto.

- QUE SUSTO CRIATURA! - Gritei.

- Ai jovem mancebo, que revolta é essa? - Se fez de desentendida.

- Você parecendo um "malassombro" surgindo do nada - Falei.

- Quanto exagero! Você madrugou hein? Deu formiga na cama? - Zombou.

- Se eu tivesse na cama, mas estava lá na lanchonete no caixa - Expliquei.

- E aí? Ainda se enrola para dar o troco para os outros - Luíza tirou uma com a minha cara

- HÁ HÁ HÁ - Fingi o riso - Você é muito engraçada, mas eu não estou me enrolando mais querida, estou craque em dar trocos e não dou mais trocos errados - Falei.

- SEI, mas vamos para a sala, aqui você nunca vai conseguir ler, aliás, você tá lendo mesmo? - Perguntou

- Claro que não, eu leio uma frase e já me distraio com o barulho e outra, eu fui lá na sala e ainda estava trancada - Falei.

- Só se for na hora que você foi lá, por que eu abri a porta tranquilamente e coloquei minhas coisas - Falou

- Então abriu aquela merda, vamos - Falei dando um salto do banco e indo até o elevador.

- VEM CÁ, FICA AI MESMO - Falou Luíza preste a me contar algo bombástico.

- Lá vem bomba! - Falei já sentando na minha cadeira na sala de aula vazia.

- Não é bem uma BOMBA, mas é algo que me surpreendeu e fiquei chocada - Falou.

- O quê mulher? Conta! - Falei curioso.

- É sobre o Erick... Eu fico até envergonhada - Luíza ficou vermelha.

- Misericórdia, você ficando com vergonha? Vem merda aí - Falei assustado.

- É... - Tentou falar.

- VAI MULHER! FALA LOGO! - Falei em um tom mais alto roxo de curiosidade.

Eu e Luíza nos conhecíamos desde os tempos colegiais, ou seja, a mais de dez anos e tínhamos uma certa intimidade, eu vi o romance dela com o Erick crescer e claro, todas as brigas e lamentos de ambos, mas apesar da intimidade, eu nunca contei sobre minha opção sexual, eu imagino que ela não iria me julgar, acho que até intensificaria nossa amizade.

- Tipo, ontem quando estávamos transando, Erick pediu para... - Tentou completar

- Para o quê pelo amor de Deus? - Perguntei.

- Para... PARA ME COMER POR TRÁS, PRONTO FALEI - Falou com a mão na cara.

- Miga - Peguei em suas mãos - Que termo chulo para se dizer que ele queria fazer sexo anal - Dei uma de intelectual.

- PARA YEGO! Você está me deixando pior que está - Falou

- Ah Lu! Temos que encarar isso como uma coisa normal, mas e aí? Tu desse? - Falei recebendo uma tapa no meu braço em seguida.

Apesar de está levando numa boa após a revelação, na verdade eu estava mais que passado, não sabia que o Erick era tão safadinho assim, agora eu sei o porquê dele ser tão tarado em bundas, certamente ele devia ter experimentado pelo mundo a fora, e claro que eu não diria isso para a Luíza, se não o Erick era considerado um homem MORTO.

Sol de Verão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora