Eu preciso de Você - Eddie Munson

Capítulo 22

POV Amber

As férias de verão foram melhores do que eu pensei. Não que eu tenha feito muita coisa, passei a maior parte do tempo trabalhando, cuidando do Brenno, em tempo integral, o que foi ótimo, já que consegui ganhar um dinheiro a mais. E quando não estava no trabalho, estava com o Eddie, aproveitando o verão. E para completar o combo, quase não tive atritos com o meu pai. Então posso considerar que as minhas férias foi bem sucedida.

As aulas voltaram tem uma semana e ainda estou tentando me acostumar com a correria novamente.

Estou deitada, ouvindo a fita demo que o Eddie e a banda gravaram no verão. Eles arrasaram. Tenho certeza que quando eles se formarem esse ano e começarem a se dedicar 100% a banda, eles vão ir longe.

- Você ficou louco! -escuto do meu quarto a Monica gritar

Me sento na cama rapidamente, tirando os fones, quando escuto algo se quebrar. Já tem um tempo que os dois estão discutindo, mas eu permaneci quietinha no meu quarto. Mas agora parece que a coisa está ficando mais séria. Sabia que era questão de tempo para essa merda começar.

- Eu vou te denunciar – escuto a Monica gritar e novamente o barulho de algo se quebrando

Me ponho de pé e caminho até a porta, abrindo-a lentamente e escuto a voz do meu pai:

- Experimenta contar o que aconteceu aqui pra alguém - Coloco a cabeça pra fora e vejo o meu pai em cima da Monica, que estava praticamente deitada sobre a poltrona da sala – Que esses tapas vão ser os menores dos seus problemas.

Ele se vira e me encolho rapidamente para dentro do quarto novamente. Escuto seus passos pelo corredor e a sua voz:

- Vocês são todas iguais! Vadias, interesseiras.

A porta do seu quarto se fecha com força, fazendo com que eu solte um pulinho de susto.

Silêncio total, exceto pelos soluços vindo da sala.

Encarei a porta do meu quarto o meu coração batendo forte no peito. Cresci vendo a minha mãe nessa posição, sofrendo. E depois que ela se foi, passei a sofrer na pele também. Sei o que a Monica está sentindo e não posso deixa-la sozinha.

Abro a porta do quarto bem devagar para não fazer barulho e saio com cuidado.

Monica estava encolhida, sentada na poltrona, aos prantos.

- Ei – sussurro me aproximando – Eu sinto muito – me ajoelho para ficar na sua altura.

A Monica me olha, os olhos inchados e vermelhos. Tem um hematoma na sua bochecha direita. O desgraçado deve ter dado um soco nela.

- Eu sinto muito – repito não conseguindo segurar as lágrimas, me sentindo impotente

- Ele também faz isso com você? – pergunta com a voz tremula e assinto, fechando os olhos fortemente

- Eu queria te contar... Contar o monstro que ele é. Mas tive medo... Me desculpa.

Levo as mãos até a boca, para controlar o barulho do choro incontrolável que toma conta de mim e sinto os braços da Monica me envolverem, em um abraço.

- Não peça desculpas – ela sussurra acariciando o meu cabelo – Você é somente mais uma vítima de toda essa situação.

Eu devia ter contado.

Era meu dever ter avisado.

Agora mais uma boa mulher está sofrendo nas mãos desse verme.

Eu sou uma covarde.